Eu Nao tenho Culpa de estar te Amando

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As pessoas generosas são más comerciantes.

Se o poeta fosse casto nos seus costumes, os seus versos também o seriam. A pena é a língua da alma: como forem os conceitos que nela se conceberem, assim serão os seus escritos.

Verdade num tempo, erro num outro.

Quem nasceu para obedecer, obedecerá mesmo no trono.

A amizade mais perfeita e mais durável é somente aquela que contraímos com o nosso interesse.

Todo aquele que contribui com uma pedra para a edificação das ideias, todo aquele que denuncia um abuso, todo aquele que marca os maus, para que não abusem, esse passa sempre por ser imoral.

Uma fealdade e uma velhice confessada são, a meu ver, menos velhas e menos feias do que outras disfarçadas e esticadas.

O amor da democracia é o da igualdade.

Os maiores males infiltram-se na vida dos homens sob a ilusória aparência do bem.

As lágrimas dos velhos são tão terríveis como as das crianças são naturais.

O sonho é o alívio das misérias dos que as têm acordados.

Todos os dias vão em direção à morte, o último chega a ela.

A dificuldade atrai o homem de caráter, porque é abraçando-a que ele se realiza.

O sentimento que o homem suporta com mais dificuldade é a piedade, principalmente quando a merece. O ódio é um tónico, faz viver, inspira vingança; mas a piedade mata, enfraquece ainda mais a nossa fraqueza.

Esqueço sempre, mas o corpo lembra:
em breve
será dezembro.

O ciúme nunca está isento de certa espécie de inveja, e frequentemente se confundem essas duas paixões.

É uma infelicidade que existam tão poucos intervalos entre o tempo em que somos demasiado novos e o tempo em que somos demasiado velhos.

Minha obra toda badala assim: Brasileiros, chegou a hora de realizar o Brasil.

Mário de Andrade

Nota: Carta a Manuel Bandeira a 8 de novembro de 1924

Um império fundado pelas armas tem de se manter pelas armas.

As Palavras

São como um cristal,
as palavras.
Algumas, um punhal,
um incêndio.
Outras,
orvalho apenas.

Secretas vêm, cheias de memória.
Inseguras navegam:
barcos ou beijos,
as águas estremecem.

Desamparadas, inocentes,
leves.
Tecidas são de luz
e são a noite.
E mesmo pálidas
verdes paraísos lembram ainda.

Quem as escuta? Quem
as recolhe, assim,
cruéis, desfeitas,
nas suas conchas puras?

Eugénio de Andrade
ANDRADE, E., Antologia Breve, 1972