Fernando Pessoa Ausencia

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Primeiro a chuva, depois o arco-íris. Se acostume, a ordem é essa.

Odeio dois beijinhos, aperto de mão, tumulto, calor, gente burra e quem não sabe mentir direito.

ADEUS = A-DEUS:
Não é uma despedida, é entregar nas mãos de Deus aquilo que você não pode mais cuidar.

Não aquele que me complete, mas aquele que me some, que me acrescente.

Bem no fundo, há coisas que são só minhas. E embora me assustem às vezes, é delas que mais gosto.

Estou aberto e sabendo muito bem quem sou e o que pretendo - sem ilusões enlouquecidas...

E porque o mundo, apesar de redondo, tem muitas esquinas.

Caio Fernando Abreu

Nota: Trecho do livro "Ovelhas negras" de Caio Fernando Abreu.

Tenho sido feliz, mas sempre penso em você.

É assim que me sinto: amanhecendo. Ser feliz é uma obrigação.

Um desânimo. Uma lerdeza. Um oco. Aquela velha sensação de estar jogando fora a vida.

Aprenda, menina, quem não te procura não sente sua falta.

Muita gente deve achá-la antipaticíssima, mas eu achei linda, profunda, estranha, perigosa. É impossível sentir-se à vontade perto dela, não porque sua presença seja desagradável, mas porque a gente pressente que ela está sempre sabendo exatamente o que se passa ao seu redor.

Me desculpe, mas eu não acredito no amor. Eu até queria acreditar, mas a vida vem me obrigando a fazer o contrário.

Preciso pegar minhas coisas e partir. Viajar, esquecer, talvez amar.

Confesso que ando muito cansado, sabe? Mas um cansaço diferente... um cansaço de não querer mais reclamar, de não querer pedir, de não fazer nada, de deixar as coisas acontecerem.

É possível que, no fundo, sempre restem algumas coisas para serem ditas. É possível também que o afastamento total só aconteça quando não mais restam essas coisas e a gente continua a buscar, a investigar — e principalmente a fingir. Fingir que encontra.
(Limite Branco)

Quero seguir livre, entende? Mesmo que isso me faça falta, alguém pra me prender um pouquinho.
Vou me esquivar de todo sentimento bom que eu venha a sentir, não levar nada a sério mesmo.
Ficar perto, abraçar de vez em quando, sentir saudade, gostar um pouquinho. Mas amar não, amar nunca, amar não serve pra mim. Prefiro assim.

Um dia talvez você entenda o quanto a sua distração me dói, o quanto esse seu silêncio me rasga.

Olha, evite arrastar um relacionamento moribundo. Sempre é melhor reagir, partir pra outro do que arrastar, arrastar.

Eu não me conheço. E tenho medo de me conhecer. Tenho medo de me esforçar para ver o que há dentro de mim e acabar surpreendendo uma porção de coisas feias, sujas. O que aconteceria, então? O orgulho de ter conseguido chegar perto de meu coração? Ou uma grande humildade, uma humildade de cão faminto, rabo entre as pernas, costelas aparecendo? Não sei, não sei — minha cabeça quase estala quando faço perguntas, meu pensamento escorrega, se desvia, foge para longe, como se ele também tivesse medo da resposta. E talvez nem seja preciso coragem. Talvez seja necessário apenas um breve impulso, como aquele que me fazia mergulhar de repente na água gelada do açude da fazenda. E eu nem era corajoso por fazer isso, apenas tinha as esquecido por um instante de mim, do meu corpo.
(Limite Branco)