Fernando Pessoa Desanimo

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Fiquei ali sentado, ouvindo. Dulce cantava novamente aquelas canções desconhecidas. Além da lua, as estrelas e coisas assim, do espaço sobre nossas cabeças, percebi que falavam também de seres da terra, escondidos entre as árvores, na fundura das grutas, nas curvas dos caminhos.

Ela disse:
- Força e fé, repete comigo: dai-me força e dai-me fé, dai-me luz.

Eu pedi:
- Força e fé. Dai-me força, dai-me fé e dai-me luz.

Dulce perguntou se eu queria cantar junto com ela. Disse que não, eu preferia ficar ouvindo. Eu não sabia cantar, expliquei. No mesmo momento, sem ouvir o que ela dizia, e talvez não dissesse nada, apenas cantasse, uma estrela cadente riscou o céu. Pensei em fazer um pedido, era meu aniversário. Mas não tinha nada para pedir. As coisas vivas, pensei, as coisas vivas não precisam pedir.

Esse é o nosso jeito de continuar, o mais eficiente e também o mais cômodo, porque não implica em decisões, apenas em paciência.

Fique feliz, fique bem feliz, fique bem claro, queira ser feliz.

Eu não acreditava mais que o amor existisse, e a vida desmentia.

Quando quiser ser, seja! Quando quiser ir, vá! Quando quiser voltar atrás, volte! Quando sentir que deve fazer algo, faça! Ninguém sabe melhor do que você o que você tem que fazer, quando tem que fazer e de que jeito tem que ser feito. Vá em frente. VIVA, com letras maiúsculas.

Não nego nada do que fiz, também não tenho arrependimentos ou mágoas: eu não poderia ter agido de outra maneira.

Quando a gente descobre algumas verdades, parece que todo o resto foi mentira.

Sei que olhei a face dele. E de certa forma a sua face era a minha face...

Uma das coisas boas desse ano que passou foi conhecer você.

Você é de Virgem, não? É o signo regido por Mercúrio, o planeta da inteligência, as pessoas de Virgem sempre conseguem o que querem embora no começo pareça tudo muito difícil...

Pô, acorda menina. Dá a volta por cima. Seja forte. Seja você.

Tanta vontade de viajar para bem longe, romper todos os laços, sem deixar endereço.

Não quero dramatizar e fazer dos problemas reais monstros insolúveis, becos-sem-saída.
Nada é muito terrível. Só viver, não é? A barra mesmo é ter que estar vivo e ter que desdobrar, batalhar um jeito qualquer de ficar numa boa. O meu tem sido olhar pra dentro, devagar, ter muito cuidado com cada palavra, com cada movimento, com cada coisa que me ligue ao de fora. Até que os dois ritmos naturalmente se encaixem outra vez e passem a fluir.
Porque não estou fluindo.

E que graça teria a vida se só houvessem dias ensolarados e amigos equilibrados?

Não dou um tostão por eles todos. À você, eu amo. Raramente me engano.

Fiquei. Você sabe que eu fiquei. E que ficaria até o fim, até o fundo...

Nessa noite não quero saber do sono, só quero olhar pro céu, observar as estrelas, e imaginar em cada uma delas o brilho do seu olhar, e chorar de emoção e tristeza, emoção em saber que você existe e de tristeza pois apenas posso imaginá-la, e nunca conquistá-la.

Pensei em fazer um pedido, era meu aniversário. Mas não tinha nada para pedir. As coisas vivas, pensei, as coisas vivas não precisam pedir.

Quero ver outras pessoas, outros corpos, outras caras, mesmo que sejam inexpressivos, desconhecidos. Eu também serei inexpressivo e desconhecido para elas, e nesse desconhecimento e nessa inexpressividade mergulharemos todos juntos num filme qualquer, de mãos dadas no escuro, como um bando de meninos dançando a cirandinha.

Limite Branco

Finjo que não fantasio. E fantasio, fantasio.