Eu Amo meus Inimigos
Tenho 50anos, sei ler,escrever,fazer contas,mas não tive o prazer de poder estudar.Aos 11 anos de idade, minha mãe me deu a notícia que não iria mais na escola, pois teria que tomar conta do sobrinho. Eu decepcionada respondi, eu preciso estudar,então ela disse, não temos dinheiro para comprar os livros. Impressionante é que eu nunca consegui retornar a escola, pois o trabalho estava sempre em primeiro lugar. Aos 7 anos andava 6 kilometros para chegar na escola num pequeno município. A moda era uma conguinha azul, meu sonho colocar uma nos pés, mas nunca realizei, ia com os pés no chão. E pelos caminhos, trilhas,haviam muitos espinhos de sapê, juá...subia e decia,era cansativo mas as vezes até divertido. A minha sala era no salão da igreja, tínhamos 5 minutos para fazer xixi atrás da igreja, não havia banheiros . Eu nunca pude levar merenda pra escola,antes de ir eu comia hiame que meu pai cozinhava também para os porcos . Minha mãe sempre adoecia e meu cunhado a levava para a cidade para ir ao médico. Com o tempo eu percebi que a doença dela era não ter o que fazer para comermos. Assim que ela saia eu ia pra cozinha preparar o jantar, abria o armário e só encontrava os restinhos dos alimentos. Eu pegava o restinho do arroz, que era um bem quebradinho, que meu pai comprava na máquina, era mais barato. Juntava com o feijão, ia na horta e pegava cheiro Verde,aqueles tomatinhos azedinhos,não me esqueço da enxadinha que eu usava para arrancar batata doce e hiame,resumindo ,fazia um belo sopaõ. Enquanto isso Meu pai dava seus pulos e minha mãe voltava aliviada, pois a sopa ainda sobrava. As 17horas eu colocava querosene nas lamparinas. A água esquentava no fogão a lenha, para lavarmos os pés rsrs . E a noite eu lia os romances Sabrina, dormia num colchão de palha, e a lamparina ficava sobre meu peito, é eu lia até tarde sem maldade alguma,sem noção do perigo.
E o tempo ia passando, as dificuldades aumentando, meu pai enfraquecido e minha mãe do mesmo jeito. Apesar de 7 filhos, apenas eu,a caçula de 13 anos convivia com a tal situação. Meu pai cortava cana para um fazendeiro, roçava os pastos ,era o dinheiro que entrava. Os frangos que tínhamos no terreiro era pra vender na cidade, os ovos, as bananas também. Eu procura no bananal algumas antes do meu pai ,lembro que amassava em uma caneca com água e açúcar rsrs ,saboreava como vitamina. Em setembro era a época de preparar a terra para o plantio, eu amava essa época. O canto do sabiá, ate hoje quando ouço, me vem a saudade. Quando o arado passava,eu achava batata doce. No plantio meu pai cavava a cova, e adubava,meu irmão colocava o milho e eu o feijão. Era legal! Mas quando a plantação brotava, aí sim eu sofria,eu passava dias no alto da colina com uma lata e um pau na mão, quando o bando de pássaros deciam eu batia na lata e gritava ,puuuuulêeee ,assim eles não conseguiam arrancar nossa plantação. Não era fácil. Minha casa era simples, os quartos era de assoalhos de madeira bruta, a cozinha era de chão. Toda sexta eu passava argila amarela nas paredes para cobrir a parte escura que o fogão a lenha fazia, e no chão também. As vezes passava cocô de boi,o chão ficava verdinho e quentinho. E eu fingia que era carpete. Na minha casa não tinha banheiro, a noite usávamos o penico, e durante o dia era no mato . Muitas vezes eu encontrava cuecas do meu pai penduradas nas bananeiras kkkk,acho que não dava tempo dele chegar num lugar reservado, então já cagado ele abandonava por la mesmo. Ahhh tenho muitas historias pra contar...
Uma simples palavra deixa o coração doído, desmotivado e perdido. Imagina como está Deus nessas horas?
Um dia fui criança sonhadora...
Muito amado pelos meus pais.
Com irmãos, grandes aprendizados...
Tive mimos e cuidados especiais.
Adolescente aguardando amor...
Invejado, desprezado...
Sem nenhum cuidado...
Enganei e fui enganado.
Fui atendente, pasteleiro, cozinheiro, faxineiro,
cabeleireiro, leão cobrador...
Vaguei nas ruas, madrugadas...
Troquei dias por noitadas...
Estrapolei, fumei... bebi...
Passei fome...
Não roubei, nem me prostituí.
Quis ser padre e templos frequentei...
Conheci párocos, pastores, pais de santo, babalorixás...
Adorei santos católicos...
Muitos oráculos consultei...
Médium, adivinho...
Invoquei demônios...
Servi a deuses esquecidos...
Tornei-me bruxo, feiticeiro, necromante...
Sempre buscando algo...
Ali, lá e acolá.
Cansei de tudo isso...
E resolvi só trabalhar...
Carreguei muito peso...
E de ninguém quis mais ser empregado.
Fui dono de empresa, proprietário de casa noturna,
lanchonete, restaurante, casa de jogo e de bar...
Artista plástico, pintor...
Tudo isso também fui.
Como sátiro insaciável...
Excelente amante...
Com muitos me deitei...
Conta perdi...
Com nenhum adormeci.
Enterrei muitos amigos...
Poucos inimigos...
Deixei família também por lá...
Tão triste ver o cal cair...
Triste ao pó retornar.
Fiz tanta coisa...
Muitas outras ainda por contar...
Algumas...
Muitas...
Melhor esquecer...
Não convém contar...
Nem mesmo lembrar...
Trazem arrependimentos...
Tristezas grandes...
Fazem lágrimas rolar.
Engoli muitos sapos...
Andei em farrapos...
Trabalhei...
Suei...
Me estressei.
Tudo foi minha vida...
Muitos caminhos...
Veredas...
Estradas que engatinhei...
Andei... passei... parei...
Tomei rasteiras...
Caí...
Não desisti nunca...
Não desisto nunca...
Nem é bom nisso pensar.
Hoje dizem que sou...
Hoteleiro... dono de pousada...
Bem vestido, bonito, cheiroso...
Elegante cavalheiro...
Grosso ou fino...
O que importa?
Alguns me chamam de poeta...
Só porque traço algumas linhas...
Poucos rabiscos.
Sem nenhuma ambição...
Por mais um dia vou vivendo...
Para Deus agradecendo...
Até onde Ele queira me levar.
UMA REUNIÃO FORA DAS CONDIÇÕES DO TEMPO
Algumas viagens se passaram até que nos reuníamos novamente para discutirmos novos algoritmos e novas soluções para todos os processos contínuos. Fez-se necessário ajustarmos tudo o que estava acontecendo e ajustar tudo isso dentro do código; uma vez que havíamos decididos não os modificar mais.
Os seguintes assuntos foram colocados em discussão em nossa reunião:
1. IMPARCIALIDADE
2. HONESTIDADE
3. MÉRITO
4. PERFORMANCE
5. SAÚDE MENTAL
6. ANÁLISE CRÍTICA
7. RELACIONAMENTOS
A imparcialidade foi o único caminho que encontramos para sermos totalmente justos em todas as decisões que estávamos prestes a tomar, deixamos tudo bem transparente para que todo aquele que tivesse um interesse puro e sincero pudesse a vir encontrar todas as respostas que precisava a respeito de todo o nosso projeto e de como poderia a partir de então fazer as suas contribuições na intenção de sempre melhorar o código. Cada um dos presentes apresentaram todos os seus atos e ações em busca de uma sociedade melhor, aqueles que se apresentaram instáveis, tendenciosos, infelizmente tiveram que deixar de fazer parte do “além do tempo”. Não voltamos nem a conversar posteriormente quando começamos a falar sobre o próximo ponto, a honestidade.
Eu mesmo não sabia como eu me comportar, uma vez que, eu não poderia ser tendencioso ao tomar a minha decisão na parte de todo o projeto, para ser bem sincero, foi uma grande dor ter que desclassificar alguém no meu grupo, entretanto a imparcialidade nos dava uma vantagem gigante e era isso o que mais prezávamos no início de tudo. A nossa vantagem é que ninguém teria poder o suficiente de nos manipular a fim de obter alguma vantagem para si mesmo, o nosso trabalho era imutável, a não ser que uns de nós modificássemos o código. Eu mesmo, era viciado, não me cansava nunca de escrever linhas e mais linhas de código para tentar de todas possíveis manifestar a realidade perfeita, algo que aparentemente era impossível de ser realizado, mas já sabemos o impossível não existe e não é essa a questão aqui, poderemos conversar sobre as supostas façanhas aparentemente impossíveis em um outro momento...(etc.)
A honestidade
Honestidade era o que me gerava brilho em nossos olhos e um sorriso inigualável, entretanto era um dos conflitos mais difíceis que a nossa mente relutava em manter; uma vez que ela era exposta diariamente a centenas de propostas que para serem executadas em algum momento seria necessário negociarmos a nossa honestidade que assim como a imparcialidade não abríamos mão. Foi muito gratificante, pode encontrar com todos novamente e compartilhar todas as histórias que vivemos em busca de uma sociedade melhor. Observamos no meio disso tudo, a desonra, o mau caráter, posturas estranhas que não poderíamos respeitar e para cada uma invariável, criávamos uma resolução e um novo algoritmo em resposta, era o momento de colocarmos as nossas cartas na mesa. Assim como na imparcialidade, cada um dos presentes apresentaram todos os seus atos e ações em busca de uma sociedade melhor, aqueles que se apresentaram instáveis, tendenciosos e desonestos, infelizmente tiveram que deixar de fazer parte do “além do tempo”. Não voltamos nem a conversar posteriormente quando começamos a falar sobre o próximo ponto, o mérito...(etc.)
O mérito
O mérito realmente eu estou extremamente agradecido de ter todos vocês aqui. Antes de darmos continuidade é importante deixarmos bem claro para qualquer que tenha interesse o que significa fazer parte do “além do tempo” o que é merecer algo para nós.
O mérito é demonstrado com centenas de facetas, alguns relevantes, outras apenas como amostragem para dizer que tem, ocorrem de maneira ineficazes e sem uma real valorização, um movimento estratégico na maioria das vezes. Olá amigo, como é bom reencontra-lo por aqui, me conte como foi de dedicar uma vida em busca de grandes resultados e observar aquele que não tinha habilidades, competência e conhecimento suficiente, ficar em seu lugar. Não se preocupe, você tem um lugar em nossa banca, nem precisamos pensar muito a vaga é sua, desde que a imparcialidade e a honestidade já façam parte da sua vida.
Mérito? Observou-se uma centenas de milhares de pessoas desonestas, manipuladoras, mentirosas, fazendo de tudo para alcançar uma cadeira, algumas conseguiram, outras se perderam em seus próprios interesses no caminho, mas isso não é meritocracia para nós, fazer de tudo para conseguir algo e depois dizer que está ali porque realmente era merecedor não justifica sua aprovação e seu mérito nos “além do tempo, para todos nós só se torna merecedor aquele que não se negociou em nenhum momento, não manipulou, não foi desonesto e não ágil com má fé ao concorrer com os demais. Para que possamos validar uma nova cadeira, a nossa primeira análise de observação é o potencial, o conhecimento, as habilidades, eficiência, eficácia, honestidade, os resultados e a imparcialidade em um período de baixo do governo do tempo, fazemos testes e caso aprovado, liberamos mais uma cadeira no meio dos “além do tempo, para aquele que realmente é merecedor. Olha só, mais uma vez é possível observar grandes nomes, por aqui e para vocês se não tivermos uma vaga em aberto, criaremos uma que seja adequada ao perfil de vocês. Para analisar foi necessário voltarmos para as condições do tempo, não queríamos, mas era necessário, a parte boa é que obtivemos um grande resultados e grande novos talentos se agregaram ao grupo...(etc.)
A Performance
• Comportamento - Foi colocado em questão o comportamento de todos nós que pertencíamos a banca, utilizávamos como base sempre os pontos até aqui citados, dentro da nossa realidade não poderíamos ter um comportamento menor do que excelentes, não podíamos errar.
• Grupo – O grupo era composto de conhecimentos de áreas diferentes, não queríamos menos do que o nosso melhor, dedicávamos a nossa total atenção para fazer o melhor código já criado, uma conexão que acontecia, apenas por um olhar.
• Modelo matemático – Calculávamos todo o processo, não perdiam nada e antes mesmo de começar qualquer nova construção já sabia o máximo é o melhor resultado que poderíamos obter. Não tínhamos uma meta, até porque, não precisávamos ser medidos, não queríamos apenas chegar em um lugar, queríamos ir muito mais além, queríamos um lugar novo. Lembrei-me dos dias em que estávamos reconstruindo a realidade e criando um multiverso.
Eu posso continuar com a minha introdução? Ainda faltam três pontos e um pouco mais...(etc.)
...(etc.)
Resende, 04, de fevereiro de 2020.
Não organize minha bagunça
Não jogue fora os meus versos
Não revire minhas pinturas
Não quero escutar palavras rasas
Desejo ficar perto do que é certo
O que foi dito superficialmente
Só instiga e alimenta o ego.
A alma do homem cria sabotagens para que ele sempre fique preso a uma realidade aparentemente confortável, aparentemente estável, feliz e em paz. Grande parte da alma não deseja sair da zona de conforto, mas a mente sim, a mente deseja conhecimento e verdade.
Olhe em meus olhos e verás que todas as palavras não bastariam pra lhe dizer, o quão é especial, importante e essencial para mim e para toda minha vida.
O tempo não existia, a realidade era apenas um código, o silêncio transmitia a eternidade, a verdade ensinava-nos o bom caráter, o conhecimento nos entregava a liberdade da informação, a sabedoria nos ensinava todos os dias a tomar a melhor decisão.
MEUS VERSOS (soneto)
Meus versos, assobio do vento no cerrado
A alma melancólica devaneando na rima
O sentimento escorrendo de sua enzima
Do grito do peito do sonho estrangulado
Mimo das mãos no verbo que a alma lima
Ternura na agonia, voz, o lábio denodado
Galrando sensações num papel deslavado
Que há no silêncio do fado em sua estima
Os versos meus, são o olhar em um brado
O gesto grifado no vazio sem pantomima
Vagido da solidão parindo revés entalado
Meus versos, da alacridade me aproxima
Me anima, da coragem de haver poetado
Ter e ser amado, o telhado, riso e lágrima.
© Luciano Spagnol - poeta do cerrado
Abril de 2017 - cerrado goiano
Naquele pátio, a garota sorri, apesar de carregar uma dor incompreensível. Ela sabe que o fogo em seu coração um dia se reacenderá e a refinará. Ass JD
Campos Belos, GO — sua imagem expõe minha visão ao belo; aguça meus pensamentos em sentimentos bons... e nessa contemplação lhe vejo num certo estado de graça.
_“Você não tem conhecimento do que é um amor verdadeiro, meu caro, e isso é o seu maior obstáculo.”
_“É claro que sei o que é amor verdadeiro, sinto borboletas irritantes no estômago e, depois, aquela sensação melosa dos filmes!”
_ “O amor é o compromisso de viver com o mesmo indivíduo, mesmo quando ele cometeu erros e mesmo quando você está cansado de um longo relacionamento. E perdoe seus erros e busque melhorias, porque foi ele quem você escolheu para viver. É continuar apaixonada, mesmo quando já se passaram 40 anos de casamento e parece que foi ontem que você o conheceu.”
Enquanto conto para Elise, lembro-me do meu falecido marido e tenho saudades dele.
“Como eu gostaria de poder viver tudo de novo, só para abraçá-lo mais uma vez; foram 40 anos que parecem ter durado apenas um segundo.”
Tô sem tempo? Mentira! Quando alguém é importante sempre temos tempo. Então quando lhe disserem, não tenho tempo, é porque você pouco importa. Te liga.
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