Fernando Pessoa Poema Hora Absurda

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Palavras que não reproduzem ecos
Na montanha em frente
Não servem para fazer os poemas

Inserida por fernando_r_luis

Os poetas são todos diferentes
Como as cores na paleta
Mas todos são filhos do arco-íris

Inserida por fernando_r_luis

Escrevo na areia da praia
Mas a libertinagem das ondas
Rouba-me as palavras dos poemas

Inserida por fernando_r_luis

Até que o caruncho as faça em pó
As estátuas de madeira
Poderão vestir-se de santos

Inserida por fernando_r_luis

Quando pretender ajuizar alguém
Coloque-se em frente dum espelho
E verá que o vidro é frágil

Inserida por fernando_r_luis

Os arquétipos são manequins
Que não são capazes
De se vestir a si próprios

Inserida por fernando_r_luis

Dispersando a voz nos versos
Construímos bocados de vento
E algumas sementes aladas

Inserida por fernando_r_luis

Conjugar os verbos em todos os tempos
E como fazer tonalidades
Com lápis de cor

Inserida por fernando_r_luis

Antes que as mãos fiquem trémulas
Grava as memórias
Na pedra dura da tua terra

Inserida por fernando_r_luis

A evolução de nossos relacionamentos humanos consiste em sermos capazes de olharmos o outro devagar. O sentimento e a admiração têm de ser processual, na medida em que vamos conhecendo os defeitos e as qualidades do outro.

Quando apressamos o nosso olhar em relação ao próximo criamos o risco da idealização. Logo, a projeção positiva da qual fazemos sobre alguém cria-nos o impulso para nos apaixonarmos e a projeção negativa faz com que nós nos afastemos. De toda sorte, fantasiamos em nossas mentes algo que gostaríamos que o outro fosse e não enxergamos a realidade do que o outro realmente é.

Portanto, devemos sempre lembrar que o ato de amar não é sobre a ilusão que criamos em nosso imaginário, mas sim na condição de aceitar que somos todos dotados de imperfeições.

Inserida por carlosfernandofc

Eu sou

“ Sou passível de erros, de apelos, de tristezas e sorrisos...
De promessas olhos nos olhos, de segurar sua mão e ser seu mundo...
Sou amor pra toda a vida que muitas vezes não resiste...
Sou tolo, sou bobo, sou tudo e sou nada...
Sou amor, sou alegria, sou vazio, sou solidão, sou...
Ontem eu era você, hoje sou sem saber...
Saber onde está e o que estás a fazer...
Mas sempre serei seu sorriso, sua paz, sua luz e seu luar...
Sempre terei você em mim e irei lhe guardar..
Como se guarda o mais valioso dos presentes...
Isso sou eu, é você, somos nós...
Verdades, segredos, amor, loucura, Vida até que chegue a morte..
Sou o que eu quiser ser...
Mas Sou muito melhor quando tenho você...
Hoje? Hoje sou saudade e desejos...
Sou....”

Inserida por LUIZGUERREIRO

UM SALTO NO ESCURO

(Sobre as recentes descobertas de mortos não descobertos.
Publicado no Recanto das Letras, em 05/12/2013)


Mãos para trás,
pulsos apertados em algemas de gesso.
Frio estomacal,
qual paraquedista neófito.

. . .

Impelido sem oferecer resistência,
flutuei no ar.
Torturante giro no escurejar das trevas.

. . .

Enfim, sós !
Eu, em descenso na vertical,
e o meu algoz,
que seguiu planeando na horizontal.
Formaram uma cruz nossas coordenadas.

. . .

Ninguém escutou meu derradeiro grito,
disperso no silêncio do infinito:
. . .“Independência ou Morte ! . . .”

. . .

Morte?
Indolência. . . Languidez. . . Talvez ! . . .
Corpo e alma na última descida da vida.

. . .

Foi o meu pensar
no ligeiro instante
antes
do mergulhar profundo
num ondeado e gélido mar bravio.

. . .

A escuridão das águas,
a mesma do noturno céu nublado,
a mesma dos pensares militares,
subordinados.

. . .

Imaginei-me sobrenadando
em lágrimas derramadas
de tantas mães e irmãos
em esperas vãs.

. . .

Por certo,
meu corpo leve, a uma peso atado,
não ousou vaguear
nas vagas do revoltoso mar.

. . .

Fato consumado

? ! . . .

Virei marisco,
que ainda agoniza
entre ideológicas forças antagônicas.

Inserida por fernando_freire_1

A bitola para todas a s coisas
São dois olhos estereoscópicos
E um coração tridimensional

Inserida por fernando_r_luis

Mais que o som das palavras
O brilho dos olhos
Revelará o código do pensamento

Inserida por fernando_r_luis

Mirando o espelho estanhado
Sinto que é apenas vidro
Tentando guardar a minha sombra

Inserida por fernando_r_luis

Alterno o lenho e o sangue
Depois construo uma jangada
E perco-me nos arcos do mar

Inserida por fernando_r_luis

Declinando os cinco sentidos
Como se fossem verbos meus
Conjugo o sol e o tempo

Inserida por fernando_r_luis

No etéreo do meu corpo zenital
Fazendo a vertical do lugar
Reduzo o todo a um ponto

Inserida por fernando_r_luis

Podemos forjar os metais
Ritmando as pulsações do fogo
Mas apenas o ferro criará alma

Inserida por fernando_r_luis

Nunca penses que dobraste um bambu
Ata bem o seu colmo
Ou sentirás o seu coice

Inserida por fernando_r_luis