Fernando Pessoa Desistir
Claro que deve haver alguma espécie de dignidade nisso tudo, a questão é onde, não nesta cidade escura, não neste planeta podre e pobre, dentro de mim? Ora não me venhas com autoconhecimentos-redentores, já sei tudo de mim, tomei mais de cinqüenta ácidos, fiz seis anos de análise, já pirei de clínica, lembra? (...) Perdi minha alegria, anoiteci, roubaram minha esperança, enquanto você, solidário & positivo, apertava meu ombro com sua mão apesar de tudo viril repetindo reage, companheira, reage, a causa precisa dessa tua cabecinha privilegiada, teu potencial criativo, tua lucidez libertária e bababá bababá.
Minha voz vai querer dizer tanta, mas tanta coisa que eu vou ficar calada um tempo enorme só olhando você sem dizer nada.
Está chovendo. Pela janela posso ver, lá embaixo, as pessoas correndo, de capas e guarda-chuvas. As árvores do parque estão todas molhadas , mais verdes. Engraçado, não gosto do meu quarto – das paredes, dos móveis – , mas gosto demais das coisas que posso ver pela minha janela. Das coisas que estão fora dele, porque o que está aqui dentro eu acho muito parecido comigo. E eu não gosto de mim. Ou gosto? não sei. Talvez pareça não gostar justamente porque gosto muito, então exijo demais do meu corpo, e as coisas erradas que ele faz – são tantas! – me fazem detestá-lo. A gente sempre exige mais das pessoas e das coisas que quer bem, as que queremos mal ou simplesmente não queremos nos são indiferentes.
Era sábado à noite, quase verão, pela cidade havia tantos shows e peças teatrais e bares repletos e festas e pré-estreias em sessões de meia-noite e gente se encontrando e motos correndo. É tão difícil renunciar a tudo isso para permanecer no apartamento lendo, espiando pela janela a alegria alheia.
Mas eu não podia, ou podia mas não devia, ou podia mas não queria ou não sabia mais como se parava ou voltava atrás, eu tinha que continuar.
O tempo passou. No meio da festa, outro dia, eu olhei para o sujeito e percebi que não sentia mais nada em relação a tudo aquilo. Parecia tão importante na época, parecia insuperável, mas acabou, ficou para trás, não deixou rastros. A vida andou, como a vida costuma fazer - desde que a gente não se agarre às memórias com as duas mãos, desde que a gente não fique refém da traição e da culpa.
Simplesmente Mulher
Oh doce alma, presente dos deuses.
Sedução é seu dom,
delicadeza seu íntimo.
Amante do Amor,
sacrário da vida,
de intuição mágica e essência singela.
Senhora dos homens
quem não te quer?
Beleza divina;
simplesmente mulher!
Abra os olhos e veja, feche-os e sinta, toda a tranquilidade e paz ao seu redor, desfaça de seus pensamentos e não deixe se dominar por informações inúteis, concentre-se nos sentimentos que te incomodam, depois transforme esse momento em nada, ai preencha o vazio com coisas boas, busque seus objetivos... se não era o que esperava comece de novo e jamais diga a você mesmo “eu não posso” e sim “eu vou tentar”, pois e melhor viver errando em busca de acertar do que vegetar a espera da única certeza... a morte!
A vida é curta, aproveite-a. O amor é raro, agarre-o. A raiva é ruim, jogue-a fora. O medo é ridículo, enfrente-o. Memórias são doces, saboreie-as. Não as jogue fora.
-Quando estiver muito quente, me dará uma moleza de balançar devagarinho na rede pensando em dormir com você.
Desguia, entra noutra, arruma um namorado novo, gatinho sem problemas, que dê cama & carinho. E simples e gostoso. Por que não?
Que as palavras do dia sejam ‘leveza’, ‘doçura’, ‘calmaria’, ‘tranqüilidade’. E que suas próximas horas sejam carregadas de pensamentos positivos e muita paz no coração. Só vim te desejar um ótimo dia. Colorido e florido.
Pior que tudo, rondava um sentimento de desorientação. Aquela liberdade e falta de laços tão totais que tornam-se horríveis.
