Fernando Pessoa Ausencia

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Ela gostava quando, depois de muito tempo calada, ele pegava no seu queixo perguntando: - O que foi, guria?

Tenho tanto de você em mim que temo perder-me.

- O tempo não existe.
- O tempo existe, sim, e devora.

Mesmo que a gente se perca, não importa.

E sendo assim preciso te dizer: mudei, embora continue o mesmo. Sei que você compreende...

Não era bom, nem era mau: era apenas perfeito.

No fundo, há só uma verdade: me sinto só.
Talvez seja essa a causa dos meus males.
Ou será o desconhecimento do que sou, (...)
O que sei é que as coisas que preocupam
podem ser resumidas em poucas palavras:
Deus, solidão. E no fundo, o que existe sou eu.

Você precisa cuidar bem do seu barco, senão como vai navegar por aí?

Muito mais que com amor ou qualquer outra forma tortuosa da paixão, será surpreso que o olharás agora, porque ele nada sabe de seu poder sobre ti, e neste exato momento poderias escolher entre torná-lo ciente de que dependes dele para que te ilumines ou escureças assim, intensamente, ou quem sabe orgulhoso negar-lhe o conhecimento desse estranho poder, para que não te estraçalhe entre as unhas agora calmamente postas em sossego, cruzadas nas pontas dos dedos sobre os joelhos.[...]

Sinto muito, mas ele sempre está lá. Incógnito, invisível, inviável. In, enfim.

Mesmo consciente de que nasci sozinho do útero de minha mãe, berrando de pavor para o mundo insano, e que embarcarei sozinho num caixão rumo a sei lá o quê, além do pó. O que ou quem cruzo esses dois portos gelados da solidão é vera viagem: véu de maya, ilusão, passatempo. E exigimos o eterno do perecível, loucos.

Mergulho no cheiro que não defino, você me embala dentro dos seus braços, você cobre com a boca meus ouvidos entupidos de buzinas, versos interrompidos, escapamentos abertos, tilintar de telefones, máquinas de escrever, ruídos eletrônicos, britadeiras de concreto, e você me beija e você me aperta e você me leva pra Creta, Mikonos, Rodes, Patmos, Delos, e você me aquieta repetindo que está tudo bem, tudo bem.

Eu quis tanto ser a tua paz, quis tanto que você fosse o meu encontro.

Ando tensa, inseguríssima e muito só.

Então me sinto protagonista de um filme chamado: Criaturas que o mundo esqueceu.

Ela sentia algum ódio, mas não dizia nada, toda madura repetindo isso-passa-questão-de-tempo-tudo-bem.

Embora a vontade seja de agredir todo mundo, dizer meia dúzia de verdades e sair pisando duro. Não vou fazer nenhuma loucura.

Como é que a gente faz pra se manter sempre alerta? Eu não aguento tanta atividade física e mental.

Descobri que os lugares não existem. Passam a existir quando se olha para eles e se adjetiva o lugar.

Escrever é enfiar um dedo na garganta. Depois, claro, você peneira essa gosma, amolda-a, transforma.