Eu e Voce de Luiz Antonio Gasparetto

Verdadeiramente admiráveis são todas as pessoas que me enchem de humildade.

A paz plena é uma quimera, complicada na entrega, e por ser assim, austera, deixa muita gente à espera do dia que nunca chega.

Quem perdoa não diz que perdoa. A capacidade de perdoar nasce connosco, e nem todos os humanos nascem com essa capacidade.

Para quem gosta de ver a casa às escuras até um isqueiro incomoda.

Se tivermos coragem na vida e talento nas obras já não é nada mau.

Para sermos realmente humanos e vivermos em paz, devemos respeitar a liberdade dos outros. E poucas pessoas têm esse dom.

De uma forma geral, a primeira coisa que os pobres fazem, quando têm algum dinheiro, é comprar a vaidade dos ricos, para serem tão pobres como eles.

Desconfio que nós, seres humanos, também temos uma costela do diabo-da-tasmânia, mas os antropólogos que o digam.

A falta de coerência daqueles que se dizem lúcidos faz-me falar como os loucos, quando estou minimamente lúcido.

Há quem opte pelo silêncio... Há quem prefira falar o que não pensa… Há quem mais-queira que os outros não falem… Há quem exija falar pelos outros… E há todos aqueles que falam as coisas que são ditas com tempo…Tempo há ainda enquanto as coisas precisam ser ditas.

Sempre aceitei todos os conselhos menos aqueles que me tentaram tirar a minha própria opinião, apesar do preço que isso me tem custado.

As redes sociais parecem uma sala de espera para a felicidade, onde o porteiro nos manda fazer todo o tipo de figuras para podermos entrar.

Não tenho palavra-passe para o meu cérebro, mas tenho a mentalidade protegida por um bom anti-vírus.

Somos crianças até ao dia em que fazemos perguntas sem resposta.

Quando um pobre tem um pequeno sucesso, torna-se logo num alvo de suspeitas, de invejas e de perseguições.

No comércio das relações humanas, receber um elogio é quase como pedir dinheiro emprestado.

Deus agradece muito mais as nossas boas acções do que os templos que fazemos em Seu nome.

Muitas pessoas entram na velhice quando começam a condenar e a denegrir os vícios que já não conseguem satisfazer.

Todas as mães compreendem o que os filhos não dizem.

Infelizmente, uma grande parte da alegria que muitas pessoas sentem é provocada pela miséria dos outros.