TAO TE KING - LAO-TSÉ - INTERPRETAÇÃO... José Laércio do Egito

TAO TE KING - LAO-TSÉ - INTERPRETAÇÃO DO VERSO 5



Para o Universo e para a natureza nada e nem ninguém é superior ao outro, nada nem ninguém é inferior ao outro.

Do mesmo modo, é assim que a Lei Natural funciona em relação a todas as coisas que existem.

Cega é a lei natural e imparcial a sua justiça, pois o Infinito não tem atributo algum, são os finitos Quem lhes atribui os seus próprios atributos.

Assim, diante do Tao o Mestre não vale mais e nem é superior aos seus discípulos, assim também nenhum discípulo é superior a qualquer outro.

Ninguém é beneficiado ou prejudicado por ser quem é. Todos os discípulos tem a mesma dignidade independentemente do seu grau de inteligência, raça ou filiação. Todos deverão ter as mesmas oportunidades de manifestação das suas capacidades e acompanhamento do Mestre.

O Mestre não busca ter predileções por determinado discípulo, deve estar aberto a todos. Jesus não tinha predileção por João mas João parecia ser o predileto porque sempre estava mais próximo de Jesus mas não por predileção do MESTRE.

O mestre atende Àquele que lhe procura, e o discípulo que mais procura mais recebe, mas isto não pode ser ditado por predileções.

A luz da consciência brilha de modo igual para o que é agradável e para o que não o é.

Ninguém deve ser realçado e muito menos o Mestre deve desperdiçar o seu tempo procurando ser especial! Um pouco de humildade faz parte da ordem das coisas.

O discípulo, mesmo parecendo vazio, tem algo para ensinar ao Mestre.

O Mestre não deve desperdiçar palavras, se não houver ouvidos para escutá-lo é preferível manter-se em silêncio pois do contrário termina esgotando o conhecimento e então tem que ficar calado. É um como um fole que não esta sendo operado.

Quando existem ouvidos para escutar, o Mestre deve ser como um fole, esvazia sem exaurir-se, nunca lhe falta alento pois a fonte do conhecimento, o Tao é inesgotável.

O Mestre, agindo em consonância com o Tao, quanto mais ensina mais tem para ensinar, quando mais ensina mais aprende, quanto mais faz mais tem para fazer, é como um fole que sempre tem uma fonte para se suprir.

É ao discípulo que cabe saber manobrar o fole pois se o fizer corretamente o seu alento permanece, assim sempre tem para aprender e aquele que aprende tem para ensinar.

O contestar do discípulo é como o tentar devolver ao fole o alento recebido acrescido do seu próprio. Assim, o fole não pode funcionar de forma adequada. Ao discípulo cabe operar corretamente o fole para tirar cada vez mais conhecimentos e usar aqueles que forem importante para sua caminhada. Aquilo que não interessa a um discípulo pode ser exatamente o que interessa a um outro.

O ensinamento falado está pode exaurir pois consome energia, mas ensinamento pelo exemplo, pelo modo de ser próprio não exaure o Mestre, pois trata-e da sua própria maneira de ser.