Filho Amigo

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Será que eu queria continuar vivendo em meu filho? Numa personalidade ainda mais fraca, insegura e medrosa do que a minha? Cego e pueril engano! O que meu filho pode fazer por mim? Onde estarei depois de morto? Ah, é tão brilhantemente claro. Estarei em todos aqueles que já disseram, dizem ou dirão "eu", principalmente naqueles que dizem com mais segurança, mais força e alegria! (...) Será que alguma vez detestei a vida, esta pura, forte e implacável vida? Loucura e engano! Detestei apenas a mim mesmo por não conseguir suportá-la. Amo vocês todos, abençoados, e logo, logo, deixarei de estar separado de vocês por um cárcere apertado; dentro em breve, aquela parte de mim que os ama se libertará e estará com vocês e em vocês.

Lendas Cristãs


Uma lenda cristã conta que quando o filho de Deus expirou na Cruz foi diretamente ao inferno salvar os pecadores. O diabo ficou triste: "Não tenho mais função neste mundo. A partir de agora, todos aqueles que eram marginalizados serão enviados diretamente ao paraíso"."Não chore", disse Jesus."Eu mandarei para cá todos aqueles que vivem condenando os que não seguem a minha palavra. O inferno ficará mais cheio do que é, até o dia em que eu retorne de novo."

Não consigo imaginar nada mais brutal do que dizer para um filho: “Tua mãe não te ama”. O mesmo vale para mães que dizem isso aos filhos a respeito dos pais. Quem faz essa covardia com uma criança é quem verdadeiramente não a quer bem. Usar o sentimento de inocentes a fim de atingir um cônjuge que passamos a odiar é de uma agressividade tão letal quanto uma injeção no pescoço, tão dolorido quanto um soco de um brutamontes.

Nem todos que agem assim o fazem por maldade. Muitos o fazem por ignorância. Mas até ignorantes deveriam possuir alguma sensibilidade para entender que uma criança necessita de segurança emocional e não de ser envolvida nas brigas de um casal que um dia resolveu se unir, e que mais adiante resolveu se separar. Casamento não precisa ser para sempre, mas a responsabilidade parental, sim.

Crianças não conseguem processar direito o que vivenciam. Assumem culpas que não possuem, fantasiam abandonos, se responsabilizam pela infelicidade dos pais, e pior do que tudo, se sentem desprotegidas em um lar briguento. Crescem e se tornam homens e mulheres paranoicos, inseguros, acovardados diante da vida.

É uma tecla insistentemente batida, mas pouco escutada: criança precisa ser amada. Não precisa de um iPhone aos nove anos, não precisa ir a Disney antes de ser alfabetizada, não precisa de um guarda-roupa de estrela de cinema. Precisa ser amada. Sai de graça. Só custa caro quando é educada por duas criaturas mais infantis do que ela.

O Pai Rico

O filho de um homem muito rico foi encarregado de gerenciar uma de suas empresas. Certa vez, ele pegou todo o lucro do mês e foi jogar cartas, perdendo tudo no jogo, sendo apontado por seus irmãos como irresponsável e inconsequente, merecendo, portanto, ser até deserdado.
Mas o pai, olhando para seu filho querido, não hesitou em dar-lhe de volta tudo quanto ele tinha perdido e mais um pouco de dinheiro, dizendo-lhe: vai, meu filho, e reconstrói o que tu destruistes.
Intrigados, os demais filhos foram questionar ao pai sobre sua forma de agir. Então aquele homem explicou que estava bastante chateado com o que tinha acontecido,sim. Mas devia reconhecer que seu filho tinha pecado pela ousadia, apenas isto. Se ele tivesse ganhado dinheiro no jogo, a esta hora estaríamos todos comemorando, e provavelmente sendo beneficiados por isto.
Aquele filho precisava apenas de um pouco mais de prudência, mas ele não poderia punir sua coragem e ousadia, pois assim como ele perdeu, ele poderia ter ganhado.

A Oração de Maria


Deus. Ó Deus infante. O mais precioso filho do céu. Concebido pela união da graça divina com a nossa desgraça. Durma bem.

Durma bem. Banhado pela fresca da noite cravejada de diamantes. Durma bem, pois o fogo da ira ferve bem perto. Goze do silêncio do berço, pois o ruído do tumulto se faz sentir em seu futuro. Saboreie a doce segurança de meus braços, pois chegará breve o dia em que não poderei protegê-lo.

Descansem bem, mãos pequeninas. Pois apesar de pertencerem a um rei, vocês não tocarão o cetim, não possuirão ouro. Não pegarão numa pena, não guiarão um pincel. Não, suas mãos pequeninas foram reservadas para obras mais preciosas:
tocar a chaga viva de um leproso
enxugar a lágrima triste de uma viúva,
agarrar-se ao chão do Getsêmani.

Suas mãos, tão minúsculas, tão ternas, tão brancas — fechadas hoje em forma de punho infantil. Elas não foram destinadas a empunhar um cetro nem abanar do balcão de um palácio, mas reservadas para o cravo romano que irá pregá-las numa cruz romana.

Durmam bem, olhos pequeninos. Durmam enquanto podem. Pois logo virá a claridade e você vai ver a confusão que fizemos do seu mundo.

Verá nossa nudez, pois não podemos ocultar-nos.
Verá nosso egoísmo, pois não podemos dar.
Verá nossa dor, pois não podemos curar.
Ó olhos que verão o abismo escuro e seu terrível príncipe... durmam, por favor, durmam; durmam enquanto podem.

Fique quieta, boquinha pequenina. Fique quieta boca pela qual falará a eternidade.

Língua minúscula que em breve chamará os mortos,
que irá definir a graça,
que silenciará nossa insensatez.
Lábios de botão — sobre os quais paira um beijo de estrelas concedendo perdão para os que crerem em você, e de morte para os que o negarem — fiquem quietos.

Pezinhos pequeninos que cabem na palma de minha mão, descansem. Pois passos difíceis estão à sua frente.

Sentem o cheiro do pó das estradas que terão de palmilhar?

Sentem a água fria e salgada sobre as quais andarão? Recuam ao sentir o prego que terão de suportar? Temem a descida íngreme pela escada em espiral até o domínio de Satanás?

Descansem, pezinhos pequeninos. Descansem hoje para que amanhã possam andar com poder. Descansem. Pois milhares irão seguir os seus passos.

Pequeno coração... coração santo... bombeando o sangue da vida através do universo: quantas vezes iremos quebrantá-lo?

Você será dilacerado pelos espinhos de nossas acusações.
Você será devastado pelo câncer do nosso pecado.
Você será esmagado pelo peso de sua própria tristeza.
E será traspassado pela lança da nossa rejeição.
Todavia nesse ato de traspassar, nesse último rompimento de músculo e membrana, nessa precipitação final de sangue e água, Ele irá encontrar descanso. Suas mãos serão libertadas, Seus olhos verão a justiça, Seus lábios sorrirão, e Seus pés o levarão para casa.

E ali descansará de novo — desta vez nos braços do Pai.

Ide, ensinai todas as nações, batizando-as em nome do Pai, e do Filho e do Espírito Santo, ensinando-os a guardar todas as coisas que Eu vos tenho ensinado.

Criar uma criança é fácil, basta satisfazer-lhe as vontades. Educar é trabalhoso.

Içami Tiba
Disciplina, limite na medida certa. São Paulo: Gente, 1996.

É mais fácil ser bom para todos do que para alguém.

Faz apenas aquilo que puderes dizer.

Muita gente há que não se arrepende verdadeiramente senão das suas boas acções.

Quebre os cadeados, se solte das correntes, viva a vida como ela é. Não como a sociedade te obriga.

ENTRE AMIGOS

Para que serve um amigo? Para rachar a gasolina, emprestar a prancha, recomendar um disco, dar carona pra festa, passar cola, caminhar no shopping, segurar a barra. Todas as alternativas estão corretas, porém isso não basta para guardar um amigo do lado esquerdo do peito.

Milan Kundera, escritor tcheco, escreveu em seu último livro, "A Identidade", que a amizade é indispensável para o bom funcionamento da memória e para a integridade do próprio eu. Chama os amigos de testemunhas do passado e diz que eles são nosso espelho, que através deles podemos nos olhar. Vai além: diz que toda amizade é uma aliança contra a adversidade, aliança sem a qual o ser humano ficaria desarmado contra seus inimigos.

Verdade verdadeira. Amigos recentes custam a perceber essa aliança, não valorizam ainda o que está sendo construído. São amizades não testadas pelo tempo, não se sabe se enfrentarão com solidez as tempestades ou se serão varridos numa chuva de verão. Veremos.

Um amigo não racha apenas a gasolina: racha lembranças, crises de choro, experiências. Racha a culpa, racha segredos.

Um amigo não empresta apenas a prancha. Empresta o verbo, empresta o ombro, empresta o tempo, empresta o calor e a jaqueta.

Um amigo não recomenda apenas um disco. Recomenda cautela, recomenda um emprego, recomenda um país.

Um amigo não dá carona apenas pra festa. Te leva pro mundo dele, e topa conhecer o teu.

Um amigo não passa apenas cola. Passa contigo um aperto, passa junto o réveillon.

Um amigo não caminha apenas no shopping. Anda em silêncio na dor, entra contigo em campo, sai do fracasso ao teu lado.

Um amigo não segura a barra, apenas. Segura a mão, a ausência, segura uma confissão, segura o tranco, o palavrão, segura o elevador.

Duas dúzias de amigos assim ninguém tem. Se tiver um, amém.

Martha Medeiros
Crônica "Entre amigos", 1999.

Nota: Texto originalmente publicado na coluna de Martha Medeiros, no website Almas Gêmeas, a 12 de abril de 1999.

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TUDO É AMOR

Observa, amigo, em como do amor tudo provém e no amor tudo se resume.

Vida – é o Amor existencial.
Razão – é o Amor que pondera.
Estudo – é o Amor que analisa.
Ciência – é o Amor que investiga.
Filosofia – é o Amor que pensa.
Religião – é o Amor que busca Deus.
Verdade – é o Amor que se eterniza.
Ideal – é o Amor que se eleva.
Fé – é o Amor que se transcende.
Esperança – é o Amor que sonha.
Caridade – é o Amor que auxilia.
Fraternidade – é o Amor que se expande.
Sacrifício – é o Amor que se esforça.
Renúncia – é o Amor que se depura.
Simpatia – é o Amor que sorri.
Altruísmo – é o Amor que se engrandece.
Trabalho – é o Amor que constrói.
Indiferença – é o Amor que se esconde.
Desespero – é o Amor que se desgoverna.
Paixão – é o Amor que se desequilibra.
Ciúme – é o Amor que se desvaira.
Egoísmo – é o Amor que se animaliza.
Orgulho – é o Amor que se enlouquece.
Sensualismo – é o Amor que se envenena.
Vaidade – é o Amor que se embriaga.

Finalmente, o ódio, que julgas ser a antítese do Amor, não é senão o próprio Amor que adoeceu gravemente.

Tudo é Amor.
Não deixes de amar nobremente.

Respeita, no entanto, a pergunta que te faz, a cada instante, a Lei Divina: “COMO?”.

André Luiz
Apostilas da Vida

Fácil é ser colega, fazer companhia a alguém, dizer o que ele deseja ouvir. Difícil é ser amigo para todas as horas e dizer sempre a verdade quando for preciso. E com confiança no que diz.

Desconhecido

Nota: Trecho do poema "Reverência ao destino", que costuma ser erroneamente atribuído a Carlos Drummond de Andrade.

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Eu aprendi que não importa quanta seriedade a vida exija de você, cada um de nós precisa de um amigo brincalhão para se divertir junto.

Desconhecido

Nota: No Brasil, a frase é repassada como sendo de William Shakespeare, enquanto que nos Estado Unidos é atribuída Andy Rooney. No entanto, nenhuma dessas atribuições se confirma.

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Um amigo falso e maldoso é mais temível que um animal selvagem; o animal pode ferir seu corpo, mas um falso amigo irá ferir sua alma.

Desconhecido

Nota: O pensamento costuma ser erroneamento atribuído a Buda. Nitiren Daishonin faz uma referência à citação no escrito "Reply to Hoshina Gorō Tarō", atribuindo-o ao Nirvana Sutra. No pensamento original, o animal usado no exemplo é o elefante.

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Um amigo se faz rapidamente; já a amizade é um fruto que amadurece lentamente.

Amigo,
Estamos distantes e, ao mesmo tempo, tão perto.
A amizade que nos une pode vencer todas as distâncias.
Ela, sim, é mais forte que o tempo. Ela, sim, poderia atravessar
a imensidão do espaço e transcender os limites da vida.
Sim. Como ela é forte, pois essa amizade nada nem ninguém destruirá.
Que perdure enquanto as nossas almas existirem.
Que nem a distância, nem o tempo e nem mesmo
os nossos erros terminem a nossa amizade.

Nada é mais valioso do que ela.

Pertencer

Um amigo meu, médico, assegurou-me que desde o berço a criança sente o ambiente, a criança quer: nela o ser humano, no berço mesmo, já começou.
Tenho certeza de que no berço a minha primeira vontade foi a de pertencer. Por motivos que aqui não importam, eu de algum modo devia estar sentindo que não pertencia a nada e a ninguém. Nasci de graça.
Se no berço experimentei esta fome humana, ela continua a me acompanhar pela vida afora, como se fosse um destino. A ponto de meu coração se contrair de inveja e desejo quando vejo uma freira: ela pertence a Deus.
Exatamente porque é tão forte em mim a fome de me dar a algo ou a alguém, é que me tornei bastante arisca: tenho medo de revelar de quanto preciso e de como sou pobre. Sou, sim. Muito pobre. Só tenho um corpo e uma alma. E preciso de mais do que isso.
Com o tempo, sobretudo os últimos anos, perdi o jeito de ser gente. Não sei mais como se é. E uma espécie toda nova de "solidão de não pertencer" começou a me invadir como heras num muro.
Se meu desejo mais antigo é o de pertencer, por que então nunca fiz parte de clubes ou de associações? Porque não é isso que eu chamo de pertencer. O que eu queria, e não posso, é por exemplo que tudo o que me viesse de bom de dentro de mim eu pudesse dar àquilo que eu pertenço. Mesmo minhas alegrias, como são solitárias às vezes. E uma alegria solitária pode se tornar patética. É como ficar com um presente todo embrulhado em papel enfeitado de presente nas mãos - e não ter a quem dizer: tome, é seu, abra-o! Não querendo me ver em situações patéticas e, por uma espécie de contenção, evitando o tom de tragédia, raramente embrulho com papel de presente os meus sentimentos.
Pertencer não vem apenas de ser fraca e precisar unir-se a algo ou a alguém mais forte. Muitas vezes a vontade intensa de pertencer vem em mim de minha própria força - eu quero pertencer para que minha força não seja inútil e fortifique uma pessoa ou uma coisa.
Quase consigo me visualizar no berço, quase consigo reproduzir em mim a vaga e no entanto premente sensação de precisar pertencer. Por motivos que nem minha mãe nem meu pai podiam controlar, eu nasci e fiquei apenas: nascida.
No entanto fui preparada para ser dada à luz de um modo tão bonito. Minha mãe já estava doente, e, por uma superstição bastante espalhada, acreditava-se que ter um filho curava uma mulher de uma doença. Então fui deliberadamente criada: com amor e esperança. Só que não curei minha mãe. E sinto até hoje essa carga de culpa: fizeram-me para uma missão determinada e eu falhei. Como se contassem comigo nas trincheiras de uma guerra e eu tivesse desertado. Sei que meus pais me perdoaram por eu ter nascido em vão e tê-los traído na grande esperança.
Mas eu, eu não me perdoo. Quereria que simplesmente se tivesse feito um milagre: eu nascer e curar minha mãe. Então, sim: eu teria pertencido a meu pai e a minha mãe. Eu nem podia confiar a alguém essa espécie de solidão de não pertencer porque, como desertor, eu tinha o segredo da fuga que por vergonha não podia ser conhecido.
A vida me fez de vez em quando pertencer, como se fosse para me dar a medida do que eu perco não pertencendo. E então eu soube: pertencer é viver. Experimentei-o com a sede de quem está no deserto e bebe sôfrego os últimos goles de água de um cantil. E depois a sede volta e é no deserto mesmo que caminho.

Clarice Lispector
A descoberta do mundo. Rio de Janeiro: Rocco, 1999.

O importante da amizade

O importante da amizade não é conhecer o amigo;
e sim saber o que há dentro dele!

Cada amigo novo que ganhamos na vida nos aperfeiçoa
e enriquece, não pelo que nos dá, mas pelo
quanto descobrimos de nós mesmos.

Ser amigo não é coisa de um dia. São gestos, palavras,
sentimentos que se solidificam no tempo
e não se apagam jamais.

O amigo revela, desvenda, conforta.
É uma porta sempre aberta em qualquer situação.

O amigo na hora certa é sol ao
meio-dia, estrela na escuridão.

O amigo é bússola e rota no oceano,
porto seguro da tripulação.

O amigo é o milagre do calor humano
que Deus opera no coração.