Em meu íntimo, a amargura insiste em se... Arcise Câmara

Em meu íntimo, a amargura insiste em se instalar, será que fui relegada a um plano inferior?
Com toda pachorra eu finjo não ouvir a vozinha que deseja me diminuir. Eu tenho a característica de me adaptar a situações adversas e abraçar com força bons e maus momentos, acho descabido esse tipo de protecionismo as coisas ruins. Quando me sinto assim, gasto a rodo, com disciplina para não meter os pés pelas mãos. Essas fases me deixam inclusas no meu próprio eu, cumprimento amigos e conhecidos, troco meia dúzia de palavras e dou atenção necessária que uma boa educação obriga, mas nada além, afinal não consigo ser ótima por fora estando péssima por dentro, se fosse passar disso, com certeza acabaria me irritando. Pode acreditar que sou grata e sempre soube manifestar minha gratidão por todos a minha volta e tenho esse princípio como altíssima responsabilidade para com os que amo. Quando me sinto muito pra baixo, observo as pessoas que admiro e vem em mim o espírito de imitação, no sentido de ser daquele jeito, ser gentil, amável e cordial, não transparecer minhas fraquezas e minhas limitações, o outro só precisa do meu melhor. A experiência vivida é tão frustrante que causa até inibição num ser tão falastrão. Para fugir de tudo isso, fico farrista e me relaciono facilmente com estranhos, aumentando assim minhas amizades e as trocas de ideias, afinal inibida não é minha forma pontual. Sinto o sangue subir com mais facilidade, às vezes me sinto no automático e isso é terrível e desmoralizante, parece que eu não sou eu e fico dizendo a mim mesma, é uma fase, apenas uma fase que logo logo passa. Nesse estágio fico ruborizada mais facilmente e minhas mãos tendem a suar, dores de barriga estômago aparecem. Essa não sou eu, e não vou acreditar ser no que não sou. Não serei um autêntico poço de complexos de inferioridade, não vou alimentar meu ego de forma tão negativa. Tudo isso sempre passa e vai passar mais uma vez.