Fernando Pessoa Desanimo
O fio invisível
Toda pipa tem um cordão umbilical—
um elo fino entre a vertigem e o colo.
O chão assiste, em silêncio, aos pulos
de quem ensaia voo nos desníveis da rua.
Há um acordo secreto entre o solo e o vento:
o menino brinca de ser nuvem,
enquanto a terra o segura pelas solas,
num pacto de sopro e equilíbrio.
Benditas mãos que seguram o barbante do sonho,
essas que sabem do vento antes da pipa
e sustentam o menino enquanto ele inventa altura.
Quando os sonhos desafiam a gravidade,
há sempre um olhar antigo que nos ancora,
um fio invisível que nos sustenta
no encanto de viver como passarinho
entre o voo e o solo.
O fio invisível
Toda pipa tem um cordão umbilical—
um elo fino entre a vertigem e o colo.
O chão assiste, em silêncio, aos pulos
de quem ensaia voo nos desníveis da rua.
Há um acordo secreto entre o solo e o vento:
o menino brinca de ser nuvem,
enquanto a terra o segura pelas solas,
num pacto de sopro e equilíbrio.
Benditas mãos que seguram o barbante do sonho,
essas que sabem do vento antes da pipa
e sustentam o menino enquanto ele inventa altura.
Quando os sonhos desafiam a gravidade,
há sempre um olhar antigo que nos ancora,
um fio invisível que nos sustenta
no encanto de viver como passarinho
entre o voo e o solo.
O poema que saiu andando.
Filho,
te inventei sem saber verbo.
Foste broto em meu osso.
Um punhado de manhãs dentro da minha carne.
Tu me viste antes de eu saber que existia.
Sabes dos meus escondidos,
dos meus becos sem luz,
dos passarinhos mortos dentro do meu silêncio.
Teu choro me abriu fendas.
Teu riso me pintou paredes.
Meu corpo virou pássaro sem asas pra te esperar.
Minha alma virou ninho sem entender voo.
Agora andas vestido de chão próprio.
Teu nome não me cabe mais nos dentes.
És árvore que me espiou por dentro,
raiz que virou rio.
Maior que eu. Melhor que eu.
A minha coisa mais bonita.
O poema que saiu andando,
descalço de mim.
Mundo Azul
Ele caminha devagar na calçada,
como quem mede o peso do dia.
Apressados tropeçam nele,
mas ele nunca tropeça
na pressa do mundo.
Disseram que era estranho,
porque via o mundo por ângulos tortos.
Que culpa tem um espírito sensível,
se a sociedade se crê reta demais
para enxergar a beleza do desvio?
No intervalo entre duas palavras,
ele enxerga um poema inteiro.
No espaço entre um toque e outro,
ele sente tudo o que existe.
A falta de respostas assusta os outros,
mas o silêncio dele não é vácuo: é morada.
Ali dentro, onde poucos chegam,
há um universo à espera de tradução.
O Silêncio dos Vagalumes
Foram-se os vagalumes,
não por medo da noite,
mas porque sua luz já não cabia
em mãos que desaprenderam o assombro.
Foram-se como preces mudas,
sem rastro, sem vestígio,
levando consigo a infância dos olhos
e a última centelha do espanto.
A cidade caminha sobre sombras,
e os passos ressoam na ausência do que era vivo.
Onde antes um lampejo fugaz
rasgava a pele do escuro,
agora há um breu domesticado,
submisso ao clarão sem alma
das lâmpadas que nunca dormem.
Mas quem sabe, em outra noite,
quando os homens cessarem o peso
sobre as coisas miúdas,
eles voltem.
E, sobre as ruas, redesenhem em claridade
o que o silêncio agora esconde:
o simples milagre
de brilhar sem porquê.
Idade Mídia
Vivemos a era da conexão plena e da desconexão absoluta. Nunca estivemos tão juntos em redes e tão apartados em ideias. Nunca se falou tanto e se pensou tão pouco. A esse fenômeno contemporâneo, poderíamos chamar de “Idade Mídia” — um tempo em que a opinião ganhou status de argumento, e a ignorância, muitas curtidas.
A figura do homo idiota — não no sentido ofensivo, mas etimológico, grego, do sujeito que se abstinha da vida pública e refugiava-se no particular — retorna com força. No período helenístico, esse era o cidadão que ignorava o debate político e voltava-se apenas à sua esfera privada. Mas havia, ao menos, o silêncio. Hoje, o homo idiota não apenas opina: ele grita, compartilha, cancela, vocifera. Tem o direito à fala, mesmo sem o menor interesse pela escuta.
Não se trata de um ataque à democracia — longe disso. A liberdade de expressão é o alicerce de uma sociedade plural. O problema não está na liberdade, mas no esvaziamento do conteúdo. Falamos muito, mas dizemos pouco. Informados por manchetes, formamos certezas antes mesmo de compreender as perguntas.
Seguimos, então, a passos de moonwalker — deslizando de costas, imitando movimento para frente, mas indo para trás. Temos tecnologia avançada, filtros estéticos, inteligência artificial, mas carecemos de diálogo honesto, empatia e pensamento crítico. Avançamos nas ferramentas e regredimos nos fundamentos.
A Idade Mídia é o tempo em que se troca sabedoria por performance, reflexão por lacração, silêncio por barulho. E, assim, com a ilusão de progresso, dançamos rumo à mais elegante das involuções.
Estrelas que me lembram
Trago no sangue o ferro
que já foi coração de planeta.
E há, na minha espinha,
o cansaço milenar das galáxias.
Não nasci hoje.
Nasci quando Deus ainda aprendia
a escrever luz nos espaços.
Sou poeira antiga,
com nome recente.
Memória estelar em movimento —
não de um astro,
mas do instante em que o amor
acendeu o primeiro fogo.
O imediato me fere,
como quem tenta cortar o infinito
com o fio cego da pressa.
Há milênios dentro de mim.
Olho o eterno
porque só ele me reconhece.
O Primeiro Ritmo
O coração é o primeiro.
Não a pele que nos defende,
não o rosto que nos denuncia,
não a ideia que nos inventa.
Antes de tudo, um músculo.
Trêmulo.
Errado de tão certo.
Bate.
Sem saber se há alguém ouvindo.
Lá no escuro,
onde o mundo ainda é silêncio,
ele se apressa em existir.
Compasso clandestino,
riscando o nada com vontade.
O coração começa sem ter endereço.
Sem saber se será aceito,
se haverá colo,
ou ao menos tempo.
Ele bate.
No vazio.
Como quem chama por um nome
que ainda não foi escolhido.
Descobri isso tarde.
Como se costuma descobrir o amor.
Antes do pensamento,
há o susto.
Há o sentimento nu,
sem dicionário,
sem licença.
Descartes quis começar pela razão.
Mas a razão já é medo.
Já é contenção.
Já é tarde demais.
Antes de sermos gente,
somos urgência.
Ritmo.
Vergonha de termos vindo sem convite.
Domingo é quando desaconteço.
Não me peça poesia — estou despalavrado.
Fico feito pedra que esqueceu de ser chão.
Aos domingos, todo meu rabisco é sem querer.
Se não gostamos de alguém o tratamento é pela educação. Quando amamos muito uma pessoa além da boa educação a guardamos no pulsar do coração.
O lado ruim de ser uma pessoa "forte" é que ninguém tem cuidado com você. Afinal, todos já sabem que você aguenta a porrada que for, mas o problema é que aguentar não é o mesmo de não sentir.
Não arranque uma flor da Natureza para dar a pessoa amada. Faça do seu Amor uma Eterna e Linda Flor permanente no jardim da mais pura emoção.
Pensando bem, em tudo o que a gente vê, e vivencia, e ouve e pensa, não existe uma pessoa certa pra gente. Existe uma pessoa que, se você for parar pra pensar é, na verdade, a pessoa errada. Porque a pessoa certa faz tudo certinho. Chega na hora certa, fala as coisas certas, faz as coisas certas, mas nem sempre a gente está precisando das coisas certas. Aí é a hora de procurar a pessoa errada.
Já repararam que o amor normalmente não vêm no frasco que queremos? Ou que esperamos? Quantas pessoas namoraram loiras de olhos claros e casaram com morenas ou vice versa? Porque o cara troca a morena linda pela tímida ruivinha? E aquela linda, que troca o saradão malhado pelo pequeno e tímido? Eu respondo, conteúdo. Não somos apenas frascos, somos conteúdo. Quantos casais vocês conhecem que não se falavam, se odiavam, não se toleravam mesmo… antipatia pura. E que hoje, são casadinhos e andam de mãos dadas, se tratam por apelidos, erguem famílias lindas e felizes. Essas pessoas trocaram os frascos pelo conteúdo. Quando somos jovens imaginamos a mulher (ou o homem) perfeito. Idealizamos uma alma gêmea perfeita. Que atenderá todos os nossos desejos e sonhos. Algumas pessoas realmente encontram os seus “pares” idealizados. só pra descobrir que não era aquilo tudo. As mulheres sonham com o dia que cruzarão com o homem perfeito, aquele príncipe que as levarão para viver em seu castelo cor de rosa. Mas aí, tudo muda quando o homem conhece aquela mulher que é legal, que o compreende, cheirosa, com um sorriso lindo. E a mulher? Quem nunca esteve com aquele carinha que não aparentava muita coisa, “descombinante” mesmo, e se arrepiou toda com um simples toque na pele? O amor não reconhece frascos, o amor quer conteúdo. Aquela mulher com aquele sorriso de fazer o Sol sair por detrás das nuvens. Aquele cara que cuida, mima e dá colo. Que arrepia só no toque. Aquela mulher que não sai da sua cabeça. Aquele cara de quem você se lembra quando acorda de um sonho ruim. Aquela mulher que você quer ouvir. Aquele homem com que você quer falar. Que se danem os príncipes e as princesas. Que venham as pessoas reais, aquelas que se doam. Que sofrem, que choram por um amor. Aquelas que abraçam travesseiros e suspiram. Que têm milhares de defeitos mas o que conta mesmo é “aquela” qualidade que te fez apaixonar. Achar essas pessoas não é tão difícil, a gente as reconhece logo de cara. O problema é que às vezes a gente pensa demais e complica as coisas.
A Felicidade de Ser uma Pessoa Simples é porque para a eternidade levaremos somente a simplicidade do nosso conhecimento.
INDIRETAS INTERPLANETÁRIAS
Antigamente as pessoas jogavam uma indireta, diretamente na pessoa.
Hoje jogam indiretas que seriam para um, mas todo mundo pensa que é para ele.
Acho que no futuro, até os alienígenas pensarão que as indiretas são para eles.
" Não são as palavras de uma mensagem que irão moldar o caráter de uma pessoa;
Não compartilhe que o rico tem que ser sempre mau e o pobre sempre bom;
Que o feio sempre é bom e o lindo sempre mau;
Que é sempre ele ou ela que traí;
PALAVRAS NÃO MOLDAM CARÁTER;
Normalmente quem diz isso são os pobres e feios(as)maus e os que traem. "
" Nunca se apoie em ninguém, seja o apoio, pois caso esta pessoa tente te derrubar, você apenas dá um passo para o lado, que ela cai sozinha."
By L.F.S.
" Uma pessoa que não sabe nada, ou que saiba menos do que você, normalmente nunca enxergará, que você não quer saber mais do que ela, e sim, que você quer ajudar ela a enxergar que ela deve sempre saber mais do que ela mesma, dia após dia."
By L.F.S.
Quando não encontro uma pessoa inteligente para conversar, aprimoro meus conhecimentos falando sozinho, pois, é mais seguro e confiável.
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