Eu sou aquilo que Perdi Fernando Pessoa

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Eu vivo de muitas saudades. E quem se arrebenta de tanto existir, vive pra esbanjar sorrisos e flashes de eternidade.

Como eu queria tomar vergonha nessa minha cara e te mandar embora da minha vida, mas quanto mais eu penso em fazer isso, mais eu te desejo.

O tempo passou. No meio da festa, outro dia, eu olhei para o sujeito e percebi que não sentia mais nada em relação a tudo aquilo. Parecia tão importante na época, parecia insuperável, mas acabou, ficou para trás, não deixou rastros. A vida andou, como a vida costuma fazer - desde que a gente não se agarre às memórias com as duas mãos, desde que a gente não fique refém da traição e da culpa.

E eu digo sempre no final de cada conversa: Te cuida meu bem ...Com vontade de dizer: Me cuida, por favor, pois meu eu está em você ...

...e então eu disse que sim, que estava disposto, que eu teceria. Que eu teço.

Eu não procurei, não insisti. Contive tudo dentro de mim até que houvesse um movimento qualquer de aceitação. Quando houve cedi.

Preciso de alguém que eu possa estender a mão devagar sobre a mesa para tocar a mão quente do outro lado e sentir uma resposta como - eu estou aqui, eu te toco também. Sou o bicho humano que habita a concha ao lado da conha que você habita, e da qual te salvo, meu amor, apenas porque te estendo a minha mão.

Foi então que eu a vi.

Estava encostada na porta de um bar. Um bar brega - aqueles da Augusta-cidade, não Augusta-jardins. Uma prostituta, isso era o mais visível nela.

Cabelo mal pintado, cara muito maquiada, minissaia, decote fundo. Explícita, nada sutil, puro lugar-comum patético. Em pé, de costas para o bar, encostada na porta, ela olha a rua. Na mão direita tinha um cigarro; na esquerda, um copo de cerveja.

E chorava, ela chorava.

Sem escândalo, sem gemidos nem soluços, a prostituta na frente do bar chorava devagar, de verdade. A tinta da cara escorria com as lágrimas. Meio palhaça, chorava olhando a rua. Vez em quando, dava uma tragada no cigarro, um gole na cerveja. E continuava a chorar - exposta, imoral, escandalosa - sem se importar que a vissem sofrendo.

Eu vi. Ela não me viu. Não via ninguém acho. Tão voltada para a sua própria dor que estava, também, meio cega. Via pra dentro: charco, arame farpado, grades. Ninguém parou. Eu também não. Não era um espetáculo imperdível, não era uma dor reluzente de neon, não estava enquadrada ou decupada. Era uma dor sujinha como lençol usado por um mês, sem lavar, pobrinha como buraco na sola do sapato. Furo na meia, dente cariado. Dor sem glamour, de gente habitando aquela camada casca grossa da vida.

Sem o recurso dessas benditas levezas nossas de cada dia - uma dúzia de rosas, uma música do Caetano, uma caixa de figos.

Eu ia sentir uma baita falta dele. Mas eu disse que não, eu disse depressa que não.

Minha voz vai querer dizer tanta, mas tanta coisa que eu vou ficar calada um tempo enorme só olhando você sem dizer nada.

Eu prefiro viver com a incerteza de poder ter dado certo, que com a certeza de ter acabado em dor.

Mas eu não podia, ou podia mas não devia, ou podia mas não queria ou não sabia mais como se parava ou voltava atrás, eu tinha que continuar.

Colei aquele ''Eu Amo Você'' no espelho. É pra mim mesmo.

Eu não aceito nada nem me contento com pouco. Eu quero muito, eu quero mais, eu quero tudo.

Eu ouvi.
Doeu.
Fingi que tudo bem.
Mas depois chorei.

Eu quero um colo, um berço, um braço quente, um calor no inverno, um sonho calmo, um espaço enorme, como a lua rodando entre as estrelas…

Mas eu estou viva, não estou? As pessoas estão todas aí, não estão? Só me falta somar ao invés de substituir e viver ao invés de escrever. Dá licença, vou até ali fazer diferente.

O teu cheiro, meu Deus, que loucura, eu tinha quase esquecido do teu cheiro

Cartas, santos, números, astros: eu queria afastar completamente todas essas coisas da minha vida. Queria o real, um real sem nada por trás além dele mesmo. Apenas mais fundo, mais indisfarçável, sem nenhum sentido outro que não aquele que pudesse ver, tocar e cheirar como os cheiros, mesmo nauseantes, mas verdadeiros, dos corredores do edifício. Eu estava farto do invisível.

Não planejava sentir alguma coisa por você, mas
aconteceu. Sinto muito por isso.
— P.S. Eu Te Amo

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