Eu te Amo do Amanhecer ao Anoitecer
Minha forma de amar
Atordoada eu fico
por amar de uma forma tão excêntrica
amor de encanto eternizado
causador de assombramento
mas, é amor venerado,
não é amor medido
é amor discutível, irreverente
que tem a beleza do que é enigmático,
e é esta a sutileza:
- quem estagiou nesse meu amor indeterminado
por ele viverá deslumbrado.
Desequilíbrio
Eu não sabia onde estavam as fotografias
sempre me perguntava em que lugar estavam
eu não entendia a pergunta
eu não sabia sobre quais fotografias
Também me perguntava sobre o edifício
se tinha elevador ou era de escada
para mim não fazia sentido
esqueceu do meu grau de exigência
já não me conhecia
Eram questionamentos estranhos
sobre meus carros, trabalhos, números de assoalhas,
piscina, festas e alegrias...
mas, do meu eu, do meu interior
não queria saber nada
Através das perguntas insensatas
me subjulgava
como uma mandriona interesseira
eu já não valia nada
As minhas fotos sem filtro
meu rosto sem maquiagem
meu corpo não é malhado
e sem bronzeado
Minha vida é trabalho
meu espaço de lazer é tomado por livros
Como consequência, homeostasia
Só bem mais tarde eu entendi
que ele tinha outras fotografias
subia de escadas e nem era da própria casa
pois casa, já não possuía
seu carro uma lata velha desengonçada
seu trabalho acabou em nada
em festas não encontrava alegria
Tentou outras mulheres que me substituísse
as perguntas eram para as sua comparações
que tolice...
O que ele pretendia de mim se desacreditava?
O que vale a estética?
Vale um alto grau de entropia.
Caruaru
Vamos benzinho
pro agreste nordestino
vamos pra Caruaru
dançar o forró agitado
Eu, com o meu vestido de chita floral rodado
e as madeixas enfeitadas
com as flores do mandacaru
Tu, chapéu de cangaceiro
fingindo sotaque maneiro
escondendo o forasteiro
Tomaremos goles de capeta
comeremos petiscos com cumari
empoeiraremos o terreiro
Para depois do cansaço, uma bela rede rendada
amparada nas paredes de taipa
de um velho bandoleiro.
Quando sonhadora
Quando sonhadora
prescindo de tudo
eu me aventuro
me divirto
estudo
trabalho
talvez até, amo
Arrasto para as minhas fantasias
pessoas que se iludem
das minhas peripécias
Nossa! como fico ideal
Quando me induzo sonhadora
sou egoísta, até covarde
mas, como não poderia ser?
O sonho é somente meu
no meu sonho
posso tudo
de resto
o problema é seu.
Divagação
Eu quero uma cadeira
quero uma escrivaninha
quero uma folha de papel em branco
quero a folha de papel sem pauta
sem pauta por não gostar de escrever em papel pautado
escrever?
eu quero uma caneta
quero uma caneta da marca BIC
BIC transparente, tinta azul, ponta grossa e com tampa
a tampa da caneta é importante
entre o ócio e o criar
tira clipe é até cutícula
coça orelha, limpa cantinhos
entre um gole e outro do chá
a minha exigência é muita
não é fácil de realizar
mas, quero mais
quero um cesto de lixo
para dispensar o maldito rabisco.
O baú do arco-íris
Olá meu doce menino
Onde você estava enquanto eu lutava
para encher o baú do arco-íris?
Você estava no paraíso das alucinações
viajando na ponta do arco-íris
Meu doce menino
Onde você estava enquanto eu lutava
para termos um pouco do verão, céu azul
e noites estreladas?
Você só estava a espera do resultado do meu sacrifício
Meu doce menino
Assim não se pode ter o céu azul,
nem noites estreladas
nem verão
nem nada
Meu doce menino,
hoje o céu não tem arco-íris
e eu tenho o verão que quero
onde quero
conforme o meu sacrifício.
Eu queria ter vivido
Eu queria ter vivido
quando o tempo era manso
e as palavras não corriam
numa tela sem trato.
Quando o vento escrevia
nas janelas abertas,
e o silêncio trazia
respostas concretas.
Eu queria ter vivido
onde o olhar era carta,
onde o encontro não era
só um nome sem face.
Quando a praça era o mundo,
o degrau era escola,
e a verdade não vinha
mastigada em retórica.
Eu queria ter vivido
num instante sem pressa,
onde a vida pulsava
no compasso das eras.
Mas vivo no ruído
de um tempo sem tato,
onde o toque é um vulto
e a alma, um contrato.
Amor algorítmico
No futuro distópico, meu amor,
serás um código, eu, um algoritmo,
nosso romance, uma função de valor,
calculada em qubits, sem nenhum critério.
Teu coração, um chip quântico,
pulsa em superposições, frio e exato,
enquanto meu peito, um circuito vazio,
busca teu sinal no infinito abstrato.
Prometemos eternidade em nuvens quânticas,
mas nossa conexão falha, a rede oscila,
o 6G do amor é instável, desigual,
e o GPS da paixão nos leva à ilha
de um mar de big data, onde afogamos
nossos sentimentos em deepfakes vazios,
enquanto IA generativas nos declamam
poemas de amor, pré-treinados, sombrios.
Ah, meu amor cibernético e irônico,
será que ainda há espaço para o humano?
Ou somos apenas mais um código eletrônico,
perdidos no loop de um futuro insano?
Talvez, entre tantos qubits e labirintos,
ainda reste um sopro de verdade:
um erro no sistema, um laço antigo,
que nos salve da fria eternidade.
Purista, eu?
Chamaram-me purista, num tom de ironia,
Como se o zelo fosse pecado, heresia.
Por buscar nos arcanos da gestão cadente,
Um fio de lógica, um traço coerente.
Falaram de anacronismo, como quem sussurra ao vento,
Sem notar que o tempo carrega o esquecimento.
Gestões de ontem, sombras de um outrora,
Não resistem à aurora, que a crítica devora.
Eis que escrevo, não para agradar vaidades,
Mas para despir o rei de suas falsidades.
Se purismo é pensar, é questionar o vago,
Que me chamem de pura, pois o impuro é frágil.
Anacrônica é a cegueira que persiste em andar,
Na trilha do ontem, sem ousar inovar.
E eu? Sou ponte entre o velho e o novo,
Sou o verbo que inquieta, sou quem move o povo.
Não temo o rótulo que me foi ofertado,
Pois na busca da razão, o título é fado.
Que venha o futuro, com suas chamas ardentes,
Purista ou não, sigo lúcida, entre linhas e correntes.
DECLARO
(...)
Eu quero ser um sorriso em seu rosto,
mas se você não puder sorrir,
fique tranquila, eu irei guardar esse sorriso somente em mim, e irei suportar.
Eu estava em um caminho desconhecido
Uma mão me segurava
E a fumaça era tão escura que eu não podia enxergar nada.
Onde estou?
Vivi tanto tempo
Tanto tempo
Tanto tempo na escuridão
Quando ouvi dizer que tinha algo
Algo que não era escuridão
Meu coração palpitou.
Existe a luz? Se ela existir
É oque eu mais desejo..
.
.
Existi em busca dessa luz
Só tinha vozes e mãos me guiando
Uma mão me segurava e me dizia o caminho
E eu apenas andava
Enquanto outra mão me segurava estava assegurando que eu não estaria só
Um dia
Uma das mãos que me seguravam
Desapareceu
Me vi perdida
Me vi sem rumo
Só restou uma mão
Mas ela eu não conseguia ouvir
Para onde vou?
Oque vou fazer?
.
.
Um cheiro de flor me encantou
No meio desta angústia
No meio desse caos
Uma flor
Essa flor me aconchegava
Eu sentia seu cheiro
E um desejo imenso de estar com ela
Procurei ela
Por todos
Todos
Os cantos....
Nunca consegui alcançar esta flor.
De repente uma mão agarrou meu braço
E decidiu que iria me guiar
Pois eu não tinha rumo.
Sem uma mão para me guiar
Para onde vou?
Eu sei que quero ir para a luz
Esse lugar que dizem ser maravilhoso
Onde não há essa escuridão
Onde eu posso viver sem essas vendas em meus olhos.
Essa mão me afastava e afastava dessa flor
Que tanto me acolhia
Meu coração entrou em desespero
Estava cansada de tanta loucura.
Tanta melancolia
Senti falta daquela mão quente que se foi
E que nunca vai voltar
O caminho era desconhecido
E eu não enxergava nada
Eu só queria um feixe
Um raio
Uma linha
Alguma coisa
Luz?
Onde está você?
Te procurei
Procurei
Procurei
E....
Onde está?
Agora não sei para onde vou
Só me resta seguir essa mão
Não enxergo nada.
.
.
Flor? Seu cheiro?
Onde está?
Meu pior medo é estar longe de ti
Você jurou
Que estaria comigo até o fim.
Estou cansada
Cansada de andar
Rumo ao desconhecido
Escuto promessas de encontrar o fim dessa escuridão.
Mas...
E agora?
Um raio
Um raio
Preciso de uma prova
Será que a luz realmente existe?
Ou foi um sonho de algum lunático?
Me vi perdida.
_____________________________
EU
NASCI PARA MARCAR O TEMPO,
GOVERNAR O CURSO DOS VENTOS,
FAZER O QUE EU BEM ENTENDER.
ÀS VEZES, SOU TOLO, ACRESCENTO,
MAS OS PROBLEMAS QUE EU MESMO INVENTO
SEI A TODOS BEM RESOLVER.
PORQUE EU ME VEJO MUITO ACIMA DOS MUROS
E NÃO TENHO MEDO DO "ESCURO", OU DO QUE POSSA ACONTECER.
E SE BOA SORTE VAI ME SORRIR, NO FUTURO,
NEM O MAIS SÁBIO DOS HOMENS, EU JURO,
PODERÁ DIZER.
NÃO VOU FICAR VENDO A BANDA PASSAR,
VENDO A EMOÇÃO ESFRIAR E O CORAÇÃO PARECER.
VOU REFUTAR E ESQUECER OS PORQUÊS
SEM QUERER ENTENDER E A RAZÃO DESDENHAR.
E SE O INVERNO CHEGAR,
E SE DOR NÃO PASSAR, SEI QUE VOU SOFRER.
MAS SEM QUALQUER MEDO DE ERRAR,
CONTINUO A BUSCAR
E O MEU CORAÇÃO A BATER.
Tu que emprestas Tua luz
aos olhos da Esfinge
Ilumina minha escuridão
para que eu possa caminhar para dentro de mim
e sempre reconhecer -Te
em todos os seres
eu habitante de Tua argila acesa
Meu guardião
O Anti-herói diz:
Os heróis têm lealdade ao mundo. Eu tenho lealdade a quem realmente importa. Porque se você se importar com todo mundo, no final, a maioria não se importará com você.
De tudo que eu faço, penso ou me oriento é fruto da minha observação. Portanto, é óbvio que em algum momento do percurso vou desagradar alguém.
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