Formiga

Hoje eu não sirvo pra ninguém,
nem a mim mesmo
Estou mudando, me adaptando, correndo...
Não sou apresentável, reconhecível, definível
Flutuo nas marolas de variáveis intangíveis.
...Então não me peça
explicações, definições, limites, contornos, direções...
Talvez quando a tempestade passar, o mar acalmar,
o vento cessar, aí talvez encontre um porto, uma praia
Enquanto isso me basto em não naufragar

Meu maior pecado
É trazer você dentro de mim
Mesmo que fora
Não me pertença

Eu amo a solidão,
Mas confesso:
Nem sempre sou fiel a ela

Ser livre
E deixar ser livre
Não é facil,
Mas essencial
Pra conhecer a si mesmo

A diferença entre
Revolucionários em cargos comissionados e
Vegetarianos que andam em carro com bancos de couro
É que,
Para os primeiros,
A ideologia e os princípios só servem
Da boca pra fora
Para os segundos,
Da boca pra dentro

Eu não falo com meias palavras.
É você que tem apenas meio cérebro

Perguntaram-me
qual é o papel de um político?
Respondi que, pelo visto,
deve ser o Higiênico.

Engraçado como o silêncio acusa os culpados
E a lacuna para eles desvela o segredo inconfessável.
Por isso não use meias palavras com escroques
Pois eles completarão o vazio com a pior das ofensas
A VERDADE

Ditados populares... você encontra um para todas as situações,mesmo que diametralmente opostas.

Não meça minha estatura moral
Pelos centímetros da tua covardia

Ontem perdi uma coisa muito importante
Hoje terei que refazer todos os meus passos
Pra poder me reencontrar

Me escondo mesmo, vc está certa.
Mas erra quando diz que é de você.
Não teria porque, não teria como.
Fujo da minha imperfeição
Me escondo da minha incerteza
O que vê é tão bonito.
Tão carinhoso e bem intencionado
Que não deixo vc aprofundar,
Chegar no fundo, na escuridão
Onde tudo é embaçado, incerto,
Frio, escondido, sem rimas, sem direção
Então afundo mais na lama,
Me torno mais obscuro, te confundo
Me camuflo pra não ser revelado

Para ser amado por muitos
É necessário ter em si uma certa mediocridade.

Faço minhas as suas palavras
Pois fizeste seus os meus pensamentos

⁠Textos e roupas,
Servem a quem servem,
Não a quem os faz.

⁠Eu me uno a ideias,
Não a pessoas.
Então se "as pessoas"
Mudam de idéias
Eu mudo de "pessoas".

Toda viagem é só de ida
Ninguém é o mesmo na volta

O sentido da vida é viver
Seja lá como for
Seja lá como der
O quanto puder.
Se esconder não é vida
É morte lenta, dolorida.
Entre escolher ou encolher
Eu opto por viver
E te ver.

⁠Entre ter o céu ou o mar,
Escolho assistir ao por do Sol.
Não preciso ter coisas só pra mim,
Prefiro partilhar emoções.

⁠Pobre barbie quebrada
Linda, loura e dourada
Jogada de canto, largada
Sonhando com grana, carro e mesada.

Enquanto a boneca de pano lesada,
Torta, fofa e amassada
Descansa na cama abraçada
Cheia de amor e mais nada.

A magra, esguia e empalada
Desfila medidas, a desgraçada
Posa de rainha, toda malvada
Sem entender um sorriso, uma simples risada.

A gorda, macia e desajeitada
Cheia de amigos, sempre acompanhada
Segue vivendo tranquila a cada passada
Feliz da vida, toda enamorada