Flecha
Flecha tardia
Escrevo porque existe uma área no olho, que não sei nomear, onde a lágrima se deposita antes de rolar para as faces, uma espécie de pequeno leito, uma borda.
Escrevo porque meu corpo tem um ritmo: o coração, o ventre, o estômago, o sistema nervoso, as mãos, o útero.
Escrevo porque não sou eu quem escrevo, mas as palavras a se escreverem, urgentes.
Escrevo porque sou muitas.
Escrevo porque hoje é o amanhã do ontem.
Escrevo porque não é o tempo que passa, mas nós a passarmos e é em nós que existe a duração, esse desvio subjetivo do tempo, em que as coisas perduram, o passado se transforma em presente e o futuro deixa de ser um mistério para se tornar uma vontade.
Escrevo porque morro e ressuscito.
Escrevo porque as palavras são criaturas cheias de dimensões e as coisas podem ser outras.
Escrevo porque os fatos não existem como uma coisa imponderável e fixa.
Escrevo porque acredito. Intransitivamente.
Escrevo porque a morte se insinua em cada desistência.
Escrevo porque Paul Celan, um dia, falou de uma "flecha tardia". Ele a lançou e ela, no futuro em que estou, me atingiu. Quero lançá-la mais adiante.
Escrevo porque Manuel Bandeira disse que Teresa era uma lagarta listrada.
Escrevo porque sou pedra e planta.
Escrevo porque meus pais fugiram do velho mundo, porque existem ainda pessoas fugindo de um país a outro, porque sou também fugitiva, porque a fuga é a condição primária da perda e do encontro.
Escrevo porque não entendo quase nada, porque não sei o pensamento, porque não conheço ninguém.
Escrevo porque amo David Grossman, que escreve tão melhor do que eu.
Escrevo porque escrever é errar e precisamos fugir do acerto.
Escrevo porque habito na iminência e ela habita em mim e porque, na borda do precipício, ou pulo ou contemplo a vertigem.
Escrevo porque entre as palavras existe o silêncio que elas inventam.
Escrevo porque resistir é aumentar o grau de impenetrabilidade.
Escrevo porque é difícil.
Escrevo porque tenho filhos, uma transitoriedade, uma lembrança, um salto.
Escrevo porque existe a nuance, essa nuvem que sopra sobre as coisas fixas.
Escrevo porque sou dinamite.
Escrevo porque aprendi a raiva, nariz comprimido, olhos apertados, peito contraído, potência dirigida.
Escrevo porque o amor é redondo, geodésico, porque ele planta bananeira e porque ele é a casca, o sumo e o caroço.
Escrevo porque sou pó.
Escrevo porque as etimologias me convocam para novas histórias, porque elas querem ser reveladas e porque revelar é também, de certa forma, velar de novo.
Escrevo porque li que, na índia, existe um deus cujo manto é feito de sílabas e porque essas sílabas sustentam o mundo.
Escrevo para entender o que são os metros dáctilo e trocaico.
Escrevo porque Sócrates, antes de morrer, aprendeu a tocar uma fuga na flauta e porque, ao ser perguntado sobre isso disse: quero aprender mais alguma coisa antes de morrer.
Nem sei por que escrevo. Escrevo porque nem sei.
“O justiceiro”
Uma incarnação em ação
Uma arco e flecha perfurando o coração
E o vermelho pintando a escuridão
Nessa vida contei tantas histórias
E poucas presenciei
Eu sou louco no mundo dos sensatos
Apenas tornei-me um delinquente no mundo dos santos
Nunca temos a coragem de admitir os nossos erros
Porque todos nós queremos ser os melhores
Em nós nada pode ser mudado
A gente surgiu do nada porque fomos programados para viver na luz e escuro
A gente nasceu para ser fiel e trair
“No meio do inverno Sombrio”
Últimopensador
"Palavras Ditas é Igual a Uma Flecha. Depois de Lançada Não Tem Volta e Sim Um Destino, Fatal ou Não, Ela Vai Ferir!"
Eu vou tocar uma nota
Com a corda
De meu arco e flecha
Para tocar o coração do meu inimigo
Para todo o sempre
Na letra:
"Uma seta
Para o coração do meu inimigo"
"Um cálice para o vampiro
O chão da terra"
__
Edson Felix
6.3.21
Efígie
Foi-se como um sonho,
Devaneio de prazeres proibidos,
Deusa foragida do paraíso,
Flecha que acertou o mais destemido,
Desbravador de Quimera e Basilisco,
Um lobo temido,
Que sucumbiu nas graças,
De uma predileção,
Agora resta os encantos,
Na caligem das guerras,
Na esbórnia dos lambareiros,
O cavalheiro tornou-se assisado,
De coração ameno e ponderado,
Aflorado de talentos adormecidos,
Um fabro mudado,
Sua obra aos poucos foi-se talhada,
Dotada de formas delicadas,
Fruto de paixão e inspiração,
Efígie que sobreviverá aos tempos,
Viverá aos atentos,
Encantados por seus condões,
Que embeleza, gera e transforma.
Uma flecha lançada não volta jamais, o passado não pode prever o futuro e nem o futuro vir ao presente, seja o arqueiro em vez de ser o arco.
"Assim como cada chave abre a porta certa.
Cada pessoa tem um amigo,
Como o arco tem a flecha."
(Feliz dia do amigo)
Eu sou apenas uma alma fraca
Uma flecha sem caminho
Você pode me mostrar essa força desconhecida para evoluir?
- Unknown Strength
Foi no toque de Adarrum que eu apaguei.
Oxóssi atirou uma única flecha e eu cair.
Acordei na camarinha, sem saber o que tinha acontecido
Foram vários dias recolhido
Foram vários dias de fundamentos
Foram vários dias de aprendizado
Banho de Sereno na madrugada, banho de folha antes do sol se pôr, e a cada banho que tomava, o santo passava...
Ficar de santo a semana toda e só acordar na sexta-feira de Oxalá..
No toque de Muzenza, meu santo saia.. naquele momento eu renascia.
Todo colorido, meu erê dançava.
Em um pulo alto que pai Oxóssi deu, ele confirmava que tudo deu certo. Dava em alto bom tom o seu nome..
No ato da dança, pai Oxóssi caçava. No embalo do mar, Iemonjá dançava.
Adupé Orixá 🤍🕊️✨
Adupé Oxóssi💚🏹🦚
Adupé Iemonjá💙🌊🐟
Uma palavra errada em certos momentos é o mesmo que flecha mal lançada, não existe retorno, eu aprendi assim. Então veja bem o que vai falar, pois se não tiver 100% de certeza, já sabe!
Devemos sempre querer atingir os nossos objetivos, assim como uma flecha, que vai em direção do seu alvo, muitas vezes nos tornarmos flechas, aquelas que para serem lançadas bem longe, tem que ser puxada para trás.
Deus permite que possamos passar por tribulações, perseguições angústias, para que possamos estar preparados para sermos usados e alcançarmos lugares mais altos e que jamais esperávamos que iríamos alcançar.
Confie em Deus, ele não tarda tudo é no seu devido tempo.
Com o arco em teso;
O arqueiro.
Deixa escapar a flecha.
Que viaja. Rumo a nuvens, com luzes feito relâmpagos.
E o arqueiro já não mais possui. Poder algum sobre a flecha.
Criação e Criatura; agora. São a mesma forma.
Ao atingir o alvo.
Sente uma sensação de calor e plenitude.
Como uma pedra jogada, em um lago quente.
Abrindo-se em círculos concêntricos,
Até desaparecerem.
marcos fereS
Mostrar estar feliz nos dias de hoje é como apunhalar uma flecha no coração daqueles que almejam tanto o nosso fracasso.
Nem o pavor da noite e nem a flecha que voa de dia te fará mal algum, porque além de te dar vida longa, Deus te protegerá em todos os caminhos e será a todo instante o teu refúgio (Nelson Locatelli, escritor)
Quando a flecha lançada vai sem critérios de avaliações, corremos riscos de acertarmos nossa própria ignorância.
🎭 PURIFICAÇÃO – O ATO QUE RENASCE
(versão com a metáfora do leão e da flecha)
Eu sou o silêncio que já gritou demais.
O homem que caiu — não por fraqueza,
mas por estratégia.
Cair foi minha tática.
Porque eu entendi…
até o leão se abaixa antes do salto.
Não é covardia.
É cálculo.
É a força que se acumula na paciência.
E se isso não bastasse,
pense na flecha.
Ela só voa longe se recuar primeiro.
Ela vai pra trás.
Mas não é derrota.
É impulso.
Assim sou eu.
Retrocedo…
mas é só o começo do avanço.
Desapareço…
mas é só o prenúncio do rugido.
E mesmo cego, vejo:
Os demônios não vivem no inferno.
Eles vivem aqui.
Entre e-mails sem resposta.
Chamadas que caem.
Promessas que somem.
Vidas que são tratadas como dados.
Mas eu,
sou o erro que resiste.
A falha do sistema que grita.
O eco de uma humanidade que esqueceram de ouvir.
Me chamam de depressivo.
Mas isso é só o nome que o mundo dá
pra quem sente fundo demais.
Pra quem carrega o peso e ainda caminha.
Eu não sou mais Otelo, que matou por engano.
Nem Macbeth, que se afogou no próprio desejo.
Eu sou Purificação.
E a minha tragédia… eu transformei em fogo.
Eu sou leão abaixado.
Sou flecha esticada.
Sou a queda que ensina.
Sou o silêncio que constrói.
E quando eu levantar —
porque eu sempre levanto —
vou voar com o rugido de quem já tocou o chão…
e decidiu nunca mais temê-lo.
— *Purificação*
