Fernando Pessoa Desistir
Fiquei. Você sabe que eu fiquei. E que ficaria até o fim, até o fundo. Que aceitei a queda, que aceitei a morte. Que nessa aceitação, caí. Que nessa queda, morri. Tenho me carregado tão perdido e pesado pelos dias afora. E ninguém vê que estou morto.
É fácil morrer. A toda hora, em todos os lugares, a morte está se oferecendo. Mais difícil é continuar vivendo. Eu continuo. Não sei se gosto, mas tenho uma curiosidade imensa pelo que vai me acontecer, pelas pessoas que vou conhecer, por tudo que vou dizer e fazer e ainda não sei o que será.
Fiquei. Você sabe que eu fiquei. E que ficaria até o fim, até o fundo. Que aceitei a queda, que aceitei a morte. Que nessa aceitação, caí. Que nessa queda, morri. Tenho me carregado tão perdido e pesado pelos dias afora. E ninguém vê que estou morto.
O domingo tá acabando — já é tarde — amanhã a gente começa de novo. Eu me sinto às vezes tão frágil, queria me debruçar em alguém, em alguma coisa. Alguma segurança. Invento estorinhas para mim mesmo, o tempo todo, me conformo, me dou força. Mas a sensação de estar sozinho não me larga.
Mergulha no que te dá vontade. Que a vida não espera por você.
Tão estranho carregar uma vida inteira no corpo, e ninguém suspeitar dos traumas, das quedas, dos medos, dos choros.
O amor é lindo sim, e ele é a maior recompensa para quem não tem medo de enfrentar os próprios medos e os medos do outros. É querer estar com a pessoa independente de qualquer coisa ou situação. Pelo simples fato de estar junto.
Só uma coisa era fundamental (e dificílima): acreditar.
Ei, só vim avisar que estou desistindo, ok? Acho que assim será melhor, com ou sem você, já não importa mais. Venho vivendo em um permanente e inútil sacrifício, apenas mudarei o foco. Prometo esquecer-te. Aprendi a lembrar de ti a todo momento, agora bastará lembrar de te esquecer. Não vai ser difícil, vou tentar lembrar do muito que te dei e do pouco que recebi, vou lembrar dos sorrisos que desejei enquanto as lágrimas tomavam conta de mim, vou lembrar do quanto te amei e o que isso significou pra você. Bom, será assim. Vou sofrer como antes, mas dessa vez terei amor próprio, cuidarei mais do meu “eu”. Posso ter sido mais uma pra você, mas sou única pra mim.
Vou te pedir que fique. Mesmo que o futuro seja de incertezas, mesmo que não haja nada duradouro prescrito pra gente. Esse é um pedido egoísta, porque na verdade eu sei que se nada der realmente certo, vou ficar sem chão. Mas por outro lado, posso te fazer feliz também. É um risco. Eu pulo, se você me der a mão.
"E da janela do quarto, vendo uma vida de estrelas passarem por seus olhos, algo lhe dizia: - Tá vendo aquele mundo lá fora? É seu, vai pegar."
"Oi tudo bem e aí tô ligando pra saber se você vai fazer alguma coisa hoje à noite." Como se a gente tivesse obrigação de fazer alguma coisa toda noite. Só porque é sábado. Essa obsessão urbanóide de aliviar a neurose a qualquer preço nos fins de semana, pode?
Gosto das tuas notícias e do teu feeling. O amor tá solto no ar de setembro e já vimos tanta coisa e já sabemos de tantas. Ando cheio de fé.
Mas eu rezo. Tenho fé. Descobri qualquer coisa dentro de mim que, não sei exatamente como nem por quê, consegue manter-se serena no meio desta falta absoluta de perspectivas.
Pétalas
“Pétalas, como sonhos intangíveis, se espalham pelo chão e fenecem subitamente. Esquecidos, os sonhos ou as pétalas, nem me lembro qual, insistem em vacilar na memória como uma voz que mimetiza o que um dia foi a consciência.”
Quero um amor que assista um
filme comigo mexendo no meu
cabelo, que quando eu chorar me
faça rir, que me chame de linda
quando eu chamá-lo de idiota, que
ande de mãos dadas comigo, que
me beije na chuva e quando eu
falar de mais, que durma de
conchinha e me esquente nas noites
frias de inverno, que me mande
rosas com um cartão, que eu goste
do seu perfume. Um amor que
passe as tardes comigo dormindo ou
simplesmente fazendo nada, apenas
deitados na cama, eu que quero um
amor que me entenda quando não
estou nos meus melhores dia,
resumindo: eu quero alguém que
com pequenas coisas me faça feliz.
Entregar-se na carência é correr o risco de se se doar sem correspondências , acreditar em miragens quando estás ao deserto , é amar sem existir amor , agarrar o irreal e acordar com terra na boca
