Eu sou uma Pessoa Timida
Era bonito. Você escutava o que eu falava com uma paciência que poucos antes de você tiveram. E me abraçava quando as palavras acabavam e eu tinha que engolir o choro, porque continuavam esperando que eu fosse forte – de um jeito que eu nunca fui de verdade. Nós dois entrávamos numa sintonia ali naquele abraço, numa promessa silenciosa, não de pra sempre, mas de momento. “Eu estou aqui agora” – e isso era grande coisa. Uma coisa enorme. Simples, fácil, leve, bonita. Talvez, uma das coisas mais bonitas com as quais já esbarrei nos meus poucos anos de vida.
Você me apoiava. Não precisava me entender, concordar ou acreditar em mim. Você me apoiava porque dizia que me queria feliz. Um sorriso no rosto e um coração alegre. Lembra? Era o que você sempre dizia que eu deveria ter, quando, cansada, eu queria desistir da vida e jogar todos os meus sonhos para o ar. Você segurava minha mão, me fazia respirar fundo e repensar todas as minhas decisões. Dizia que eu tinha que ser menos radical nas minhas escolhas. Que tinha que ir com mais calma. Ter mais serenidade.
Era reconfortante. Você tinha um jeito só seu de entender minhas dores sem que eu precisasse explicá-las. E, quando viu minhas feridas, correu para a farmácia mais próxima para arranjar todos os curativos possíveis para que eu me livrasse das cicatrizes. Você me pegou aos pedaços, trouxe a cola e juntou pedaço por pedaço. Me colocou em pé outra vez, como se eu nunca tivesse caído.
Você me falou verdades que eu não queria ouvir. Me disse quando eu deveria parar. E avisou quando eu deveria continuar indo em frente. Você me ensinou e prestou atenção também nas minhas lições. Discutiu – sem me menosprezar – política, futebol e religião. Você assistiu aos jogos do tricolor ao meu lado. Sem se manifestar contra.
Era bonito. E era amizade, cumplicidade, sinceridade, companheirismo, olho no olho, mão na mão, sua vida na minha e minha vida na sua. Era um jeito de me importar sem obrigação. E ver você se importar comigo sem cobranças. Era bonito. Disso nunca tive nem dúvida. Agora, enquanto você arruma suas coisas e não me dói, eu vejo todas as esquinas do nosso caminho. A gente se desviou antes mesmo de se encontrar. E, no meio da estrada, quem roubou meu coração não foi você. Seu coração também nunca foi meu. Mas era bonito. De verdade, sabe? Por mais que ninguém nunca tenha entendido.
Você é uma dessas pessoas que entram na nossa vida uma única vez. Aparecem aqui, causam um alvoroço, nos ensinam a olhar a vida de uma maneira diferente e depois se vão. Têm outros caminhos para percorrer. Eu também vou para o outro lado. A gente não poderia mesmo ficar junto. Faltaria sempre alguma coisa. Um frio na barriga. Um coração acelerado. Um arrepio frio. Sempre existiria aquela vozinha chata: você sabe, não é ele. Não era você. Não fui eu também.
Porque era bonito, mas não era amor. Não era.
Perdoo uma, duas, três vezes se necessário. Afinal sei que você também é humano e assim como eu também erra. Porém permanecer no mesmo erro já é sacanagem né? Você faz, refaz a mesma coisa, do mesmo jeito, várias vezes. Chega uma hora que não dá, simplesmente não dá para aguentar mais. Então quero deixar bem claro, se você persistir no seu erro. Não irei brigar, nem te mandar embora. Eu mesmo irei arrumar minhas malas e dá o pé para longe. Não vou fazer nenhum drama, não quero te ver me pedindo pra ficar. Só espero que você consiga viver sem mim, porque quando sentir minha falta. Já pode ser tarde demais.
"Hoje acordei com uma vontade de MIM... Vontade de fazer só o que EU quero, vontade de ser só o que EU quero, vontade de jogar tudo pro ar e dizer "DANE-SE", essa vida é MINHA, devo ter feito algo pra merecê-la... Enfim...Que vontade de ser FELIZ!"
-Aline Lopes
Quando bate aquela desanimação, eu passo o dia inteiro na cama. Às vezes dá uma preguiça danada de levantar da cama e encarar o mundo, sabe?
Uma coisa eu decidi: não vou mais perder a cabeça. Aquela outra, aquela moça de pavio curto, que se irritava, explodia e se cansava a cada dia que passa deixa de existir mais um pouco. Ando mais centrada, coloco as coisas na balança, penso mais, reflito. Tem coisa que eu deixo passar. Não vale a pena. Tem gente que não vale a dor de cabeça. Tem coisa que não vale uma gastrite nervosa. Entende isso? Não vale. Não vale dor alguma, sacrifício algum.
Eu queria que você estivesse aqui, queria mesmo. Mas não vou sair por aí igual uma louca implorando por você. Então, vai se ferrar. Mesmo que doa em mim dizer isso,vai ser ferrar. Aliás, vai pra china plantar batata , não, não, melhor que isso vai... Vai..
Ah sei lá vai pra qualquer lugar, só não me vem com cara de cachorro perdido.
Hei! Eu existo para criar uma história bonita na sua vida, portanto, pense em mim em toda a sua existência...
"Depois que eu terminei, ele nunca mais conseguiu uma mulher de verdade,
posso confirmar isso com o Facebook dele que é uma mistura de creche com galinheiro."
Eu não sei com quantos paus se faz uma canoa,muito menos quantas mentiras são necessárias para manipular uma pessoa.
Com os meus passos eu vou caminhando rumo a uma vida melhor. Passos as vezes mais leves, outros as vezes tão pesados que parece que vou parar no meio do caminho.
Mas sigo em frente!
Sigo em direção ao meu destino que não sei qual é. Mas que, fazendo bonito, com carinho todos os dias passo a passo, com fé em Deus e esperança em meu coração, sigo o meu rumo sem medo. Porque sei que lá na frente algo de bom me espera.
Há uma ideia de um Patrick Bateman, uma espécie de abstração, mas não existe um eu real, apenas uma entidade, algo ilusório, e embora eu possa esconder meu olhar frio e você possa apertar minha mão e sentir minha carne apertando a sua e talvez você possa até pensar que podemos comparar nossos estilos de vida, eu simplesmente não estou aqui.
Poema Melancólico – Hemorragia da Alma
Eu te amei com uma fidelidade ingênua,
daquelas que a gente oferta sem cautela,
como quem deposita o coração inteiro
numa promessa frágil, de aparência tão bela.
Mas tu eras narcísica inconstância,
um vazio requintado em forma de gente,
um afeto de porcelana: vistoso,
mas que se estilhaça facilmente.
Eu, tolo, fiz vigília sobre teus silêncios,
buscando migalhas onde só havia desdém.
E cada gesto teu — tão miúdo, tão ínfimo —
era um corte discreto, mas profundo também.
Hoje trago no peito essa hemorragia etérea,
sangramento que não se vê, mas consome.
Um padecer sem alarde, clandestino,
que corrói o que resta do meu nome.
E percebo, enfim, com amarga lucidez,
que o amor que te dei, vasto, plúmbeo, inteiro,
não foi capaz de redimir tua secura,
nem de salvar meu próprio travesseiro.
Resta-me agora a cura lenta e austera:
recolher meus cacos com serenidade tardia,
e permitir que o tempo, senhor indulgente,
estanque o que sobra dessa triste hemorragia.
