Eu Aprendi que ser Boazinha

Vai, poder ir e me deixa que eu te invento pra mim, sem linhas tortas, pronta pra um final feliz.

Ás vezes eu penso que talvez seja mesmo patético estar aqui e esperar 24 horas o seu olhar sobre mim. A minha mente passa por um leve (porém doloroso) processo de decepção, mas sem me perder por meus pensamentos ignorados, eu estou outra vez aqui na frente da arquibancada… ”E quer saber? Se você não olhar pra mim, amanhã eu logo irei desistir.” É o que eu me digo sem entender todos os dias. Eu estou fingindo acreditar, com medo de mim mesma aceitar que estou numa ilusão patética criada por mim.

Não, eu não vou olhar que ela saiu porque vai me dar uma vontade imensa de querer fazê-la voltar.

Porque eu nunca estive com alguém que eu gostasse ou sentisse algo diferente. E até me apaixonei por alguém que veio e logo se foi, mas enquanto ele estava aqui não me fazia vibrar em tê-lo por perto, mas sem me deixar entender, algo dele ficou em mim quando se foi, algo que agora já nem lembro mais. E é por isso que acho que com você vai ser diferente. Porque te sinto mesmo antes de chegar.

Porque eu acredito em sorte, em signos, em cartas e em Rock ‘n’ Roll.

Desculpa se te machuca lembrar, mas eu não sei porque você não está aqui e eu juro que tentaria manter o que tivemos se eu ao menos pudesse entender o motivo por você ter ido. Mesmo querendo que ficasse, eu tive que te deixar ir e agora me encontro aqui sozinha, rezando para que não me venha uma noite a mais. Porque eu sei que estou caindo e sei o quanto é complicado estar aqui enquanto você está em qualquer outro lugar, menos fora da minha mente. Mas se você não puder lembrar da razão que nos manteve juntos, mas que agora nos mantém fora de alcance, continue a viver, levando embora tudo o que juramos levar a diante, enquanto eu continuo a escrever qualquer coisa que me lembre de uma vida com você.

Porque eu não aguento mais escrever UM texto sobre você, sabendo que nunca irá ler uma frase dita. Não, eu ainda não estou decidida a renunciar, mas é que as vezes da uma vontade absurda de deixar pra lá. E eu já desisti de contar por quantas vezes você passa por minha mente e me faz querer largar tudo, mas ao contrário de tudo, eu fico aqui quieta com minhas crises de bipolaridade, escrevendo, esperando passar. Eu quero dar um basta, mas eu decorei o teu jeito de me acariciar durante o beijo e isso é o que me mata.

E eu tenho medo de você me achar uma maluca por escrever tudo o que me vem á cabeça, mas fico imaginando o que você também iria imaginar se soubesse que é tudo sobre você.

De tanto que você não valeu pra mim e do tanto que não me acrescentou em absolutamente nada que eu fico tentando me convencer de que talvez isso possa ser algo útil pra mim. Eu fico pensando em todas as cartas que eu te escrevi, em todas as letras que te enviei e o meu amor que entreguei de bandeja, mesmo assim você não demonstrou nenhum pouco de confiança e penso que talvez seja uma boa lição pra mim daqui em diante, mas quem que merece uma lição de tal forma? Eu? Eu fico remoendo essa história que não faz mais o menor sentido, me perguntando ”Como alguém pode ser assim?” Não, eu não entendo, mas também não quero continuar escrevendo sobre um alguém do qual nem linhas eu consigo acrescentar.

Porque eu achava que de alguma maneira as palavras sairiam, até passei a ver você todos os dias no espelho do meu quarto enquanto eu treinava algumas falas para te falar, mas quando eu enfim, te via mais próximo de mim, era como se faltassem todas as coisas do mundo e só restassem você e a minha voz calada. Parada, quieta, patética é a maneira em que lembro estar todas as vezes diante á você. Você tinha o dom de me deixar completamente muda mesmo tendo tanto pra falar.

Por mais que eu tente, é difícil te fazer entender. Eu estou a ponto de chegar em você e te dizer: Leia, é tudo, completamente tudo sobre você.

Porque você me abriu os olhos e tem estado comigo desde o inicio. Não existe algum mal que eu possa te fazer sentir porque você desperta em mim sentimentos incríveis!

E eu esperava a sua volta pra me acompanhar e não essas tardes cinzas.

E eu até pensei em namorar aquele carinha popular do colegial, mas logo desisti. E também teve aquele garoto por quem me apaixonei durante alguns meses e evitei encontrar por algum tempo. Como também procurei estar com um alguém que me acompanhasse á lugares badalados. Como estive perto de garotos que costumavam me agradar. E também teve aquele outro garoto das tatuagens cobrindo todas as partes de seu corpo, que me falava meio grosso sobre o quanto ele era diferente do seu amigo com quem eu havia ficado antes de encontra-lo. E até mesmo depois de estar no carnaval com diferentes tipos de garotos, volto a pensar nela. É que de alguma maneira nenhum beijo foi igual ao dela.

Porque por várias vezes eu te olhei escondido, sorrindo, por medo de te pegar olhando pra mim, descobrindo no ar do meu sorriso o quanto eu sou compulsiva, detalhista, vingativa, patética, teimosa, bipolar, crítica, confusa, insegura, descobrindo assim o quanto eu afasto as pessoas antes mesmo que elas tentem chegar a mim.

Porque tu me protegias e me cuidavas de todo o mal e eu mal sabia que o teu mal era cuidar do meu.

Porque eu preciso te encontrar pra te dizer que chegou aquele dia que você tanto me dizia que iria acontecer. Porque eu sabia que de alguma maneira iria acontecer de minha vida parar e voltar para você. E eu estou exatamente naquele ponto em que você costumava me ver: chorando aos escuros por sentir falta de um alguém pra me proteger dos monstros em minha janela, das desilusões que agora estão cruzando os meus caminhos e dos ruídos da minha TV. Porque ás vezes o que eu preciso mesmo é ler um daqueles textos seus com palavras pra me fazer entender que eu era a única o tempo inteiro, mas depois de tanto tempo será que você ainda pensa no que eu poderia continuar a ser? Porque você me fazia acreditar no que dizia e na magia em que podia acontecer entre uma pessoa que é ligada a um outro alguém, como eu era ligada á você. E agora eu ando completamente abalada, insegura sobre em quê acreditar, porque eu já perdi um tanto da minha fé e o foco da realidade do mundo em que existo. Porque eu te procuro em todos os lugares, jornais, e até venho gritando ao mundo, tentando me convencer de que tudo de alguma forma simples e natural vai acontecer.

Porque eu tenho medo de te encontrar e perceber que aquela magia desapareceu. Igual eu tenho medo de um dia acordar e perceber que você não existiu, que nada disso aconteceu.

Eu escrevo pra entender sobre o que me acontece e até mesmo sobre o que não me acontece.

Porque falar dos caras estúpidos que passaram pela minha vida era o que eu mais precisava fazer. Porque eles de fato nunca me deixaram falar e naquele dia eu tinha tanto a dizer… Porque de repente eu te vi me ouvindo falar sem parar sobre a minha vida cheia de falhas, com os seus olhos atentos, me dando total atenção, me mostrando com a sua forma de me observar, as respostas para cada alguém que havia me deixado com a cabeça voando. E você me olhava de uma maneira diferente, querendo saber de tudo o que eu não me permitia demonstrar, mas tudo bem, tudo estava saindo de forma natural. E você até me perguntava alguma coisa sobre o assunto a cada frase em que eu terminava de falar sobre uma etapa da minha vida, me mostrando estar interessado. De repente eu voltei a lembrar do cara em que sonhei a vida inteira e completamente insegura, me calei. Pra que falar dos outros caras que já passaram? Tudo o que você precisa saber é que eles não são como você.