Fernando Pessoa Desistir

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Os dragões não querem ser aceitos. Eles fogem do paraíso, esse paraíso que nós, as pessoas banais, inventamos - como eu inventava uma beleza de artifícios para esperá-lo e prendê-lo para sempre junto a mim.

Quando eu escrevo, eu consigo ordenar tudo aquilo que eu penso. Agora, quando eu falo ou quando eu sou, simplesmente, não consigo ordenar nada. Eu sou da maneira mais caótica possível.

o seu olhar já era de luz, era todo lentidão, complacência, compreensão, todo ele amor e sol.

Vamos nos encontrar? - Já nos encontramos. Inclusive, já nos perdemos.

É preciso que você venha nesse exato momento. Abandone os antes. Chame do que quiser. Mas venha. Quero dividir meus erros, loucuras, beijos, chocolates… Apague minhas interrogações.

E eu serei forte, mesmo se tudo der errado mais uma vez.

"Os magnetismos das pessoas cruzam- se e descruzam-se, acho, meio que aleatoriamente, por algum tempo, por nenhum tempos por muito tempo. E mais complexo que isso, mas anyway: não deve doer. E não deve porque no fundo não tem importância, como todo o resto. É puro maya, ilusão."

Gosto de dizer tenho um dragão que mora comigo, embora não seja verdade. Como eu dizia, um dragão jamais pertence a nem mora com alguém. Seja uma pessoa banal igual a mim, seja um unicórnio, salamandra, elfo, sereia ou ogro. Eles não dividem seus hábitos. Ninguém é capaz de compreender um dragão. Quem poderia compreender, por exemplo, que logo ao despertar (e isso pode acontecer em qualquer horário, já que o dia e a noite deles acontecem para dentro) sempre batem a cauda três vezes, como se estivessem furiosos, soltando fogo pelas ventas e carbonizando qualquer coisa próxima num raio de mais de cinco metros? Hoje, pondero: talvez seja a sua maneira desajeitada de dizer: que seja doce.

É esse gelo por dentro que eu não consigo entender.

Estou desistindo de você, abrindo mão, renunciando, deixando pra lá, tentando esquecer.

Às vezes me espanto e me pergunto como pudemos a tal ponto mergulhar naquilo que estava acontecendo, sem a menor tentativa de resistência.

Virava as páginas lentamente, há muito tempo antes, e não me surpreendia nem me atemorizava pensar que muito tempo depois estaria da mesma forma de mãos dadas com um outro eu amortecido — da mesma forma — revendo antigas fotografias. Mas o que me doía, agora, era um passado próximo.

É esse gelo por dentro que eu não consigo entender. Você se doou tanto quando eu não pedia, e no momento em que pela primeira vez pedi, você negou, você fugiu. É esse seu bloqueio de aço eucouraçando o silêncio, eu não consigo entender.

Quando desvio meu olho do teu, dentro de mim guardo sempre teu rosto.

Amigos são, sim, para trocar abismos? Então me escreva 10, 100 páginas, e eu responderei com toda amizade que realmente sinto por você.

O simples me faz rir, o complicado me aborrece.

Eu só tenho esperas. Ele traz a tranqüilidade de mais nada esperar.

Meu coração é um mendigo mais faminto da rua mais miserável.

Quando não há música, canto.

Seu amor não me toca nem comove, sua precisão de mim não passa de fome e você me devoraria como eu devoraria você. Ah, se ousássemos.