Eu Deixo a Vida como Deixo o Tedio
O inverno vem
E o frio trouxe uma versão profunda
das coisas invisíveis que essa vida tem
Pois, quando a estrada foi florida
Cada qual tinha as mãos dadas
Numa ilusão acompanhada
O inverno vem
E frio traz uma versão vazia em nossas casas
Os velhos bancos de madeira
Há muito se tornaram cinzas
No calor da fogo há companhia
Verdadeira e quase que tão passageira
Quanto as mãos que seguraram velhas mãos
Não tem mais quadros na parede
Não há porque encher os cântaros
O inverno carregou também a sede
Ainda resta alguma coisa
E ela só presta pra queimar
Dentro em bem pouco
Quando anoitecer no quarto morno
Do forno triste desse inverno interminável
Que existe sim, pra todos nós
Dentro de cada um
Esperando apenas pelo escurecer.
Edson Ricardo Paiva.
Semana Passada.
Passei a semana sozinho
Da vida passada
Só, semana inteira
A podar uma roseira
Ela está viva
Só isso valeu-me uma vida
E viva a vida da roseira
Vivam as pétalas aveludadas
Onde corre viva a seiva
Mesmo assim
Não morre a morte viva
Porque ocorre a vida
Ela é sagrada
Folhas se vão
Cansadas da vida
Nada muda a lei
Caem ao chão, sob cortes
Dando um novo norte à vida
Que por toda semana esperei
Revivida, renovada
Vívida, aveludada
Quando a luz e o colorido
Ao olhar reluzente
Que apesar de tudo
Não percebe o tempo a correr diferente
Às gentes e as rosas
Fototropismos e fotografias
Morte e vida e luz no horizonte
Passei a semana inteira
Decorando a cor do pôr-do-sol
Enfeitando o chão do coração da rosa
Ouvindo a maneira
Silenciosa e alvissareira
Fecunda e auspiciosa
E fiz vir ao mundo
Outra rosa da velha mesma roseira
Tão vermelha quanto a branca luz
Que se parte em amarela e azul
Violetas da arte divina
Cristalina luz
De maneira que este mundo
Se fizesse, ao menos temporariamente, leve
Menos cinza e menos triste a olhar pra gente
Porque é breve a vida.
Edson Ricardo Paiva.
Vida
Minha linda
Apenas vida
À duras penas
Vivida
E linda
Foi a história vivida
Sem grandes lances
Isenta de grandes chances
Muitas vezes ilusão
Sem céu e sem chão
Sem grandes vitórias
As perdas e derrotas
Também foram lindas
Na glória da minha vida
Pois só eu a vivi
E apesar de tudo que perdi
Ela não foi perdida
Foi linda
E ainda tem um pouco mais
de vida pra ser vivida
Vivendo essas coisas
Mudanças de vida
Vida à toa
Boa vida
História de vida
Memórias
Vida que começa
Sem pressa
E não espera
Quando a gente menos vê
Ela acelera
E lá se vão as primaveras
Lindamente sofridas
Neste infindo buraco sem fundo
Que ainda chamamos de mundo
E um dia, lá no fim
Onde finda a linha da vida
Pouca coisa foste, além de linda
Eu sei que serás esquecida
Porém, se assim fosse
Não serias vida
Saibam
Que eu nunca deixei de vivê-la
E, só o fato de tê-la vivido
Nos momentos que parece não valer mais nada
Sim, a vida os tem pra cada um de nós
Mas nunca eles vem sozinhos
Trazem junto uma pequena chama
Pra que a gente aprenda
Que é preciso sempre alimentá-la
E que é ali
Que existe um Deus
Voz suave, que nos fala o tempo todo
Que, apesar de tudo
Humilde, não te impõe nenhuma condição
Nem prova...só chama baixinho
Apenas diz, que nada está perdido
Antes ... se renova
Quando tudo chega ao fim
Ainda assim, pense em quê te faz feliz
E corra atrás, não morra de vida
Viva.
Edson Ricardo Paiva
Alma Nua.
Cuida bem da vida
Antes, saiba o que ela é
Essa coisa doida
Pois a gente não recorda nunca
Quando ela começa
Pois a gente raramente sabe
Como ela termina
Normalmente é na rotina
Armadilha bem posicionada
Entre excessos e exceções
Portanto, cuida bem dos passos
Não há e nunca haverão palavras
Que não poderão ser ditas
Cuida bem da fé
Há um instante certo pra dizê-las
Nunca antes da hora
Nem depois que ela passou
O momento de calar-se
Chega a ser mais importante até
Deixa estar
Saiba, que em algum lugar
Há sempre alguém te observando
Não importa sua cara no espelho
Seu brinquedo novo ou velho
Nem seu ímpeto ou seu medo
Cuidado com teu ser recôndito
Pouco importa
A distância que te separa
de onde diz querer chegar
Saiba, que existe alguém
Observando teu coração agora
E sabe onde você queria estar
Não é o que faz ou que sabe ou o que tem
Nem pra onde teu dedo aponta
O importante não é o que o mundo vê
Nunca foi a opinião de ninguém
Conta muito mais quem você é.
Edson Ricardo Paiva.
As Ilusões que a vida traz pra gente.
Ilusões
Há um tempo assim
Em que a criança a tudo alcança
Finge pra si mesma ser outra pessoa
Meu Deus, que coisa boa era o fugir contente
O brincar inocente
Consciente que era aquilo tudo só imaginação
Esperava o dia
Em que era tudo de verdade e pra valer
Realidade ilusória
Existe um tempo assim também
Amanhã há de ser um novo e lindo dia
Fingir ser a mesma pessoa
Iludido no pensar incoerente
de que é o tempo ilimitado
Meu Deus, que coisa incrível
Eu me pensava indestrutível
O tempo passa e traz
Ilusões pertinentes
Era a razão de prosseguir
De confiar em mim somente
De tentar alcançar, com sorte, ao menos o suficiente
Pois o tempo é premente e amanhã é só mais outro dia
Meu Deus, que coisa triste
Pensar que as ilusões se foram
Era mais outra ilusão
Sentir-se impotente
Diante das desilusões que a vida traz
Pior era a outra parte
Aquela, de se deixar ficar, simulando a paz ausênte
Ilusões perdidas
Há também um tempo assim
Há quem pense ter vencido a vida
O tempo o alcança e a vida vence
Meu Deus, que coisa à toa era pensar
Compreender que o tempo da ilusão
De fingir ser quem não era
Depois de uma vida de espera
Se revela o tempo da felicidade verdadeira
Consciênte, feliz, altaneira
E, jamais uma ilusão
Foi o único tempo dessa vida
Que a gente fingiu ser quem não era
Sendo apenas quem era
Fingir não era opção
Eis toda ilusão
Os outros fingiram tão bem
Que pareceu ser verdade
Era tudo, a vida e tudo mais
O tempo todo
Bem mais frágil
Que a Ilusão primeira.
Edson Ricardo Paiva.
A Magia da Vida.
Não basta que mundos se movam
São precisos girassóis também
Outras coisas e, além disso
Pra que nós estejamos aqui
O tempo e seus feitiços
Magia que faz pensar
Um dia ter estado acima
É preciso que lhe caiba
Algum lugar terá sempre
Sob a tempestade que desaba
Após o estio, seguir adiante
Novamente, sempre se levante
Mas, que em algum instante
Enxergue que tem gente lá
Isso é bem mais importante
É preciso haver calor e frio
e noite e dia
São precisos sonhos
Coisas invisíveis
Nunca foi pelo sal
Nem por causa do açucar
Que assim seja
Ponha alguns "améns" na lista
E receba os parabéns
Por todas as conquistas
As mais importantes
Não são feitas pra serem vistas
Tão vasta tem sido essa lista
Lealdade e merecimento
Lá no fim da estrada
Pouco as terá merecido
Não basta os girassóis
E campos abertos
Noites estreladas
Chuvas na vidraça
Tempestades tardias
A vida perde a graça
Se nós não as virmos
Noite e dia
Lágrima, alegria
Sem coisas assim
Não há poesia
Não se esqueça dos sonhos
Esperanças e verões
Do tempo da juventude
Novamente, sempre se levante
Mas procure enxergar
Em algum instante
A quem você
Deixou ficar, esquecido.
Porque
Lá no fim da estrada
Pouco terá merecido
Edson Ricardo Paiva.
Os caminhos da vida.
A vida traz ocasiões
Em que o fogo
É algo que se apaga fácil
É coisa que logo passa
Todo mundo o esquece
Como o céu vermelho, na tarde de inverno
A vida traz muito mais
No desejo de uma paz inatingida
Que se busca de olhos abertos
Num reflexo de espelho
Igual à luz
Da qual você também pensa aproximar-se
Mas, se pudesse olhar pra trás
Talvez sentisse medo
Dessa sombra que se multiplica
A vida tem ocasiões
Onde as luzes se apagam
A vida tem também seus pássaros
Eles nascem novos todo dia
Eles não tem passado
Tem também sorrisos
De onde muitos rostos eles foram
Simplesmente impedidos de existir
Tem também seus caminhos e escolhas
Repletos de flores
Tem ninhos, tem dores e folhas mortas
E fogo difícil
Chuvas simples, que se tornam tempestade
e ninguém vê...mas elas chegam
Junto aos céus azuis
Quando o vê já é muito tarde
É tarde vermelha de outra estação
Num reflexo de espelho
Mas a vida foi vivida tantas vezes
Parecendo coisa nova todo dia
Quando você vê
Vê também não ter passado
Porque esteve com os olhos fechados tanto tempo
Que julgava toda escuridão ser luz
E julgava e julgava e julgava
No desejo de uma paz nunca alcançada
Mas agora é que percebe inexistir retorno
Só caminhos e escolhas
e folhas sem vida
Que também viveram, sem pensar em nada.
Edson Ricardo Paiva.
Motivo.
Medo da vida
Pra quê?
Se agora é bem melhor
Olhar com amor
Pra longe e pra fora
Que enxergar por dentro
Esse sentimento estranho
Tão pequeno
Quase do tamanho da desimportância
De quem o sente à distância
A vida é semente de sonho
Que deixa de ser
Somente uma semente
No dia que a gente deixa
De enxergá-la assim
Porque ela não é
Meu medo é que me falte
Quem me cause um bom motivo
Pra perder meu medo
Não da vida
Muito menos de estar vivo
Só a razão de viver.
Edson Ricardo Paiva.
Entardece em minha vida
De repente um pensamento
Momento pra focar o nada
Quedas esquecidas
De outros dias
Quando amanhecia, ainda
No vale das pedras pisadas
Meu Deus, foram manhãs tão lindas!
Entardece em nossas vidas
De repente a tarde cresce
Diferente às tardes de outros dias
Noutros tempos de outras vidas
Quando dor que era suave ainda
Mesclada ao odor das damas da noite
Respiradas, eram dores que lembravam sorte
Que nos remetia um pensamento
Por falar em noite, em norte, em dia
Em sóis que nos sorriam todas as manhãs
Ao Criador, que tudo olhava lá de cima
Que mandava orquídeas
Junto às folhas vivas, junto às folhas mortas
Nosso nome em branco no livro da vida
Estradas, escolhas
Tudo isso era futuro
Hoje, entardece em nossa estrada escura e só
Num mundo de sonhos, de sono profundo
Onde todo mundo é igual
De todas as moradas da casa de Deus
Nossos sonhos, medos misturados
Às roseiras que beiravam rios da infância
A melodia das águas
Tudo isso era normal
O mundo escondido e ainda em segredo
Terá sido um dia o mais natural
De todos amores profundos
Pois o amor é Pai da natureza
Do rio que vai, que nos leva
Que revela todas as belezas sonhadas
Belas, como as vidas desejadas
Aquelas, que jamais pudemos
Eu não tive assim, tanto talento
Pra deixá-la desenhada
em minha folha do livro da vida.
Embora ainda a queira, igual a todo mundo
Entardece em minha vida
Quanto a isso
Não existe escolha e nem tristeza
É o pó da estrada, é o nada, é o norte
é o leste, são as mortes das quatro estações
A dança envolvente, a existência prova
Que do pó vieste e vais
Só a alma da gente não é mais a mesma
e nem será nunca mais.
Edson Ricardo Paiva.
Há quem se arraste pela vida morta.
Tem dia que amanhece antes de clarear
Coração se despe
e se despede de toda agonia
Pra que nosso espírito se apresse
Ditos se fazem não ditos
Olhos se comprazem olhar a rua
E não tem nada diferente
Coração bate apressado
Segura, d'álma nua as mãos aflitas
Ambos se entreolham
Compreendem, de repente
Quem mudou foi a gente
A vida fica mais bonita assim
Há quem creia isso desimportante
Meu compromisso é comigo
Olhos, almas, mãos, meu peito, abrigo
Há quem queira abreviar o fim
E há quem queira olhar a noite
Saber que o sol se levante
Quero só me despedir do mal que houver em mim
Tem vida que termina igual
Numa esquina de um momento
Um vento frio de agosto
Tem dia que começa igual
Luz do dia vem vazia de algum modo
e nada muda
Não tem sonho bom que nos acuda
Não existe ilusão que, por melhor que seja, iluda
Até que um dia alguma coisa...tudo
Há quem julgue que isso pouco importa
Vai, se arrasta pela vida e arrasta a vida morta
Sem o olhar que lhes convide a perceber
A vida abandonou-lhe um dia
Chão sem céu, sem luz de estrela-guia
Vida voa, vai no vento e corta e volta
Vem, se despe de tanta agonia
Então, depois se apresse
Tem dia que amanhece antes de clarear
Mesmo que pareça tudo igual eternamente
Alguma coisa não amanheceu
Isso torna tudo muito diferente.
Edson Ricardo Paiva.
Rabiscando a vida.
Rabiscando
Sobre as linhas retas
Que não posso ver
Vindas lá da luz do céu
Encobrindo o breu, que nos convida
Com palavras que não posso ouvir
Nada é incrível, no entanto
Elas são tão claras
Quanto a cara imprecisa
De sorriso obscuro
Escondida, atrás do muro da vida
Quanto o brilho do ouro, que não tenho
Mas eu sei quanto estão lá
Vou rabiscando em desenhos
Solução pra tantos medos
Quantos enredos mirabolantes
Entretanto, nada inverossímeis
Pois eu sei o quanto estão elas
Sob a luz das velas
Sob o malho de cinzéis
Prontas pra se revelar
Talvez como simples rascunhos
Sob a força dos punhos
e a constãncia da vontade
Essas, em linhas não tão retas
Pois a verdade se curva
Pra se alinhar com o horizonte
Azulado e verdejante
Cujo limite do olhar não alcança
Não alcança de olhar aberto
É preciso um pensar mais longe
Pra poder enxergar
O que esteve tão perto
Mas oculto sob o malho dos cinzéis
Quantos céus e quantos outonos
Verão teus olhares mornos
Teus ouvidos vitrificados
Quantos vasos queimarão teus fornos
Carentes de um olhar mais puro
De enxergar no escuro
Encobertas pelo breu que te convida
A enxergar de forma assim, tão clara
A cara da vida?
Edson Ricardo Paiva
Sua vida com Deus não rompe quando você larga o que te prende… mas quando você entrega até o que te sustenta seu ego
Quem não tem tempo pra falar de esperança, que não se iluda esperando que a vida lhe fale de milagres
Nada na vida muda tanto a gente
quanto este tal de tempo
Algo abstrato, algo que não se mede
Porém, mente estratosfericamente
Quem diz que os sentimentos
são inatingíveis quantitativamente
Nunca mais pude me expressar tão bem
como quando era criança
e podia ignorar as regras
"Mãe, eu gosto de você até no céu"
"Minha amizade por você é maior que o mundo"
Todo mundo morria de rir
enquanto eu vivia chorando
mas me vinha aquela ideia de vez em quando:
Quando crescer, serei poeta
e quanto mais souber escrever
menos usarei a forma correta
criaram tanta regra pra gente
me impedindo de ser feliz,realmente
Três toneladas de felicidade
dez quilômetros de alegria
quinhentos graus de entusiasmo
porém a justa forma
transforma tudo em marasmo
desisti de ser poeta
usando as unidades de medida
de forma correta
E enquanto o tempo eu media
os anos me consumiam
enquanto os dias contava
o tempo me transformava
nada muda tanto a gente quanto ele.
Minha vida foi algo tão breve
que nada que vivi foi esquecido
talvez tenha sido apenas
tempo perdido
e eu tenha angariado novas penas
minha vida foi algo tão leve
que esmagou o corpo e massacrou a alma
coisas que passei, coisas pequenas
pequenas alegrias
tentativas plenas
tempestades sem telhado
palavras sem atenção
dizendo sempre sim
ouvindo sempre não
minha vida foi algo assim
terminou no inicio
começou no fim
eu disse tanto ao mundo
e não pensei em mim
caminhei buscando água
no lugar mais fundo
não via que chovia
e sempre olhei pro céu
vida breve, vida perdida
vida alegre, vida sentida
alma alegre
alma sem vida.
O início e o fim
entre eles um intervalo
chamado vida, simples assim
espinho e aroma na mesma rosa
o amor e o desamor na mesma casa
a saudade sentida
e a palavra Adeus da mesma mente saída
o fim e o começo
tudo que há de bom
carregando em si mesmo
todo mal que já existiu
tudo aquilo que foi visto
ao mesmo tempo ninguém viu
Ele quis brincar com a vida
Ele quis jogar com o tempo
E, tentando enganar o mundo
Lançou seus dados redondos
Sem sorte, que tarde trágica
contou com as cartas
e mágica
Deparou-se, de repente
Com a morte
Frente a frente
Mas o que a morte não sabia
Era que o tolo não sentia
Nenhum medo ao contemplar
Sua imagem, tão sombria
Na tarde daquele dia
Confundia uma inútil coragem
com vaga sabedoria
Ele quis brincar com a morte
Ele quis jogar com a sorte
Quis impressionar o Mundo
E chutou sua bola quadrada
Tolo esporte, que tarde trágica!
O destino, sem espírito esportivo
Não perdeu a chance
Já que alguém lhe deu motivo
Tirando do bolso a ampulheta
constatou que seu tempo cessara
E a tarde, no campo da vida
Recolheu-lhe
A alma atrevida
Existe uma pergunta sem resposta
Que talvez tenha existido
Antes que existisse vida
Uma dúvida tão imensa
Insistentemente intensa
Que fez com que a Humanidade
Escavasse montanhas
Atravessasse Oceanos
Enchesse a Terra de dor
E em busca desta resposta
Um dia precisaremos
Abandonar este mundo
Pois aqui procuramos bem fundo
Mergulhamos nos livros
Que os antigos escreveram
Recheados de mais perguntas
Com os olhos voltados pro infinito
Catalogamos Estrelas e Astros
Criamos submarinos e mastros
Canoas e naves espaciais
Nos perguntando cada vez mais
Descongelamos os Pólos
E no ventre da Terra deixamos
Imensas feridas expostas
Enchemos o Mundo de dor
Em busca dessa resposta
O que vêm a ser o Amor?
Existem mais espaços vazios
Que toda matéria que existe
mas se existe
mais vazio do que vida
o vazio deve ter
razão de ser
talvez seja então por isso
que existem tantas
vidas vazias
talvez estejamos fugindo
ignorando ou fingindo
não ver
o que preencheria
tantas vidas
o ódio, o rancor,
a ambição e a falta
de amor
transforma pessoas
em coisas vazias
aquilo que esvaziaria
nossos potes de dor
estão ao alcance
de preencher
os espaços vazios
e fazer a vida
ser algo que valha viver
mas então olhamos
pensamos e decidimos
de forma serena
que tivemos tanto trabalho
para encher os nossos potes
que não vale mesmo à pena
trocar nossa vida vazia
por uma vida cheia e plena
preenchendo o rancor com alegria
se ela vai se acabar um dia
pois então faremos parte
do imenso vazio que tudo envolve
com a maneira que
enxergamos a vida
é a maneira que a vida devolve
Me disseram que na vida
Nada é eterno
Mas o que vem a ser Eterno
A paz lá no Céu
Ou o fogo no inferno
A vida da alma
A ausência da calma
A paz que se ausenta
ou será que eterna é a ambição
Que o fogo do inferno
Alimenta?
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