Eu Queria Saber Coisas que Rima com Lais
Ninguém está contando o tempo comigo! As horas passam com um piscar de olhos! E eu me encontro a choramingar, infeliz aqui dentro! O coração aflito! A vida é como uma mágica, a energia acende a luz, quando se vê, já brilhou! E quando se vê, já apagou! Vamos ser ligeiros e viver essa vida com destreza! De pouco vale contar o tempo que passa, vivendo a vida com tristeza! Porque o tempo passa e o relógio do tempo é como mágica! Quando se vê, a luz apagou , a hora passou e a vida acabou!
" A minha vida é algo que eu não tenho limites tenho fé pois aquele que nos ama a todo instante observa nossos passos cuidando de todos nós."
Quando eu chegar aí, serei uma ilha. Não invadirei o continente... Muito embora não se feche para que o continente me alcance...
(Sobre relações familiares e suas vertentes)
Eu não tenho problemas com pecadores. O que abomino são os "Santos" sobrecarregados de pecados. Eu suporto um sobrecarregado de pecados, mas tenho ojeriza de um "revestido de santidade". Isso explica porque não sou religioso...
Quando não sei pintar, eu escrevo; quando não sei escrever, eu pinto. E quando nenhuma dessas linguagens me basta, eu esculpo. Se não há nada para escrever, pintar ou esculpir, uso meu corpo como instrumento, expressando meu ativismo através da linguagem. Essa é a essência da minha arte: uma busca constante por comunicar o que palavras e formas não podem captar plenamente. É a tradução das profundezas do meu ser em atos criativos, sempre explorando as possibilidades infinitas da expressão.
Bosch e eu: entre a crítica e a ferida colonial
De todos os artistas europeus, há apenas um que ainda me atravessa: Hieronymus Bosch. Ele me coloniza — não pela forma, não pela técnica, mas pela crítica feroz que carrega. Bosch é o único colonizador que ainda habita meus delírios, talvez porque a acidez do seu olhar sobre o mundo medieval encontre eco no que eu também preciso denunciar.
Ele pintava o colapso moral da Europa — os vícios, o poder podre, a queda da alma. Eu pinto outro colapso: o da terra invadida, dos corpos silenciados, da memória arrancada pela violência da incursão portuguesa.
Se Bosch mostrava o inferno como consequência do pecado, eu mostro que o inferno chegou com as caravelas. Não há punição futura — o castigo já está aqui: na monocultura do eucalipto, na esterilização do solo, na morte do camponês brasileiro , no apagamento dos povos indígenas.
Há em nós uma fúria semelhante, mas nossos mundos são outros. Ele critica o homem que se perde da alma. Eu denuncio o sistema que rouba a alma dos povos. Bosch pinta o desejo que conduz à danação. Eu pinto a resistência que surge depois do desastre.
E, mesmo assim, ele me coloniza. Como assombro. Como espelho invertido. Às vezes penso que sua crítica me provocou antes mesmo de eu saber meu nome. Ele habita uma parte do meu gesto. Um inimigo íntimo. Uma fagulha que queima, e que às vezes me ajuda a incendiar o que precisa cair.
Você até pode falar que sou analfabeto, sim, pode falar. Porém, você não pode questionar por eu não entender a tua explicação. Você leu a mensagem na pedra, no entanto, você não conhece o desconhecido. Portanto, não peça para eu entender o que você não conheceu.
Se algum dia você perguntar para ti onde foi que eu errei, fica em silêncio quieto até ouvir o som do próprio grito com lamento resmungando a dizer, eu não errei, foi o som do meu grito que despertou a minha inocência.
Se for pra eu lhe falar o que sou, será melhor você conhecer a minha história então você vai saber quem sou.
Na verdade o grande inimigo seu é o teu próprio eu, você tem uma luta diária contra você para melhor ou continua como está, lutando por você ou contra você pense.
Eu posso ver a incompreensão medíocre que ocorre em tua vida devastada, no entanto são teus pensamentos viajantes sonhadores que te lava ao caos.
Eu vejo um mundo um palco um grande teatro, onde todos ouvem as mesmas falas ensaiadas num espelho invertido e quebrado por dentro, olhar o reflexo não vai mostrar o brilho do vidro, talvez você não concorda e continua ou talvez é melhor ficar calado no esquecimento.
Eu vejo um mundo em etapas onde nada é fixo tudo se movem, a pedra é removida árvores são arrancadas, a vida é ceifada, a mudançaé um efeito os desafios são moldados movendo de lado para outro, o mundo revela desafia o aprendizado que nada é fixo no mundo.
A tu não sabes o quanto eu a desejo em todos meus dias, uma força voraz explode em fúria por vontade de te possuir, mulher encantadora deusa linda do amor.
Hoje eu não desejo fugir a realidade serei o que sou, sou um templo do criador, sou um espelho no qual mim vejo sem nascara, sou um fraco buscando a força, um perdido procurando um caminho para quem está perdendo não a direção errada, sou um tolo na escola do sábio, a tantos propósitos na vida que eu não sei onde procurar, eu vou de encontro a realidade.
Eu mim vi na cordilheira da solidão, abandonado amordaçado esquecido longe dos teus pecados que foram a minha felicidade, largado nas espumas do oceano furioso varrendo a saudade de você que alegrava maus momentos bons, teu cheiro ainda mora em meus pulmões.
