Feche a Porta se faz favor
O único caminho sem volta é a morte!
Mas até da morte já vi gente voltar!
A não ser que a gente feche e lacre a porta!
FECHE ESSA PORTA
Esses dias li algo sobre portas entre abertas. Fiquei refletindo sabe?
As vezes a gente ta dentro de um quartinho pequeno e mal cheiroso, toxico, escuro, mas lá você ta sentada num pequeno espaço limpo e com uns pertences que te fizeram tão feliz um dia. Pode ser um ursinho e uma caixinha de chocolates que ganhou. Mas cara, que lugar horrível de ficar, que lugar triste, você nem consegue mais sorrir ali dentro, só fica pelo apego mesmo. Foi tão lindo ganhar aquele chocolate naquele dia né? Migalhas.
Sabe qual o nosso problema? Ficar lá no quarto por medo de não sobreviver sem o ursinho e o chocolates que são juntos a única coisa boa daquele quarto.
Tenhamos coragem que nos despedir dos nossos ursinhos e chocolates, sair do quarto, fechar a porta e jogar a chave bem longe. Dá um medo do possível arrependimento que vai bater pois você nunca mais vai poder sentir o cheiro daquela felicidade que teve em meio ao caos daquele quarto.
Mas na boa, você não imagina o mundo de possibilidades que tem aqui do lado de fora. Vem ser feliz, sai desse quarto!
Romance da Bela infanta
Chorava a infanta chorava na porta da camarinha
Perguntou-lhe o rei seu pai: Por que choras filha minha?
Eu não choro senhor pai, se chorasse razão tinha
Todas eu vejo casadas, só a mim vejo sozinha.
Procurei no meu reinado, filha, quem te merecia
Só achei o conde Olário e esse já mulher havia
Ai meu rei pai de minh’alma, esse mesmo é que eu queria
Mande aqui chamar o conde pela vossa escravaria
Palavras não eram ditas, já o conde chegaria
E que a vossa majestade quer com minha senhoria?
Mando que mate a condessa pra casar com minha filha
E traga a cabeça dela nesta dourada bacia
Sai o conde por ali com tristeza em demasia
Ter que matar a mulher, e a mulher não merecia
A condessa que o esperava para abraça-lo corria
Com o filhinho nos braços já de longe bem ouvia
Sentaram-se os dois a mesa, nem um nem outro comia
As lágrimas eram tantas que pela mesa corriam
Porque choras senhor conde, desafogue essa agonia
Me dê a sua tristeza que lhe dou a minha alegria
Ou te mandam pra batalha ou te mandam pra Turquia
Nem me mandam pra batalha nem me mandam pra Turquia
O rei manda que te mate, pra que case com sua filha
E quer a sua cabeça nessa dourada bacia
Não me mate senhor conde, um remédio haveria
Vou meter-me em um convento da ordem da freiraria
Lá guardarei castidade e a fé que te devia.
Como pode ser tal coisa condessa da minha vida
O rei manda que te mate pra casar com sua filha
E quer sua cabeça nessa dourada bacia
Deus que te perdoe meu senhor conde lá na hora da cotia
Me tragam aqui meu filho entranhas da minha vida
Deste sangue do meu peito, beberá por despedida
Bebe meu filhinho, bebe, este leite de agonia
Hoje aqui ainda tens mãe que tanto bem te queria
Amanhã terás madrasta de mais alta fidalguia
Já ouço tocar o sino, ai meu Deus quem morreria?
Morreu foi a bela infanta, pela culpa que trazia
Descasar os bem casados, coisa que Deus não queria.
Minhas paredes debocham de minha solidão e minha porta espera por você entrar sem bater, mais do que eu...
Peçam, e será dado; busquem, e encontrarão; batam, e a porta será aberta.
Engraçado como você fica mais bonita, sexy, frágil e dona de si quando vai da porta e sorri dizendo até mais.
Os hóspedes
Tristeza bateu em minha porta
Deixei-a entrar
Solidão pediu abrigo
Deixei meu coração ela habitar
Angustia sentiu-se rejeitada
Logo a chamei para conosco ficar.
Dias se passaram
Os hospedes trabalho algum deram
Mas sinto que meu intimo encontra-se reprimido
Com tanto sentimento habitando meu ser
Mas o que eu hei de fazer?
Contei a tristeza minhas lembranças
Dei meu silencio a solidão
Chorei minhas mágoas com a angústia
E elas nada fizeram para me ajudar.
Ficaram paradas, sem se manifestar.
Um dia ao ver o pôr-do-sol
A alegria em mim quis ficar
Mas a tristeza, a solidão e angustia com ciúme ficaram
E não a deixaram entrar.
Fiquei assustada porque não teria forças para lutar com meus hospedes,
Mas percebi que assim como os acolhi
Poderia os expulsar.
Deixei pequenas coisas de minha vida me dominar.
certo dia ao acordar com o canto dos pássaros
senti que meus hospedes foram embora
deixando em mim cicatrizes que sempre hei de lembrar.
DEPOIS DO FIM
Mas como eu começo depois do fim
O som da porta batendo atrás de mim
Minha vida se parte em pedacinhos pequenos
O que restou, o que dizer, prá quem ligar, aonde ir?
O vazio total e a urgência de recomeçar
Em que casa, em que rua, em que mundo eu vou morar?
Onde eu vou entre o fim do trabalho e o começo do
sono?
Prá te esquecer me entrego pra qualquer bobagem na TV
E eu rezo pra dormir
Mas Deus não quer me ouvir
Eu tento resistir
Enquanto a noite e o céu desabam sobre mim
O vazio na alma, na cama e ao redor de mim
Caio em prantos na rua e nem ligo,
Me acostumei com vexames
Volta pra mim, me mostra onde eu errei e te perdi
E eu rezo pra dormir
Mas Deus não quer me ouvir
Eu tento resistir
Enquanto a noite e o céu desabam sobre mim
Desculpa, cansei de correr atrás. Se quiser fique, se não, a porta está aberta, vai com Deus e tchau.
A felicidade bateu em minha porta
vacilei não quis abrir
pensei que fosse a saudade
que vinha me perseguir
bateu de novo
com foça mais depois não insistiu
desceu as escadas em silêncio para sempre partiu
partiu deixando essas palavras fatais:
EU SOU A FELICIDADE E NÃO VOLTO NUNCA MAIS!
Homem ao mar!
Que importa! O navio não pára. O vento é suave, e o navio tem rumo a seguir. Portanto, avante.
O homem que caiu ao mar desaparece, torna a aparecer, mergulha, sobe a superfície; grita; ninguém o ouve. O navio, estremecendo com a violência do furacão, vai todo entregue à manobra; os marinheiros e passageiros nem mesmo vêem o homem submergido; a mísera cabeça do infeliz é apenas um ponto na enormidade das vagas.
São desesperados os gritos que o desgraçado solta das profundezas. Que espectro aquela vela que se afasta! Comtempla-a, vê-a convés com os companheiros; pouco ainda antes, vivia. Que teria, pois acontecido? Escorregara, caiu; acabou-se.
Debate-se nas águas monstruosas; debaixo dos pés tudo lhe foge e se desloca. As ondas revoltadas e retalhadas pelo vento rodeiam-no, medonhas, os rolos do abismo arrebatam-no, a plebe das vagas cospe-lhe às faces, e confusas aberturas quase o devoram; cada vez que afunda entrevê precípicios tenebrosos; sente presos os pés por desconhecidas e horrendas vegetações; as ondas arremessam-se umas contra as outras, bebe a amargura, o oceano convarde empenha-se em afogá-lo, a imensidade diverte-se com a sua agonia.
O homem mesmo assim, luta.
Diligencia defende-se, intenta suster-se, emprega todos os esforços, consegue nadar. Ele, força perecível, de repente, exausto, combate a força que é inesgotável.
Onde está o navio? Muito longe. Mal se avista nas lívidas sombras do horizonte.
O mar é inexorável noite social, onde a penalidade lança os condenados. O mar é a miséria imensurável.
A alma, em tal báratro, pode tornar-se cadáver. Quem a ressucitará?"
A Chave da vitória é a oração, mas não se esqueça que após abrir a porta voce precisa empurra-la e ir de encontro ao seu objetivo. Ore, ore e ore... mas nunca esqueça que chega um tempo, em que o clamor é insuficiente, por isso: TOQUE ÁS ÁGUAS, ABRA O MAR E PROSSIGA SEMPRE!
– Tudo bem. Pronto, já te soltei, a porta está aberta. Vai. Pode ir. Anda. Vá atrás do seu homem de verdade. Amores de plástico te esperam. Sorte, garota.
(Cactos)
Não me venhas com Densas Complexidades Psicológicas. Artimanhas, embustezinhos corriqueiros. Portas falsas, coração. Tudo isso me nauseia como a décima dose de um licor de anis.
Em MEU IRMÃO MAIS VELHO, ela diz: “Tiraram-lhes a liberdade de culto, o direito de abrir as portas do templo, para cantar louvores ao Criador, para buscarem junto o consolo da prece em comum, da meditação nas santas promessas, remédio para um coração em pedaços, da Pátria escravizada. Não mais a alegria de contar, à futura geração, a história daquele outro menino, que nasceu numa manjedoura, conversou com doutores, e brincou nas ruas de Nazaré. Que bom lembrar-te Jesus, como meu irmão mais velho. Distribuindo entre nós tão menores a herança tua por direito. (...) Meu irmão, eternamente jovem, infinitamente forte, todo Amor: Obrigado, pela parte na herança, pelo lugar na família, e pelo doce nome de CRISTÃO.
Não adianta entreabrir a porta se o medo ainda impede os olhos de encarar a luz que insiste em entrar. A claridade não pede licença, ela apenas espera que você permita que ela invada e transforme.
Também não adianta convidar quem nunca teve a intenção de permanecer. Há pessoas que batem à porta apenas de passagem, como visitas que deixam rastros leves, mas não constroem morada. São presenças breves — e é preciso aprender a deixá-las partir, sem pesar, sem cobrança, apenas com a gratidão do instante que trouxeram.
Cada um tem seus próprios caminhos a trilhar. E, talvez um dia, alguém chegue não apenas para visitar, mas para ficar. Esse alguém trará consigo o tom da saudade, como se sempre tivesse pertencido àquele espaço, mesmo antes de chegar. Será presença que não pesa, que não se anuncia como novidade, mas como reencontro.
Porque há chegadas que são como retorno, e almas que parecem nunca ter estado ausentes.
Tenho algo em mim que se chama intuição. Ela belisca... Depois aperta, depois bate na porta. Ela nunca bate a toa.
Um, dois, O Freddy vem te pegar,
Três, quatro, é melhor trancar a porta.
Cinco, seis, agarre seu crucifixo,
Sete, oito, fique acordado até tarde.
Nove, dez, não durma nunca mais
