Eu sou aquilo que Perdi Fernando Pessoa

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O ridículo é que só no chão você percebe que caiu. Então é tarde demais.

Quase novembro, a ventania de primavera levando para longe os últimos maus espíritos do inverno.

imagino que isso que chamamos de amor. Algo assim. Porque tudo que vivi e senti antes me parece agora bobagem, brincadeira.

Daquele tempo nem tão distante, daqueles dias que até hoje duram às vezes duas, às vezes duzentas horas, restou esta sensação de que, como eles, também me vou tombando rápido dentro da boca de um vulcão aberto sem fôlego nem tempo para repetir como numa justificativa, ou oração, ou mantra, enquanto caio sem salvação no fogo que é verdade, que si, que no, que nadie puede mismo vivir sin amor.

Caio Fernando Abreu
Ovelhas Negras

Gosto de pensar assim que quem já morreu fica num lugar quentinho, que a gente não vê, cuidando de quem ainda não morreu. E se você quiser agradar a essa pessoa, é só fazer coisas que ela gostava. Aí ela fica ainda mais quentinha e cuida ainda melhor da gente.

Então e assim, somos presente, passado e futuro. Tempo infinito num só, esse é o eterno.

Senti pena. Foi isso. Pena. A pior coisa que se pode sentir por alguém.

Amor? Não sei. É meio paranóico. Parece uma coisa para enlouquecer a gente devagar.

Você nada está me devendo; Por isso, meu bem, não entendo; Porque anda agora falando de mim.

Se o tal "amor" é impontual e imprevisível que se dane! Não adianta: as pessoas são impacientes! São e sempre vão ser! Tem gente que diz que não é... "Eu não sou ansioso, as coisas acontecem quando tem que acontecer." Mentira! Por dentro todo ser humano é igual: impaciente, sonhador, iludido... Jura de pé junto que não, mas vive sempre em busca da famosa cara metade! Pode dar o nome que quiser: amor, alma gêmea, par perfeito, a outra metade da laranja... No fim dá tudo no mesmo. Pode soar brega, cafona... Mas é a realidade. Inclusive o assunto "amor" é sempre cafonérrimo. Acredito que o status de cafona surgiu porque a grande maioria das pessoas nunca teve a oportunidade de viver um grande amor. Poucas pessoas experimentaram nesta vida a sensação de sonhar acordada, de dormir do lado do telefone, de ter os olhos brilhando, de desfilar com aquele sorriso de borboleta azul estampado no rosto.

Luis Fernando Verissimo

Nota: Adaptação de trechos de Link

Não tenho mais paciência nem cabeça para esse tipo de coisa miúda.

E tanto tempo terá passado, depois, que tudo se tornará cotidiano e a minha ausência não terá nenhuma importância. Serei apenas memória, alívio.

Caio Fernando Abreu

Nota: Caio 3 D: o essencial da década de 1980, pág. 106

Vou te dizer o que sinto: sabe o que é você dormir pensando em alguém e acordar com esse mesmo alguém na sua cabeça? Como se já não bastasse o meu coração que acelera só quando falo contigo, tinha que dominar também os meus pensamentos? E os meus ouvidos? Parecem coligados com minha alma, todo bom som e toda boa música, me traz você. E os meus olhos, estes são deslumbrados por ti, porque quando os fecho, o seu rosto é a única coisa que consigo ver, de um jeito só meu, um jeito que tive que criar na tentativa de saciar a vontade de te ter. Minha boca já nem mais me obedece, vive falando seu nome sem me deixar perceber. E os meus lábios? Estes vivem na espera de encontrar os seus.

Essa morte constante das coisas é o que mais dói.

Com a faca da nostalgia do longe cravada fundo no peito. Às vezes dói, mas logo passa também.

(...) só guardei três gostos na boca; de vodca, de lágrima e de café.

Lá dentro cabem sonhos de todos os tamanhos. Mas não cabe muita gente. Todas as pessoas que estão dentro dele não estão por acaso. São necessárias.

A impressão que tenho é que nunca vai passar… Que a cicatriz não fecha… Que só de esbarrar, sangra.

Deixa que a loucura escorra em tuas veias. E quando te ferirem, deixa que o sangue jorre enlouquecendo também os que te feriram.

Penso em você apesar de não sentir sua falta e muito menos sua presença. Penso em você porque sinto um vazio, que eu não sei do quê.