Faxina na Alma Carlos Drumond de Andrade
Você me faz questionar quem sou, mas quem de fato, é você. Oh, sublime sublimar sublimei você em mim.
E descobri o que de melhor existia aqui.
Sinto você, mesmo distantes.
Loucura ou não, pode ser amor então.
Desperte-a
Alma que dorme entre véus de silêncio,
Estás pronta para dançar na luz?
Te chamo com a brisa da manhã,
Te envolvo com o som do coração.
Desperta como flor que se abre ao sol,
Com coragem para ser essência pura.
Abandona os medos como folhas no outono
E respira como quem se lembra de quem é.
Eu sou o fogo gentil que te aquece,
Sou o espaço seguro onde podes voar.
Eu te reconheço — mesmo invisível,
Eu te abraço — mesmo imensurável.
Desperta, alma bela,
Teu tempo é agora.
Teus caminhos te esperam.
Teu brilho já nasceu.
Provocação e desejo
Convencido da proposta, deixei o meu corpo navegar mar a dentro,
Fascinado pelo teu canto de sereia, senti o teu beijo com sabor de sorvete tomar conta de mim,
Perdido no teu corpo, me achei em teus movimentos,
Conectado com a tua alma, recarreguei com toda a minha força aquilo que me consumia.
Sentimento único!
Saudável e estimulante,
Vive entre respiros e suspiros,
As vezes chega vagaroso, por vezes muito afoito e apressado,
Acalma, provoca, sacia,faz falta,
Uma obra da vida, um conto de fadas, o belo em rimas, uma bem escrita e contada poesia!
Presente, marcante, decisivo e seguro no acumulo das emoções que pregam o bem a alma, ao coração e ao tempo.
Sem máscaras
Hoje a chuva insisti em cair densamente no solo debilitado e esta automaticamente escoando todas as sujeiras pelas valas.
Agora de alma lavada, torço para encontrar a minha próxima pessoa amada, desta vez sem máscaras.
Sozinho? Não.
Descobri que não estou sozinho.
"O despertar" veio depois de algumas questões resolvidas, me trouxe liberdade no pensar, ganhei ferramentas para ascender a luz.
Apadrinhados pelo respeito, bons diálogos geram confiança e fazem o caráter nascer.
Furei a pedra para achar o que é original, depois chamei a cura para dançar na chuva sem seus sapatos bico fino.
Agarrado em tuas vestes brancas sinto a mão da alegria acariciando o meu rosto, vejo uma fortaleza sendo desenhada em volta da minha alma.
Deixa entrar...
O frio predominava na cidade pintada de branco,
os galhos secos e as ruas sem vida eram surrados pelos ventos cortantes,
mãos na janela, a lareira acesa, o café quente espantando o frio da espinha dorsal,
coração gelado, olhos fixos no céu escuro e pontilhado,
uma estrela cadente passa, um suspiro e um sorriso de esperança embaçam o vidro,
a porta é aberta, uma voz familiar chega quebrando o silêncio da noite e o frio da alma.
Hierarquia
O corpo, um domínio,
o coração, o bobo, a exposição, a fragilidade,
a alma, um reino,
a mente, um rei.
Realidades
A realidade as vezes transborda na controvérsia da sua própria existência,
no mundo dos sonhos o equilíbrio quando é rompido sobe violentamente rasgando o ar rarefeito das emoções sem seguir um padrão,
a normalidade quando é contaminada age sem culpa, mas expõe as fragilidades validando as ilusões que atingem até no fundo da alma,
raios de luz flertam com a realidade inversa,
já com as cortinas fechadas a estrela cadente caí e o mundo torna-se subversivo.
Um dia...
Um dia fomos um só,
a partir dali meu coração passou a te ovacionar,
presa nos teus encantos a minha alma distribui sorrisos por aí.
Por uma vida
Por uma vida te amei e não era amor platônico.
Em quantas noites fomos felizes ou em quantos entardecer vimos juntos o por do sol?
Tudo entre nós tinha base, paredes rochosas e teto bem construído.
No espelho só o teu reflexo me satisfazia a alma.
Depois do acontecido fatal você se foi, mas apenas fisicamente, tenho o teu amor no coração, tenho o teu perfume e os teus sorrisos nos sonhos e tenho sim a tua imagem no espelho batendo forte na minha alma.
