Falas do Texto a Caixa de Pandora
VIVE EM MIM UMA SAUDADE
Encarcerado no peito sentimentos imersos
Não vejo a inspiração que um dia pude ter
Já não tenho forças pra refazer meus versos
Pouco a pouco, eu sinto a aflição me vencer
Sou um pensamento vazio e sonho infértil
No alvor, sou noite desperta e duro fardo
Sussurra sensações escuras na alma frágil
Onde a poética já não é mais deste bardo
Minha poesia cansada, versos em pranto
O talvez cinzento, em vão, e tão infinito
Aflito. Esgotou em mim qualquer encanto
Preciso de razão, de motivo, uma vontade
Pra ter e haver aquele sentido mais bonito
Devoluto, pois, vive em mim uma saudade...
© Luciano Spagnol - poeta do cerrado
23/09/2021, 18’43” – Araguari, MG
SONETO DE AMOR
A prosa traz meu encanto, meu amor
Assim que ela versa o versar enamora
Sussurra, delira, e se esquece da hora
E a quem lê a sensação sente o sabor
Quando sai da imaginação, a compor
A ilusão é enlevada, poética, embora
A rima ao poeta seja caixa de pandora
Ah emoção... ajudai-me a dar-lhe flor
Ternura, uma ávida trova de um amar
Que nasce da sede e brota a embalar
Cada sentimento que o afeto conhece
O que ao arrebatado assim lhe parece
Aquece, e puxa a emoção pra poetizar
Pois, é a paixão no soneto a se revelar
© Luciano Spagnol - poeta do cerrado
04 outubro, 2021, 18’32” – Araguari, MG
poeta errante
como ventania desajeitada
alma pela estrada
ilusão encantada…
vivo eu a velhice
no silêncio, meninice
sem crendice...
apenas vivendo
pouco querendo
ou tendo...
afinal, a vida
de uma orquídea, adiante
bela e breve,
a cada instante...
diversa, em verso
assim vou, vibrante
[…] disperso
eterno poeta errante...
© Luciano Spagnol - poeta do cerrado
30/07/2020 – Triângulo Mineiro
Eu amo-te, e Tu o sabes, Jesus divino!
O Espírito de amor incendeia-me com o seu fogo.
Amando-te a Ti atraio o Pai, que o meu coração frágil conserva, sem trégua.
Ó Trindade! És prisioneira do meu amor. Viver de amor, aqui na terra, é um doar-se desmedido, sem pedir recompensa... quando se ama não se fazem cálculos.
Eu dei tudo ao Coração divino, que transborda de ternura! E corro ligeiramente.
Nada mais tenho, e a minha única riqueza é viver de amor.
Rosário
Joelhos no chão
Oração ao alto
Coração em conversão
Tenhamos prioridade
No que traz a salvação
Neste amor que nos invade
O espírito, sejamos razão
O único caminho,
a vida,
a verdade,
Rezemos com devoção.
“Louvado seja Nosso Senhor Jesus Cristo e Sua Mãe Santíssima. Pra sempre sejam louvados.”
© Luciano Spagnol - poeta do cerrado
04/09/2025, 04’00’ – Araguari MG
Vida
Às vezes pessoas com depressão pedem a Deus para morrer, mas a verdade é que elas apenas têm medo de viver.
A vida é feita de escolhas, e as pessoas escolheram romantizar, "o amor? ", não! Romantizar o preconceito, o racismo e o machismo, como se fosse apenas um brincadeira. CRESÇA!.
O tempo não para, e ele não é ilimitado! Pra que gastá-lo se lamentando? Por que as pessoas se machucam tanto? Por que não agarrar sua vida como se fosse um bem precioso? Se ame e, se quiser mudar, mude!, mas mude pra melhor! Porque pessoas vão e vêm, mas você não pode fugir dos seus próprios reflexos.
Homens de Deus!!!
Varões de guerra, escolhidos desde o ventre.
Deus nos chama para nos posicionar, é tempo de Avivamento 🔥 🔥.
Ou você fica em oração 🛐 e interceda por aqueles que tomam frente na batalha ou você se prepare para ficar na primeira fileira da guerra.
Não há lugar para indecisão.
Como uma folha em branco
O ser humano é como uma folha em branco.
Nasce limpo, Destituido de qualquer complemento.
Com a oportunidade de uma vida plena, isto é, se tiver alguem em sua vida que saiba escrever uma boa historia, é claro.
Quando chega na adolescencia, as paginas de sua vida vão se preenchendo mais rapidamente.
Isso porque nessa faze, meu amigo... a vida corre intençamente. Vive-se muitas emoções de uma só vez, e se preenche o dobro da quantidade paginas em branco que escreveu na infancia.
Existem capitulos que se tem vontade de arrancar, mais este possui muitos anexos bons, então o que podemos fazer é passar um corretivo, ele apaga o que se escreveu, porêm deixa a sua marca para sempre.
Quando crescemos decidimos juntar dois livros diferentes,duas historias que tiveram dois rumos diferentes e passamos a escrever uma unica historia só que juntos.
E assim se prossegue ate a velhice quando uma das duas historias chega ao fim, seu papel acaba, mais deixa seu livro para a pessoa que o escreveu junto com você sempre leia e se lembre como foi bom a historia que escreveram juntos naquelas folhas em branco...
Algumas pessoas renunciam a seus sonhos e ideais e se concentram em obter poses e segurança. Às vezes a luta pelo sucesso e reconhecimento é deixada para o futuro, pois essas pessoas não têm coragem de ser elas mesmas, nem de enfrentar críticas por serem que realmente são e seguirem seu coração.
Outras vezes, vc encontra indivíduos obcecados por disciplina, que procuram manipular e ordenar a realicdade de acordo com sua própria posição. Eles julgam e classificam pessoas e coisas ao seu redor, colocando cada uma delas em um determinado caminho físico e mental, de tal forma que elas não podem se moviemntar, Assim, eles paralisam a ilimitada capacidade transformadora do amor humano e do universo.
Eu a vejo em todo lugar, e ao mesmo tempo, em lugar nenhum.
Eu sinto dor, eu sinto raiva. Eu ouço ela me aconselhando, em certos momentos.
Mas quando me deparo com a realidade, sei que é o meu subconsciente me pregando peças novamente.
Eu leio cartas, eu vejo fotos. Mas também sinto um grande vazio.
E não entendo a dor. Porque dói tanto não tê-la aqui.
Não é preciso muito para que tudo esteja bem em nossas vidas.
Uma boa refeição, uma palavra de conforto basta.
Estamos tão acostumados, que mal percebemos que é apenas uma ilusão.
Na verdade, nada está bem, nem vai ficar.
Nos apaixonamos por tantas coisas pequenas. Tantas coisas banais.
Mas o principal aqui é descobrir o sentido da vida.
Por ser algo tão dificil de se descrever, nos sentimos incomodados.
Mas somos amorfos, por isso ficamos maravilhados com tudo.
Eu nunca entendi porque somos tão loucos por um objetivo, uma função.
Somos movidos à isso. Queremos, constantemente, fazer a diferença na vida de alguém.
E quando conseguimos, isso nos deixa com a sensação de que estamos realmente vivendo.
Isso é um sistema incorruptível, e puro. Não podemos evitar, de maneira alguma.
Mas é tão ilusório, que mesmo não saindo do lugar, parece que estamos nos mexendo.
Um atrativo para cada momento se faz necessário. Assim como o sal se faz necessário para que haja sabor. Se não fosse assim, o próprio Jesus Cristo não teria dado tanta ênfase, quando alertou aos seu discípulos:
“Vocês são o sal da terra. Mas se o sal perder o seu sabor, como restaurá-lo? Não servirá para nada, exceto para ser jogado fora e pisado pelos homens.” Mateus 5:13
Portanto, demo-nos a nós mesmos um sabor...uma atrativo...um motivo para cada dia, hora, minuto e segundo.
Sei que sou um animal, mas me considero diferente dos demais; me acho especial.
Me acho tão especial que insisto em dizer que sou um animal racional, apesar de quase nunca racionalizar.
Sou impulsionado por meus instintos.
Quando faminto, como;
Quando excitado, copulo;
Quando ameaçado, fujo;
Quando provocado, ataco;
Faço simplesmente porque minha vontade manda que eu faça.
Não racionalizo.
Não meço as consequências das minhas decisões votivas.
Por mais que eu evite admitir essa natureza, não me envergonho em usá-la como justificativa de meus atos.
Fiz porque deu vontade.
Sou um homem. O animal mais irracional que há.
Sou um animal.
A NOITE
Oh! jornada negra! O silêncio debruçado
Lá fora... um raio rasgando o céu, espia
A minha alma, teimosa, cheia de porfia
Fria, chuva que cai, molhando o cerrado
No horizonte desfalece a luz do fim do dia
No céu tenebrosa, a lua, e o quarto calado
E só, trevoso e largo, o trovão estardalhado
Troando a solidão da chuvosa noite vazia
Devassa... oh! jornada escura de loucura
Que estardalhaça no peito suspiro fundo
E excarcera o medo sem qualquer ternura
Pobre umbroso de arrelia, e moribundo
O sono, pávido e prostrado de amargura
A noite, chuvosa, faz-se lento o segundo.
© Luciano Spagnol
poeta do cerrado
2018, 25 de outubro
Cerrado goiano
Olavobilaquiando
Rir é chora depois chora de novo.
Debocha e desabrocha e debocha com jeito de menina.
Abraça e no abraço aperta, o mundo para e depois para de novo.
Eu sinto cheiro do seu cheiro.
Menina briguenta e Marrenta que ninguém aguenta.
Morde depois beija e depois me beija.
A saudade é inimiga e a distância megera.
No vai e vem da vida, a dispendida nunca acaba. Um dia passa, e sem você não passa.
Só passa se você passa comigo, porque ser só seu amigo não dá!
Eu penso e o tempo passa, mais só com você e que o pensamento tem fundamento.
TRAIÇÃO (soneto)
Sobre o meu ser, como sobre o poetar
Tirano fado, cai o senhor brutal engano
Como numa tarde de outono a desfolhar
Tomba a decepção num recital ao piano
Oh! dor do falto no silêncio a embalar
Solitário, tão sem sonho, no abandono
Minha trova, no pesar põe-se a chorar
A perfídia, acordando o inquieto sono
Oh! lastimar aqui neste meu ensejo
Que me vejo, nesta madrugada fria
Ter a alma como uma fé sem oração
Deixando a paixão sem amor e desejo
Tristonha, cabisbaixa, desiludida, vazia
Aos desmandos da desatinada traição...
© Luciano Spagnol - poeta do cerrado
22 de janeiro de 2020, 04’55”
Cerrado goiano - Olavobilaquiando
- quem nunca!
DÚVIDA (soneto)
E.… uma dúvida que me atormenta
A divisão que no amor em que ando
Padeço e sofro, num vazio, quando
O perdão e culpa, a qual me alimenta
Silêncio e traição sufoquei amando
Na ânsia de querer-te sem tormenta
Ah! Como dói este olhar que ausenta
Pois, o desejar no coração não mando
Tenho o dia estonteado e sem atitude
Choro, e com que ardor eu quisera
O afeto, agora confuso e sem virtude
Sinto que prodiguei a paixão sincera
Se sofro, porque invadir-te não pude
E nas incertezas, difícil é essa espera...
© Luciano Spagnol - poeta do cerrado
23 de janeiro de 2020, -Cerrado goiano
Olavobilaquiando
VENDAVAL NO CERRADO (soneto)
Áspero, entre os uivos, em lufadas nos buritis
De um constante sussurrar de uma ladainha
Prelado em prece, bailam nos galhos os saguis
Na imensidão, quando a tempestade avizinha
Rezas sobre a melancolia, agitam os pequis
Sobre o cerrado, badala o sino da igrejinha
E, em refrega, no céu, desenha o arco-íris
Grassando poeira tal qual a erva daninha
Bufa, num redemoinho em tal longura
Que abres no horizonte em chiar bravio
Gemendo o sertão num suspiro funeral
E invade, como guerreiro, toda a secura
Do chão, num comando do seu assobio
Avança atroz no planalto... o vendaval
© Luciano Spagnol - poeta do cerrado
23/01/2020, Cerrado goiano
A POESIA QUE CHORA
A poesia que chora, desinspirada
Na solidão, que padecer me vejo
Na realização, e tão despovoada:
Sofre, implora, por um puro bafejo
Não basta ter a rima apropriada
Nem só desejo de lampejo: desejo
Assim, tê-la, no versar que agrada
Não, no amor findo, oco e sem beijo
No exílio e no vazio que me consome
Não basta saber que no tempo passa
Que tudo passa, quando só quero estar
A poesia que chora, ficou sem nome
Separada do sagrado e tão sem graça
Quando a trova teria de ser de amar...
© Luciano Spagnol - poeta do cerrado
25/01/2020, 05’53” - Cerrado goiano
Olavobilaquiando
