Eu Prefiro ser essa Metamorfose Ambulante
Quando o ser humano pensou ser incapaz de mudar o mundo, concluiu equivocadamente não ser capaz de mudar a si mesmo.
Não quero ser mais e nem menos que as outras pessoas. O mais importante, porém, é não ser ‘mais ou menos’ para mim mesmo.
O meio da multidão é o cenário ideal que o ser humano contemporâneo escolheu para exercitar a sua solidão.
As estações não entendem;
como pode o ser humano
deixar de florescer-se,
mesmo quando chega a primavera?
O ser humano adorava o sol, a lua e as estrelas. Ficava assustado com o relâmpago, temia o trovão e não conseguia explicar a chuva... Depois que tornou-se devidamente "civilizado", busca explicações de porquê passou a ter medo de si mesmo.
O poeta tem como sua sina,
ser afortunado, devido à poesia;
pois traz consigo a permissão divina
para usar e abusar da utopia.
SONHANDO, AMANDO, SONHANDO...
Sonho:
Delírio da alma, que suponho,
ser fruto de um desejo risonho;
oposto de pesadelo medonho.
Amor:
Sentimento que me faz supor
ter especial tom, cor e sabor;
avesso e sinônimo de dor.
Duas palavras: sonhar e amar;
dois verbos difíceis de separar.
Por isso, quem sonha vive de amar
e quem ama nunca deixa de sonhar.
(Livro “Arcos e Frestas”, página 13)
"Não quero ser mais e nem menos que as outras pessoas. O que importa, no entanto, é não ser 'mais ou menos' para mim mesmo."
Ficar a espera de ‘um grande amor para ser vivido’ é acreditar na existência de um amor grande, médio, ou pequeno. Assim, quantificar o amor nos priva de experimentar as qualidades do amor sem medida.
Muitos se casam porque dizem ter encontrado a pessoa certa; outros, por terem deixado de ser a pessoa errada.
Os lunáticos sempre estiveram à frente dos racionais. Mesmo antes de a razão permitir que o ser humano pisasse na lua, eles já a habitavam fartamente, devidamente equipados com seus devaneios, fazendo leveza daquilo que for gravidade.
POETAR
Ser poeta é, por sua vez,
questionar os inúmeros “porquês”;
é roubar do tempo a rapidez
e querer o que a vida desfez.
É expressar os gritos da mudez
e fazer ouvir ruídos na surdez;
é ver no translúcido a nitidez
e saborear o doce da acridez.
É tatear o morno da tepidez
e transformar a frieza em calidez;
é despir de pudor toda nudez
e despertar a libido da frigidez.
É desembaraçar-se diante da timidez
e agigantar-se em pequenez;
é fartar-se em plena escassez
e permitir inquietação à placidez.
É tratar com suavidade a rispidez
e converter indelicadeza em polidez;
é fazer da aspereza maciez
e revelar humildade à altivez.
É propor prudência à insensatez
e buscar a cura para a morbidez;
é estar sóbrio de embriaguez
e mostrar-se demente de lucidez.
É dotar a estagnação de fluidez,
e extrair as cores da palidez;
é dar às vontades humanas solidez
e aos corações empedernidos flacidez.
E nas linhas que no papel se fez,
rascunhar, com leveza e avidez,
os desalinhos da alma, de vez,
com todas as certezas de um talvez.
(Selecionada no “5 º Concurso Nacional de Poesia”, da cidade de Descalvado-SP, e publicado na coletânea “Marcas do Tempo VIII”, no ano de 2006)
USE POESIA!
Uma poesia deveria ser...
usada como uma oração,
ousada feito invenção,
abusada pela intuição,
pausada como reflexão
e repousada no coração!
✨ Às vezes, tudo que precisamos é de uma frase certa, no momento certo.
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