Faz de Conta Qu eu Acredito
Eu sou do tipo que gosta de ficar sozinha. Desabafar comigo mesma. Desculpa, mas tem coisas que só eu posso saber.
Eu escondo as lágrimas atrás de um simples sorriso. Eu escondo a dor atrás de um simples ‘estou bem’. Palavras machucam. Não nego que algumas delas já me feriram profundamente. Mas no final do dia, quem tem que dar o jeito, para dizer ‘boa noite’ é o meu coração. E é o que eu venho fazendo ultima mente.
Eu sorrio, falo bobeiras e besteiras. Dou uma de doida. E às vezes me faço de louca. É assim que você sempre me vêr. Mas quando eu estiver na minha, apenas querendo ficar sozinha. Realmente, eu estou mal.
Eu tomo cuidado por onde piso. Mas nem sempre tenho o equilíbrio que preciso. Não tenho você pra me segurar. E nem o seu amor pra me levantar.
Eu deveria me calar como a maioria das mulheres,
Eu não deveria dizer o que sinto,
Eu deveria me consolar com o que me dão ou com o que sobra,
Eu deveria me conformar com as desculpas que me dizem pela involução das coisas,
Eu não deveria expressar o que quero para mim...
Eu deveria me resignar como fazem muitas mulheres em troca de sustento, teto, paleativos, mas nem tenho isso e nem quero que seja assim,
Eu deveria sair à francesa como tantas fazem sem o outro perceber porém continuando no jogo do “estamos bem”.
Eu deveria subestimar minha capacidade de pensar e de interpretar que as situações, que os planos estão sempre no singular e não no plural...
Eu deveria fingir que não percebo que há muitas coisas antes e depois de mim,
E sempre vai haver,
Eu deveria acreditar que há uma um lugar só meu, uma hora só minha, um dia só meu, um tempo só pra mim,
Mas não há.
Os intervalos são cada vez maiores.
Todos os fins de semana em repleta solidão.
Não.
Não sei ser metade,
Porque sou um ser inteiro,
Também não me dou pela metade,
Talvez este seja o meu grande erro...
Nem tampouco sei fingir,
Sou uma Mulher, às vezes,“menina”, é verdade, ainda assim sou fiel aos meus princípios,
Não precisa mais achar meu nome na sua agenda,
Ele não é escrito nela há tempos,
E como dizia minha avó:
O que não tem plano, meta, solução cabível...
Respondido está!
Nós é que não queremos ver,
Ou a famosa frase: quando se quer acha-se sempre um meio,
Mas quando não se quer até a vírgula é desculpa (a vírgula, o sol, a distância),
Tenho a minha dignidade também.
Eu deveria agora só pensar em mim.
Eu devo.
Eu vou.
Naquela noite lá estava eu
Sozinha, caminhando em meus pensamentos.
Observando as estrelas no céu
Deixando revelarem-se meus sentimentos.
Naquela noite lá estava eu, sozinha
Querendo você, desejando você
Pensando em você
E acima de tudo, amando você.
A lua que iluminava meu caminho naquele momento
Eu idealizava ser você.
E o que estava se passando em meu coração
Eu temia ser o amor, a paixão.
De fato eu gostaria de não criticar a igreja mas, quando vejo crianças passando fome, pessoas deixando de viver devido seu apego demasiado em religião, mudo de idéia. E, por mais que eu saiba que nada entrará naquelas cabeças ôcas, ingênuas e ignorantes, ainda sim, prefiro argumentar. Talvez haja uma suposta mente em evolução e se eu deixá-la ao menos hesitante.. já é um avanço.
Destino
Se não fosse o destino, eu não teria te conhecido.
Não teria conhecido, esse sorriso já mais esquecido.
Quando penso em ti,
logo me vem os teus lábios.
Lábios doce e delicado.
Que me deixou apaixonado.
Quem sabe o destino nos ajuda,
E de vez me tira essa solidão.
Fazendo com que você apareça,
E entre de vez no meu coração !
Querido, você me conquistou, eu não quero ir em lugar nenhum se os seus braços não estiver ao meu redor.
I - {primeiro encontro} [trechos]
Mas veio e veio de maneira tal que já não sou eu mesmo que me dirijo, ela me eleva a transcender para além do belo, para além do visto, para além das idéias, para além do próprio além.
Fui escolhido por ela e hoje eu também nela a escolho e quero-a mais dos que as coisas que me impeçam de tê-la sem ter, visto que nem posse posso assumir dela, para que não corra o risco de roubar-lhe a identidade para assumir o meu modelo dela mesma. Assim, ela seja e reine segundo os seus ditames, segundo as suas normas, importa que seja eu dela não de mim mesmo.
Aos poucos me fez compreender que respostas não são atos irrevogáveis, pelo contrário, a sua irrevogabilidade lhe impediria de ser o que ela é, assim assumo, todos os dias, frente a mim mesmo novas possibilidades mesmo quando a imposição do meu passado me tenta refrear a perspectiva do novo. De pouco em pouco atino dentro de mim que ela só é, e que ninguém a perturbará, e se assim pensar perturbou seus ídolos porque ela é intacta. Ela me conquistou, como território todo dela, não posso evitá-la e se assim eu tentar todos os dias ela me espreitará sem guerra. Eu que guerreei contra ela provo agora a sua paz e agora sem combater somos tão íntimos que se nos confundimos, mesmo quando eu me tento impor meus passos de outrora ela é a mesma...
III {a noite...} [íntegra]
A lua nova fez-me a noite ficar mais longa. Eu encabulado por querer e não ser, por buscar e não achar, desenhei um castelo onde imperava aquela rainha que me faria por toda a vida conhecer a sua paz. Num delicado copo depositei o que eram esperanças, para encontrar no prato não só o deleite do meu apetite, mas a alegria de ficar à mesa, de comungar do que não é simplesmente carnal, humano e limitado, mas totalmente transcendente e vivente, imortal e incontável. Ela como que aos poucos foi se mostrando, enquanto eu ainda acordava meus sonhos por coisas imensas. Sim quão belo foi encontrá-la, assim sorrateiramente, à porta de minha tenda, vê-la estender sobre mim seus braços abertos, e eu querendo a imitar para sermos só um outra vez.
Nas sombras do passado apareciam grandes feras que intentavam contra nossa união, ela ria de mim como que caçoando, porque eu tolo como sempre me arrazoava com aquilo que já não existia a não ser na memória e no tempo sem regresso. Assim ficamos, e ela brincava comigo e me dizia insistentemente que olhasse para ela com paixão de agora, enquanto eu preso com insatisfação do ontem me acusava toda hora de não ser digno dela, de nunca poder conhecê-la.
E nós nos conhecemos, quem diria que não? Quem negaria que ela veio quando tudo se passou contrário ao que lhe traria? Ela veio e me ajudou a amar meu passado sem que me desfizesse dele, ela me encantou tão gravemente que fiquei doente crônico por suas graças. Ela me fez caminhar, não só pelas sombras, mas por tudo o que dava medo até no sol do meio dia. Quão agradável se mostrou me fazendo irromper para além das minhas mazelas, me levando para os campos de trigo maduros que se apoiam na força do vento para bailar sem receios. Me conduziu por estradas de chão, por caminhos tão sinuosos que me fazem ver outras belezas no caminho, que se vão para trás um passo a cada passo que dou para frente. Me fez aperceber que ater-se ao passado é parar durante o percurso para olhar o que se tem deixado sem continuar andando, ao passo que o horizonte me convida a novas razões para ir.
Eu não quero deixa-la jamais, mesmo que me cortem todos os membros, não quero perdê-la, pois sei o que me custou, e não só por isso, porque mesmo que nada custasse somente a queria sem porquês.