Falas do Texto a Caixa de Pandora
A garota da roupa branca
Fizeste um truque para confundir
E eu, em suas artimanhas, só fiz cair
Caí numa armadilha mirabolante
Mascarada com seu olhar misterioso e penetrante.
Você é o mal, você é o bem
É o diabo que só faz o que lhe convém
E o que lhe trás excitação
É ver meus olhos melancólicos como o de Tristão.
Enquanto a tristeza me molda
Pergunto se tu és a minha Isolda
Mas para o lamento desse marmanjo
Não consigo decidir se tu és o demônio ou um anjo.
A queda do usurpador
Já quis que me chamassem de rei, mas temo ser amante da tirania
Temo ter o antagonismo impregnado em minha biologia
Pois sou culpado de viver em meio a explosões
Assim como a pólvora e o disparo dos canhões.
Nessa trama sou a principal figura antagônica
E a minha queda será cômica
Lembrarão de mim com ódio e não com amor
Vão cuspir em meu túmulo e me chamarão de usurpador.
Arrogante, fui tão pequeno como o menor inseto
E meu espírito sempre foi orgulhoso e inquieto
Somente a solidão, essa deve ser a minha punição
Pois é uma sentença justa para alguém que viveu como vilão.
A lucidez do louco
Meu amor, isso magoa
Ser eu e ser outra pessoa
Já escrevi coisa parecida
Então liberto a minha loucura escondida.
Quando a coisa aperta só quero ir embora
Para ver se tudo melhora
Às vezes só quero pegar as malas e fugir
E essa covardia toda me faz rir.
Toda essa confusão é lucro
Nunca me chame de são, me chame de maluco
Querem me enforcar
Pois o louco que reconhece a sua loucura é demais para decifrar.
...E quando o bate o amor, a gente perde o chão, se perde nos pensamentos e na concentração...
Nas horas, no tempo, nos olhos, no sorriso, no cheiro...
Quando bate o amor, se perde a explicação e o conceito...
E o sujeito simples vira composto...
E com o oposto determinado
A se encontrar nos no mesmo espaço e no mesmo mundo!!
Mulher, uma das criações mais complexas de deus, impossíveis de compreender mesmo se vierem com um manual, são incomparáveis e com certeza insubstituíveis, são um enigma que pouco a pouco é desvendado mostrando seus segredos.
Um ser capaz de gerar outro e amá-lo incondicionalmente, amor mais puro que existe, mulheres são de todas as formas lindas, emotivas, delicadas e ainda sim fortes, confiantes, de uma determinação admirável.
O que seria do homem sem uma mulher? Este que é grosseiro, quase insensível, um diamante bruto que é lapidado através dos tempos por este ser chamado mulher.
Mulheres que nos tempos antigos eram desprezadas pelos homens, mas hoje! Ser mulher significa ser símbolo de beleza, sensualidade e de vida! Motivo de cobiça, desejo e de disputa entre os homens.
Mulher, um livro que vem sendo escrito ao longo dos tempos e que jamais será terminado.
(http://escritosdopanda.blogspot.com.br/)
Passado
As vezes me parece que lá atrás fui feliz
Mas me lembro dos meus avisos “não se esqueça disto lá na frente”
Daí vem essa lembrança, mas sem as sensações do que estava sentindo quando dizia a mim mesma, vem só a frase que me alertava
Mas confio em mim, sei que não me enganaria, mas será?
Afinal eu era outra lá atrás, não sabia o que sei agora, então posso confiar no meu eu do passado que me alertava?
Neste momento minha mente me trai, estou pensando em coisas que devo fazer, coisas corriqueiras, acho que é para não me questionar, não duvidar do meu alerta, para continuar assim, confiando no meu próprio conselho…
Mas desconfio
O fim é a interrupção da reta. É quando uma constância perde a sua propriedade e se torna outra coisa. Uma coisa imutável. Imutável porque já aconteceu. É tudo que fica para trás e gera arrependimento, daqueles que machuca o peito até o dia da morte. Mas é, também, tudo aquilo que se conta aos netos com orgulho invencível.
Eu sou um girassol
Você é meu sol.
Todos os dias espero avidamente você surgir do horizonte, me iluminar, me fortalecer.
E eu o sigo em sua direção me mostrando onde devo ir
Mas aí anoitece, você tem que ir embora.
Mas não se preocupe meu amor, eu não fico chateada.
Sei que quando começar a raiar, você vai voltar pra mim. Me iluminar, me fortalecer e me guiar.
Por isso o amo
Por isso giro em seu entorno.
Afrenia
Não sei se era dia ou noite,
Não havia consciência temporal.
Só depois percebi; muito depois.
Mas aí tudo já se perdera.
Primeiro desceram de mim
Os noventa e seis rios soberbos
Das doze geleiras capitais,
Fundidas sob um fulgor magnífico.
Depois, multiplicaram-se, estes rios,
Em centenas de capilares azuis,
Nervosos e densos (pulsantes),
Rugindo no tapete de finas listras.
Agora é o caos; uma convergência vã,
Incerta, desprovida das certezas eternas.
Perderam-se os pontos cardeais, todos,
Inútil pensar; nada mais importa.
(Versos Livres de Luiz A Vila Flor)
(MINHA PRETA)
A areia vai caindo na ampulheta
Só quero te ver novamente, minha preta
Pois você é a parte interessante da minha história
É a prata, o ouro e a minha glória
Hoje um cara tocou nossa música no vagão
E te vi perfeitamente do som que saiu daquele violão
Lembrei como teu olhar petrifica como Medusa
Afinal você é a minha grande musa
Nosso fim não precisa ser trágico
Pode continuar sendo um suspiro mágico
Pois nessa minha declaração, em cada trecho
Não posso escolher lágrimas para construir nosso desfecho.
De: Caio Gabriel A Herc
Para: G
(O DESTINO)
Observo um elevado monte
Estampando o horizonte
No topo há uma profetisa
Que nas costas carrega os caminhos que o destino frisa
Se eu soubesse o que a previsão acusaria
Jamais teria falado com a mãe da profecia
Nunca teria escalado
Se soubesse que o destino não pode ser domado
Não pintarei esse quadro
Então que fique inacabado
O fim está determinado
Pois a dor virá em um cavalo alado.
Aos Fervorosos Dissimulados
Você não se cansa?
Tão mesquinho
Tão ridículo
Abominável!
Você!
Você que finge “ser bom”
Que se esconde em nuvens
E permite morrerem as crianças por problemas que nem entendem
Você!
Você que é hipócrita
Que dita tuas leis tolas
E prega sua terrível intolerância sobre o tão sublime
Você!
Você que se diz divino
Que finge ser o “bom samaritano”
E estraga o campo de flores com sua oratória
Você!
Você que nunca se provou
Que mata em seu nome
E também manda matar
Você!
Você putrefato!
Bastardo das ciências!
Cadáver do mundo!
Você!
Você cujo cheiro me causa ânsia
Me faz vomitar
E da nojo
Você!
Você não percebe que é o câncer
O tumor neste velho mundo
E a muito doente
Você!
Você que ainda insiste embriaga-lo
Com seu álcool mofado e velho
A fim de matá-lo, pensando fazer
o “bem”
Você!
Deixe-me agora
E deixe também meu mundo!
Ao menos uma vez faça o que fala, dizime-se pelo bem deste mundo.
AMOR NÃO CORRESPONDIDO
Se eu pudesse, no teu olhar,
Ver uma demonstração do teu querer,
Eu viveria, mesmo sem te ver,
Na ilusão de um dia te ter.
Se ao teu lado houvesse um lugar vago, Onde minha alma pudesse repousar,
Eu aceitaria até teu silêncio,
Se nele eu pudesse descansar.
Seu olhar não quer florescer,
Seu amor está gelado,
Você vive ainda sem me ver,
Eu morro por não ter-te do meu lado.
Alma penada é aquela que vaga,
Na esperança de um amor recíproco,
Num mundo onde o amor se tornou nada,
Onde as pessoas não têm vínculo.
Quando eu partir...
Quando eu partir, o dia não será mais a mesma coisa, nem a noite também;
O sol não terá o seu calor, e nem a lua o seu brilho.
Quando eu partir, as flores não serão mais coloridas e nem exalarão o seu perfume;
Os beija-flores e as abelhas não farão diferença alguma.
Quando eu partir, a criança não mais chorará, e nem o velho há de reclamar;
O brinquedo perderá seu valor, e a falta de atenção não será percebida.
Quando eu partir, a terra estará a espera ou as nuvens dirão: vem!
E eu irei, pois, de tudo o que importa, e a minha ida.
Por vezes assola-me esta vontade de te querer
Dou por mim a dar de mim por ti
E caio de pé, seguindo sempre o mesmo caminho.
No caminho contemplo o belo
As rosas, os cactos e as acácias
E caio de pé, seguindo sempre o mesmo caminho.
Limpo a seiva que sai dos meus poros
A dor não me assola
E dou por mim a querer dar de mim a ti.
MARÉ DE LÁGRIMAS
No amanhecer do dia novo,
E, no crepúsculo do sol...
Mergulhei, no mar em perspicácia dor!
Nadei em meio ao desespero.
Naveguei, naveguei e naveguei...
Até às trevas mais profundas,
Encontrei_me no alto mar das lágrimas,
E nos espinhos do COVID_19 me assentei...
Como vento, espalhou_se o Corona Vírus,
Invadindo o país como a invasão do exército babilónico em Israel...
E como praga sobre flores verdejantes,
A sua epidemia no tecido humano se estendeu como na cama o lençol.
Num piscar de olhos,
Deixou registrado dezenas de testemunhos oculares!
Nos hospitais locais...
As bancadas ficaram insuficientes!
Face a uma liderança justa: só haverá uma governação pura sem mácula, se a ética política deixar de encarar o agir humano como um projecto individual.
Porque o ser humano enquanto livre e dotado da consciência moral, tomará decisões no seu espaço privado e prejudicando assim a coletividade, isto é, o espaço público.
O GRILO ANOSO
Um grilo cantador, de rimas cheio,
Canta as dores de mim, em plena mata.
Sabe ser companheiro, enquanto canta
O que existe em minh’alma de mais feio.
Lá sarcástico, carpe o pranto alheio
Dos amores, dos sonhos… do que resta!
Faz mais bela a canção, demais funesta,
Do desdenhado amor que trago ao seio!
Por calvários da vida, lastimoso,
Quem me alegra é somente o grilo anoso
Que a cantar me traz paz, embalo e sorte!
Bem-fadado é este grilo venturoso
Que mais nada lhe importa para o gozo…
E em paz canta aguardando a doce morte!
.....
António Chaúque / 2007
(In: Fímbrias do Mar de Amor)
Há duas configurações psicológicas que historicamente têm causado muitos males as igrejas. O Idealismo (Puritano) e o Liberalismo (secular)
O Puritanismo é o ideal inalcançável da fé que em consequência nega a realidade e a natureza humana(Idealismo platônico). Já o Liberalismo é a imanentização da fé que em consequência prioriza as sensações humanas e a matéria negando o espírito (Materialismo ).
Já dizia Tomás de Aquino " A Virtude está no meio".
Mas o fruto do Espírito é: amor, gozo, paz, longanimidade, benignidade, bondade, fé, mansidão, temperança.
Gálatas 5:22
Então, ficou, naquela porta, que por muitas vezes havia batido, ouvia apenas o eco do "toc-toc", o rangido da madeira, o suspiro do vento...
Tipico de uma casa vazia, assombrada do vazio de quem já não mais ali habitava...
Mesmo sabendo da ausência, sentido que não seria convidado a entrar, ele insistiu mais dois leves "toc-toc", inclinou ao chão o olhar, arrematou as mãos aos bolsos, virou-se, um leve gesto nos lábios, que diziam sem som, "é", olhou a rua, garoava, mas não ligou, vagarosamente se afastou da porta, fechou o portão sem intenção de retornar, escolheu uma direção na calçada, e partiu, enchendo os pulmões daquele úmido ar de garoa...