Tem carvalho que se acha… A pequena... Andre Saut

Tem carvalho que se acha…

A pequena estradinha que entrava mata a dentro era emoldurada, desproporcionalmente de um lado por um grande e forte carvalho, do outro por um frágil lírio que envergava-se em direção ao chão, como um súdito à revenciar-se diante de seu rei. O carvalho soberbamente para parecer humilde, falou para a pequena florzinha que não precisava reverenciá-lo, pois ele por natureza era grande, forte, belo e muito seguro de si sendo que um dos motivos eram suas fortes e firmes raízes. Ela respondeu, desinclinando-se o quanto dava para que, de canto de olho, tentasse olhar para a tal majestosa e falante árvore… então disse: – Apesar de grandiosa, eu não te reverencio, muito menos assumo qualquer compromisso com teu imaginário reino, querida árvore, é que tuas fortes raízes são o motivo de minha fraqueza a ponto de para ti, parecer reverência, sem que tu percebas tuas raizes, consomem toda a água e os nutrientes do solo no qual e, do qual vivo. Esta terra, que para mim por proporção, é um vasto campo, para ti, é muito pequeno, tanto que cobres o sol que poderia me dar força também, com a sombra de tuas folhas e galhos. Não me leve a mal, amigo carvalho, não quero tua extinção, para que eu viva melhor, até porque tua vizinhança me protege dos fortes ventos e temporais…não que eu seja uma flor tão santinha que de vez em quando não torça para que um raiozinho caia em cima de ti…mas por favor, por respeito a mim, não penses que faço reverência à ti, por tu te achares tão superior, eu me curvo é de fraqueza em razão do alimento que tu me tiras com tuas raízes que passam por baixo e entre as minhas…enquanto majestosamente vai tomando conta de todo o terreno que nos cerca…