Eu Queria Saber Coisas que Rima com Lais
Quem sente
É quem sofre
Por sentir
Por quem não sente,
Não "reciproca"
O sentimento
Da reciprocidade
Seja ele qual for
De indiferença a amor.
Quem sente
É quem sofre
E quem sorri
Ao sofrer.
Dor gostosa
Docemente ardente
Dolorosa
De se ver.
O que descreve o amor
Não são palavras
São pessoas.
O que descreve pessoas
Não são palavras.
Palavras são maiores.
Palavras são objetos
Animais e sentimentos.
Pessoas têm limites
Palavras são o que queremos.
Já ultrapassei a linha da excitação
Assim como tenho conflitos com a interrogação
Não quero pensar que tive uma passageira paixão
Mas acreditar que eu terei um longo caminho sem solidão.
Laís Penteado
A base de tudo era a temperatura.
Em um dia cinzento, monótono e ligeiramente frio, seus olhos congelavam por dentro. Um toque os despedaçariam. Talvez fosse esse o propósito. Rastros eram deixados juntamente com a brisa, que saía fujida dentre as beiradas daquela manhã. Ela não podia segurá-la. Estava gelada, como a neve.
Talvez fosse o fim, ou quem sabe um novo começo.
Os dias parecem anos. Maus anos. Longamente tediantes. Anos em que a vida se arrasta, em que cada abrir de olhos no amanhecer fosse como um soco, um soco interno. A ausência me corrompe. Alguns amigos permanecem fielmente à rotina, à alma. É como se a felicidade também dependesse disso. Descobri que mudar dói. Que abrir mão é impossível quando se está preso a um passado estagnado. Vivo de saudade. Saudade dos outros, saudade de mim.
Um novo dia amanheceu, o sol estava radiante. A luz, de uma maneira sutil, percorria os buraquinhos da janela dela. O som do canto dos pássaros percorria vagamente até seus ouvidos. Não havia como negar, era mais uma típica manhã de verão. A junção de olhos pesados e mente cansada a fizeram mergulhar no travesseiro. Remexer lembranças do passado era sua atividade favorita. Surgiam cores e lugares, momentos não-vividos a não ser em sua própria mente sonhadora. Era seu refúgio. Ela se baseava plenamente em uma utopia empoeirada.
Apoiei meus medos em cima de barrancos tombantes. Construí minha alegria segurando-me em ombros que não eram meus. Aluguei sonhos, ignorei o resultado final. Agora sangro sozinha, necessitando reconstruir meu eu e a verdade horrorenta que deixei para mais tarde.
Esse clima de verão me faz lembrar das minhas antigas férias. Tardes jogadas no tempo ao som de desenhos animados e filmes de ação, comida de todos os lados, uma preguiça sem fim. Minha expectativa para comprar o material escolar era imensa, lembro-me detalhadamente do cheiro da papelaria. Ainda fico ansiosa com detalhes, sinto o friozinho na barriga de pensar na véspera de volta às aulas. Último ano. Sei que vai deixar rastros. Último ano. Sinto em meu sangue mais uma nova responsabilidade. Último ano. Queria voltar a ser um feto indefeso e semi-formado, no ventre da minha mãe.
Preciso tanto de um abraço caloroso e um colo aconchegante, de um beijo interminável e dois olhinhos intrigantes olhando em minha direção. Eu preciso sentir você. Preciso ouvir reclamações diárias de uma alma necessitada de atenção, de uma grama verde e de um céu azul com a melhor companhia que alguém jamais terá. Eu preciso sentir você. Preciso de poucas palavras sussurradas em meu ouvido capazes de transformar o céu mais cinzento em um dia cheio de luz, preciso reduzir distâncias, aumentar algo que já é infinito: o amor. Eu preciso sentir você, melhor coisa que me acontece todos os dias.
Uma história não tão fictícia.
Ela tinha lábios rosados, um pescoço lindo, uma respiração um tanto quanto ofegante, e um péssimo paladar, mas parecia degustar bem dos meus beijos com gosto de morango e clichê. Quisera eu refletir no par de esmeraldas que havia em seu rosto, porém tenho olhos escuros e nunca soube impô-los a ela. Eu provavelmente a abraçaria de tal forma que quase a faria parar de respirar, se não fosse o fato de que ela não pretende morrer de amor, e então eu me contentaria com um abraço fraco, como se o nó que nos juntava fosse um laço simples de desatar. Sempre houve algum motivo para tirar nossos sorrisos do rosto, só que o termo de ir do inferno ao paraíso era sair do carro e encontra-la com cabelos arrumados e um olhar confuso. Houvera noites regadas a whisky, outras de tequila, e eu sempre tive o incomum desejo de beber sua dor como vinho. Eu podia ouvir seu coração batendo alto demais para quem tinha uma expressão serena no rosto, que, embora fosse imperturbada, nunca soube ocultar seus pensamentos aflitos. Havia algo pitoresco no meio de tantos sorrisos comuns e olhares lançados numa tentativa falha de me fazer mudar de ideia e ir embora, como se ela não estivesse me esperando de pernas cruzadas. Por várias vezes me desculpei de que nunca fui um tipo de homem que merece toques ou sussurros de mulheres como ela. Eu pensava em fechar os olhos nesses momentos em que ela abria seus belos lábios e não ousava falar algo, talvez tentar ler algum tipo de pensamento que entregasse o que ela não tinha coragem de dizer, mas nunca obedeci aos meus pensamentos, pois eu me encantava ao vê-la, e piscar era coisa de apenas os que não veem coisas bonitas faziam. Eu a olharia por milhares de anos se isso não a deixasse vermelha. Mas ela era envergonhada. E era dramática, impetuosa, e tentava esconder seus sentimentos nos momentos errados. Suas veias transcendiam em sua pele quando o assunto éramos nós, eu nunca soube o porquê. Talvez fosse aquela insana vontade de ser ela quem comanda a própria vida, e não um destino que nunca soube colaborar com o tempo que ela precisava para superar angústias ainda presentes em seus sonhos. Ela possuía cicatrizes que eu não podia tocar, e eu compreendia isso, exceto o fato de que eles sangravam esporadicamente. Ah, querida, o que te fez perder o sorriso na madrugada? Eu nunca soube entendê-la bem, foi esse motivo pelo qual ela me mandou embora. Agora me encontro na frente de sua casa perguntando a mim mesmo o que eu fiz de errado, sabendo que o errado foi o que eu não fiz. Ela era a covarde, mas fui eu que não me arrisquei.
Éramos realmente um laço. E desatamos.
Desculpa por não saber dizer adeus direito, J. Eu apenas não aguentava mais..
"Há um excesso de sanidade na insanidade de cada pessoa tida como louca.
Loucura é quando a sanidade resolve extravasar."
A gente sabe que é essa pessoa quando ela te dá espaço para ser você mesmo e mesmo assim você é dois.
As vezes o que a gente sente é só carinho por momentos que nunca serão reprises. Neura por pessoas que não são mais as mesmas. E a gente se amarra aos pés do nada, sabe?!
Ainda que você não entenda, não escrevo o remetente da carta. Talvez você rejeite minhas digitais, mas assim eu posso, ainda que discretamente, te tocar.
Desculpa se já te enxergo ampliado e a perfeição é peso dobrado mas se te enobrece e me insegura, me endireita e é a cura. Se meu ciúme e tudo que eu tenho errado te causar suspeita, deita, que meu medo é saber que um dia você pode acordar cansado, eu não te ter por perto, você não me querer ao lado.
Ela sabia em seu íntimo que era diferente, que sentia com mais intensidade e vivia em uma busca incessante de uma razão maior, isso a atormentava e estimulava de maneira que ninguém pudesse compreender, os dias se alternavam entre o caos e a calmaria e eram vividos em plenitude.
Infindável procura de um sentido qualquer
existência perturbadora de um âmago incompreendido
sinta-se vago plainando em um vazio
das dúvidas que o cercam através da descrença.
Junte-se a trajetória das incertezas
aqui jaz uma fé cega
revestida de uma alma semimorta
questione o inquestionável
desperta-te afim de compreender
a busca por si só é o real viver...
Ele veio como um flash naquelas fotografias espontâneas. Você nem percebe que estava sorrindo, porque ele te cegou. E depois, quando volta a enxergar tudo normalmente, pensa que deveria ter sorrido mais bonito, ou então se escondido. Acho que deveria ter me escondido dele. Porque eu nunca conseguiria sorrir de forma que o fizesse vir atrás de mim implorando um abraço, um beijo, ou amor. Ele não fez nada além de me encontrar e me deixar perder em mim mesma. Sequer soube me explicar o que ele é, e não me deu tempo para desvendá-lo. Ou deu tempo demais. Eu enlouqueci. Fiquei entre a linha tênue de ser o melhor e o pior para ele. Mas talvez nossas exatidões não dão certo. Talvez somos uma anomalia da física porque nossos opostos não se atraem. E eu não sei ser o positivo para combinar com o positivo dele. Não sei me concentrar em qualquer outra coisa que não sejam seus sinais nas costas sendo percorridos por outros dedos, se não os meus. Porque deveria ser eu o esperando deitada na cama depois de um dia cansativo, ou puxando seu cabelo em um daqueles momentos que tiram o fôlego. Não posso com isso. Não há como se acalmar e esperar que em algum momento eu o encontre na rua e ele encare meus olhos dizendo que ainda lembra de mim. Desafiaria meus limites tentar ser paciente, enquanto não aguento um dia sem notícias dos olhos tão escuros quanto a noite. E eu continuo aqui me auto torturando, imaginando quais coxas ele está confundindo com as minhas, porque além de saber que ele é um grande canalha, também sei que ele encontra resquícios meus em qualquer lugar que seus olhos focam. É a unica coisa que me reconforta. Que não sou a única que é torturada pela pessoa que se encontra do outro lado da linha. Eu esperava que ele me salvasse do que eu sou. Mas talvez ele que precisa ser salvo, e espere que eu faça isso.
E eu salvaria. Com uma, duas, ou três palavras. Com apenas um ato. E um pouco sem fôlego.
Ai quando parece que o mundo esta desabando você para pra pensa e vê que isso não é apenas uma gota na tempestade que você já enfrentou,
que a dor que você está sentindo é apenas um ralado comparado ao corte que você já teve um dia,
hoje eu falo com toda certeza nada nem ninguém me faz sofrer mais, eu amo sim eu tenho sentimentos, mais sou fria o bastante para adorme celo ou mesmo mata-lo
ouvi dizer que o Amor que domina agente pois bem, ao meu ver não..
as vezes depois de uma grande decepção você tem que reaprende o modo que você vê e encara o mundo, a ama e a sorri novamente, a se levanta e reergue e a maneira q eu aprendi é totalmente diferente, a Laís que sofria e amava loucamente não existe.
Existe a Laís que se entrega mais não totalmente que sempre deixa forças para levantar e continuar andando e não cair e ficar no chão isso pra mim nunca mais!