E a flor de olhos brilhantes era mais... Thiago Tenório

E a flor de olhos brilhantes era mais frágil do que um cristal, necessitava de cuidado, de amor, de carinho. Eu poderia levá-la junto a mim, mas preferir deixá-la, tinha medo de não conseguir protegê-la.
Voltava todo dia, iria regá-la com tudo de bom que alguém possa oferecer. Isso fazia com que ela brilhasse ainda mais, acho que gostava de minha presença, acho que queria que eu a levasse.
E eu queria levá-la, amava-a. Mas o medo não me deixava, com pensamentos opacos vivia. Tinha medo de amar. Por tudo que via, amar era sofrer. Achava que melhor era viver no desejo de ter, porque é no começo que se sonha sem limites, que se pode tudo, que só existe coisas boas.
Era assim que os dias passavam, eu amava-a de longe, mas não queria mais do que isso. Achava que aquilo duraria para sempre. Mas ela se foi, ou melhor, levaram-na.
Alguém que não tinha medo, que a admirava também, e que queria usufruir do seu brilho roubou-me mesmo ela nunca ter sido minha. Descobrir que amar não faz sofrer, o que faz sofrer é o medo de amar.
Fui à busca dela, procurei incessantemente. Encontrei-a. E desta vez não tive medo, demonstrei o meu amor, convidei-a para vim comigo viver o que já deveríamos ter vivido. Mas ela não podia, já tinha encontrado o seu dono, por mas que não tivesse no jardim certo foi lá que encontrou alguém que lhe cuidasse plenamente.
Eu a perdi. Nunca mais voltei a vê-la. Passou a existir apenas em meu pensamento. Pensava que o amor tinha seus problemas, mas que no final dava certo, terminaria tudo bem. Infelizmente não é assim.

- Flor de Olhos Brilhantes -