Fernando Pessoa Desistir
Como é que um intelectual pode se negar tão profundamente? Passava os dias lendo jornais, fazendo planos para matar Eduardo e limpando ad nauseam meu revólver Taurus 38 que jamais disparei contra ninguém, mas que mantinha num estado impecável, como se me esperassem, a cada manhã, fantásticas batalhas campais, ali naquele apartamento de Ana, onde o único vestígio de luta eram as camas desarrumadas com a agitação dos nossos sonhos.
Nós éramos prisioneiros dos militares mas, num certo sentido, éramos também prisioneiros de nossa lógica.
Os inocentes eram o nosso lado mais emocional, vivido de coração escancarado, apesar da polícia. O que seria de nós sem eles? O intenso processo de racionalização a que éramos forçados pelas circunstâncias, e com base em nossa formação política, naturalmente nos poupava sofrimento. Mas também nos roubava o lado inocente que, nos olhos deles, aparecia com toda a força: o escândalo diante da violência; a saudade da vida lá fora, da liberdade nos seus mínimos detalhes.
A ilha Grande não merecia ser um presídio. Desde as casas brancas dos pescadores que foram ficando para trás, lá embaixo, no Abraão, até os caminhos sinuosos que vão cortando as montanhas, tudo parece um cenário de liberdade. (...) Teria sido um requinte de crueldade deixar que os punidos se lembrem diariamente da água, da areia, da brisa e do mato?
"Se alguma coisa te incomoda, mexa-se! O único responsável por mudar os rumos da sua vida, é você mesmo.
Vivemos numa contagem regressiva, você vai ficar a vida inteira reclamando ou vai agir?"
Não perca o dia de hoje reclamando da sua vida! Que sua vida está ruim, que você ta sem dinheiro, que você tem um monte de problemas enfim... Eu te compreendo, eu até acho que você tem razão! Acredite! Mas saiba de uma coisa: Não importa se foram as circunstâncias da vida, se foi você mesmo ou alguém que te deixou nessa situação. O que você precisa saber é que o único responsável pra mudar sua situação e te tirar dessa é VOCÊ MESMO! Pare de reclamar e comece a AGIR.
Hoje é um daqueles dias em que eu queria estar no alto de uma montanha, numa casa de madeira e pedras, relembrando o passado e indagando o futuro. O presente? Sempre presente!
Tarde de Quinta
Um sorriso, um papo, uma prosa, uma descontração, uma tarde de quinta, vários amigos. Um dia, um lembrança, uma história, uma quinta, poucos amigos.
Um abraço, o sonho, vários contos, várias quintas, vagas lembranças.
Sinal da dúvida
Carros, motos, pessoas. Vão passando em nossas vidas com uma velocidade que não dá para imaginar. Umas param no sinal vermelho da dúvida, se continua ou volta atrás, umas passam no sinal verde da certeza e acabam caindo em um buraco chamado falta, de reciprocidade, carinho, afeto, compreensão, atenção, falta. Depois de tanta falta geralmente pegamos a rotatória e partimos para um novo destino e para novas tentativas. Até que um dia ou uma noite encontramos alguém parado no mesmo sinal na mesma hora no mesmo lugar. Muitas vezes pensamentos nos colocam em buracos que não conseguimos sair por simplesmente não tentar, mas esperar um pouco até achar uma solução pode ser melhor do que tentar desenfreadamente perdendo forças a toa. Descanse, tente novamente após alguns minutos ou quando achar que deve tentar mas não pare de tentar. Pode ser que em um simples sinal você encontre a direção certa para aquilo que está procurando.
Setembro amarelo
Com o grande aumento das "fake news" pensamos que todo pedido de ajuda ou texto de desabafo é mentira ou é mídia para chamar atenção. Pode ser que sim, mas na maioria das vezes não. Aquela ausência excessiva ou aquela presença cheia de sinais pode ser um aviso, ou até mesmo o último. Não custa nada trocar ideia com o coleguinha, dar atenção, tentar animá-lo com uma boa conversa, ficar do lado, ficar presente ou apenas ouvir sem julgar, sem falar nem perguntar nada. Empatia é a palavra-chave. Se colocar no lugar do outro. Até porque poderia ser eu ou você em tal situação. Julguem menos e ajudem mais. Por favor!
Companheira
No caminho para mais uma rotina, lembro bem de quando nos falávamos todos os dias independente do horário ou do lugar. Saudade é uma companheira de viagem diária para aquele dia que risadas foram dadas ao vento por coisas simples. Como a brisa do vento no rosto ou até um sopro perto do rosto. Parece bobo, quer dizer, é bobo mas foi real. Sentir a leveza de alguém estava na mesma sintonia ou quase ou sei lá. Mas que estava ali para o que desse e viesse. Outro dia, apareceu uma nova companhia, lembranças é o nome dela. Apareceu as 23h de um sábado chuvoso enquanto acabava de começar "a música mais triste do ano de Luiz Lins", parece que combinaram o horário de chegar. Naquele momento já não havia mais sono nem cansaço que parassem a saudade e as lembranças de falarem comigo...
Faça-se primavera em cada coração...
Faça-se sorriso de flor em cada olhar...
Faça-se brilho multicor em cada estação...
Faça-se vida em amor num eterno sonhar...
Não sei qual a proporção que isso vai tomar, mas o importante, é que esta sendo muito gratificante levar um pouco de sentido no dia a dia das pessoas.
