Eu sei Dividir os Dons que Deus me Deu
Fim do dia
Enfim... ontem eu entendi...
entendi o que mais me afligia...
no fim da dia:
a falta de luz me cega como a mais forte luz do dia.
Enfim... ontem eu entendi...
entendi que amar
é pra quem jogos complicados gosta de jogar...
Amar é um mero jogo de dados.
Ganha quem joga sem se importar se vai perder ou ganhar.
Um dia eu serei
poeira no ar
gota de oceano no mar
brisa da madrugada
luz apagada...
do tudo um quase nada.
Um dia serei
o que não sou mais
ausência de tudo
suave mistério
a envolver tua falta de paz.
Então, enquanto ainda sou
Aproveita tudo de mim
Suga de mim esse oceano sem fim...
enquanto ainda sou...
... um dia apenas serei
vaga lembrança de que um dia fui,
de que teu caminho atravessei.
Vida e esperança
Sigo...
Em cada passo, meu próprio eu persigo...
Juntando pedaço por pedaço, meu caminho faço...
Pego carona nos meus sentimentos – não importa se alegrias ou tormentos...
Refugio-me nos cantos da vida... nos becos sem saída.
Aninho-me em meus próprios braços... me abraço.
Me amoldo a cada espaço.
Adormeço e sonho:
Abalizo um enredo.
Sigo-o sem medo...
certezas ou incertezas – não importa.
Vida leve ou de uma imensa aspereza,
brandura ou austeridade – não importa.
Sorrio...
Na vida há de ser ter eterna paciência... discernir quando parar... quando continuar.
Abro a janela... sorvo lentamente o ar que faz tão doce e leve meu levantar e respirar...
Na vida há de se ter doçura...
Na vida, como criança, um passo, outro passo... com pitadas de candura
... sigo
sigo sem nunca desesperançar.
Tarde demais
E... mais uma vez você vem com suas desculpas (e eu desculpo)
E mais uma vez você diz que sente muito.
Me segura por um fio...
E depois me derruba... mais uma vez.
Sempre tem mais uma vez.
Como água do rio... corredeiras.
Mais de uma vez dor e mortes certeiras.
Mil vezes me afoguei e
... em seguida voltei.
E me desafoguei.
Na margem do rio sentei.
Respirei... fundo respirei
E mais de mil poemas poetei.
Cansei.
Você não precisa de mim.
Você não gosta de mim.
Entendi... na hora certa... só
agora é tarde demais (pra você).
Tão tarde... que agora é fim.
Vou continuar sem você e você vai conseguir seguir sem mim.
Esperança
Sim, eu sigo
com toda a esperança do mundo.
Não me desespero nem por um segundo
Sim, eu espero o dia seguinte.
Sim, eu espero o alinhamento dos luminares, dos astros.
Sim, eu espero que encontres no meio de tantos outros os meus rastros...
Tenho feito trilhas de migalhas.
Tenho marcado território.
Tenho conectado nossos caminhos, nossas trilhas.
Tenho sintonizado nossos horários.
Loucura, insanidade?
Alienação, demência?
Paranoia, doidice?
Paciência?
Quem sabe?
Sim, eu intuo o instante.
Sim, eu te incluo nos meus sonhos.
Mas eu vivo...
não apenas a tudo sobrevivo.
Abstinência
Há um vazio de mim mesmo
Rondando por aqui…
Algo que eu não costumava sentir.
Acabaram-se as prioridades.
Tanto faz igualdade ou desigualdade.
Um buraco no meio peito.
De esponja sou feito.
Não sei se falta em mim
O que sobra em você.
Dói em mim algo que não tenho…
Como é possível?
O coração dispara se penso em você.
Falta-me o ar se penso em você.
O que falta em mim…
Você pode devolver pra mim?
A tranquilidade do meu coração.
E mais… ele completo, por favor,
e… ainda, deixe-me sempre com ar por perto.
Essa abstinência de você está me matando.
Essa abstinência de mim, me dilacerando.
Essa dor fantasma está me consumindo.
Sinto-me sumindo… o coração… a mão… o braço…
De pouco em pouco… vou-me despedaçando em mil pedaços.
Sigo... eu consigo
Só tenho de continuar respirando
Tal náufrago tenho de continuar tentando.
Ondas me submergem.
Nada à vista.
Mas também não há lugar pra ir.
Perambulo.
Na próxima esquina o escuro.
Nada do outro lado do muro.
Ruas desertas.
Sentidos em alerta.
Titubeio... vacilo... hesito
Ondas de frio me submergem.
Lembranças me consomem.
Por que o amor vem... e some?
Visões de oásis...
Sonhos vãos?
Nada é em vão...
Sigo.
Um porto seguro...
Alguém trará amanhã consigo?
Amanhã o sol vai nascer...
Quem sabe o que a maré vai me trazer?
Sigo...
...
consigo!
Porque eu quero paz
Todos queremos paz... mas nos armamos até os dentes.
Há muros de proteção cada vez mais altos cercando nossas casas, reforçamos nossas portas. Impomos paz com força... e só conseguimos mais guerra, mais desavenças. Há tantos conflitos acontecendo.
Você sabe que um conflito sempre é a materialização de uma emoção? Pois é... se quisermos que a paz reine, precisamos, antes de tudo, gerenciar bem nossas emoções. Precisamos manter nosso espírito tranquilo em meio às tempestades... nada vai ajudar a gerar paz se no momento de um conflito nos descontrolarmos, se nos abalarmos quando o chão desaparece de debaixo de nossos pés.
Joguemos sementes de paz ao vento. Cultivemos a paz, sejamos solidári@s, altruístas, tolerantes, complacentes. Saibamos sentar e ouvir o outro... emanemos paz... com nossas palavras, nosso timbre, nossas ações, nossas reações... coloquemos abaixo os muros da indiferença. Exalemos paz... pois “quando em seu coração reina a paz, da menor casa um palácio se faz” (Ditado popular).
Silêncios inexprimíveis
Eu escrevi silêncios inexprimíveis...
eu gritei, te sacudi, tua cabeça bati...
tudo isso só por amor a ti.
Tu te fizeste silêncio
e não me ouviste,
minha dor não sentiste
e partiste...
e me partiste.
Onde andas tu
hoje em dia?
O silêncio ainda é tua companhia?
Os gritos ecoam
desde aquele dia...
Se tu nunca tivesses sido
eu ainda saberia o que um dia foi alegria?
Uma vida pra chamar de minha...
não, não tenho.
E olha que eu me empenho
faço planos, traço metas,
estudo tudo,
vivo a esquematizar.
Eu mesma a me guiar,
o timão na minha mão,
minha estrada a trilhar...
não importa como acabar.
Mas o destino... ah! o destino!!
Total desatino
me faz perder a razão...
pegou minha vida de jeito
e segura bem forte com as duas mãos.
Eu projetando.
E o destino jogando.
Eu implorando.
E o destino nem ligando...
desde o início saiu ganhado.
Um caminho plano...
E eu nos planos sempre tropeçando.
Pra você eu guardei
Pra você eu guardei
um amor inteiro
e nem notei...
Dias e noites chorei...
Me descabelei.
Um amor inteiro.
Um tiro certeiro.
Era pra ser de janeiro o janeiro.
Não chegou nem a fevereiro ;(
Sem você
Você.... sempre você
Lá... em algum lugar...
bem longe daqui.
Eu... sempre eu...
Aqui... no mesmo lugar...
bem perto daqui.
Você e eu
cada um com o que é seu...
você que não é meu,
meu coração que é só seu.
Ando na corda bamba,
procuro de cá pra lá,
não sei mais aonde buscar
um ponto de apoio pra me segurar.
Eu, perdida...
num canto esquecida,
desiludida...
só quero viver em paz minha vida.
Você, meu porto seguro,
meu céu, meu ar... meu tudo...
a batida do meu coração...
foi embora, tirou meu chão,
me deixou
completamente sem direção...
e, na partida, descoloriu minha vida.
Perdida e descolorida.
Pé na estrada
Pé na estrada...
é madrugada,
uma longa caminhada,
não paro por nada...
eu chego lá,
o primeiro passo acabei de dar...
não sei qual é o segundo,
só sei que há um mundo
me esperando,
vou caminhar,
todas as amarras vou soltar
nada me prende
nem me surpreende
se você, no fim de tudo,
estará lá a me esperar.
Meu choro
Não choro, não, não choro...
Mas nem sempre fui assim,
houve épocas em que eu morria,
morria de pena de mim.
Eu chorava,
as lágrimas não controlava,
deixava-as correr pelo rosto,
mostrava todo o meu desgosto.
Hoje eu engulo meu choro...
não choro.
Prendo minhas lágrimas
com força dentro de mim...
e sorrio, sorrio sim.
Às vezes, não consigo todas controlar
e uma consegue escapar...
e eu finjo 'é apenas um cisco'
a me machucar...
Sabe o que é trágico?
Meu choro? Não...
Meu fingimento? Não...
O trágico é todo mundo acreditar...
que um cisco está a me maltratar...
Não há sequer um movimento no ar...
Sempre alguém se oferece pra soprar,
do meu olho o cisco tirar...
... assopra, e assopra, e vê o cisco sair (?)
junto com outra lágrima dos olhos cair...
Pandemia
E eu continuo batendo na tecla de que o bom seria escrever só sobre o belo, o que nos alegra e conforta o coração, falar de coisas leves... das borboletas... das flores... de sons e sabores maravilhosos mas...
Os dias estão aí para mostrar que há o outro lado...
dias maus...
o mundo parece estar estilhaçado - já escrevi isso outro dia... parece que faz tanto tempo.... mas foi mais ou menos anteontem.
e quando escrevi pensei: o fim dos dias maus está logo aí...
e esse logo aí que não chega.
notícias de morte não param de chegar... Covid... mortes de causas naturais... acidentes... e, ainda, há aqueles que tiram vidas... como está comum isso. Não quero me acostumar a abrir o Whats de manhã e achar normal que mais alguém... ou mais alguéns se foram...
mas quem sou eu?
nesse Universo enorme... sou um pontinho tão pequenininho, só não sou invisível porque sou visível... mas me sinto invisível... e jogada de lá pra cá ao sabor das ondas... faz tempo que não sinto meus pés pisando o chão com segurança.
tanta coisa empacada. Até planos que eram tão comuns fazermos, hoje parece que não há lógica em fazê-los. Nossas vidas, nossas decisões, nossos futuros - nada está sob nosso controle.
na verdade sei que é meio ilusão achar que minha vida pode estar totalmente em minhas mãos... que quem tem bem forte preso nas mãos o timão sou eu... não é bem assim, né?
mas eu tinha a ilusão e isso já me ajudava bastante... ter ilusão... era um sentimento que me ajudava bastante... acho que isso é uma grande ilusão... também.
e fim... por hoje.
Cuide-se... use máscara... evite aglomerações... lave muito bem as mãos... e vamos que vamos ❤
Por que voltou?
Não fez nada pra evitar
que triste eu fosse ficar.
Um dia partiu.
Meu coração partiu.
Estilhaçado,
chorou desesperançado.
Não fez nada pra evitar
uma dor que eu não queria sequer relembrar.
Meu maior castigo?
Não foi você partir…
Foi você voltar.
Longínquo tempo
Longínquo tempo.
A neve cobria a estrada.
Meus passos ficavam marcados.
Eu andava apressado.
Corria e ria…
Não sentia o frio que cortava meu rosto e mãos descobertos…
Não importava se era o frio da neve ou o calor do deserto.
Tinha você por perto.
Hoje estou só.
Não chove, nem venta.
Não neva também.
As ondas espreguiçam-se languidamente pela areia…
Uma vela lá longe tremuleia…
Ando.
Vagarosamente.
Não deixo marcas na areia.
A água do mar se encarrega de tudo apagar.
Não quero mais marcas.
Comecei a ter medo.
Já não sorrio… não rio mais.
Minha alegria ficou perdida há tanto tempo…
Minha alegria está tão lá atrás.
Há um tempo iniciei a saga de esconder…
E assim, confesso, tenho conseguido sobreviver.
Sombra
A sombra que me acompanha.
Às vezes à minha frente está...
Antes do que eu, quer a qualquer lugar chegar.
A sombra que me acompanha
Às vezes atrás de mim está
Chega sempre depois de mim onde estou a chegar.
Se eu corro
Minha sombra corre também.
Se devagar estou a caminhar...
Minha sombra em passos lentos a me acompanhar.
Às vezes ela se apaga... sem nem mesmo querer... sem nem mesmo me dizer.
Noutras... nem o vento mais forte consegue fazê-la desaparecer.
Sombra sombria.
Sombra na alegria.
Sombra nos momentos de dor...
E, como não poderia deixar de ser...
também sombra nos momentos de amor.
Meu amor
Ele tem uma voz que me encanta.
Suave, macia a me envolver...
Eu ficaria de lunes a domingo só a sua voz a escutar...
Oh como é bom ouvi-lo falar o quanto ele gosta de me amar.
No início... um amor tímido.
Não se fazia chamar a atenção
Foi num crescendo com o passar do tempo
Conquistou ele todo o meu coração.
Hoje, meu amor...
A vida não pode mais transcorrer
Se do meu lado não estás a viver.
Esse vazio em mim
Há um vazio de mim mesmo
Rondando por aqui…
Algo que eu não costumava sentir.
Azuis celeste, turquesa... qual é a cor mesmo deste amanhecer?
Há nele alguma coisa de neon policromático.
Nada apático.
É o astro-rei que espia lá longe na linha do horizonte...
Saiu de seu cárcere de solidão
E vem alegremente alegrar milhares de corações.
Colorir aquarela de mil cores cheias de emoção.
E eu?... Bem, eu me espero.
Sei que é preciso tempo para reaprender...
Vou de novo do novo me preencher.
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