Escritor
Enquanto alguns são lembrados pelas pedras que atiraram na cruz, outros, por ter ajudado Cristo a concluir sua missão
Narre-me o que não me convence,
Banhe-me de lorotas que me alimentem.
Não sei mais se pago pela sua prece,
Por ter me nutrido como os que sentem.
Seja lá o que distinguir.
Logre-me, ludibrie-me.
Faça-me crer que é admissível,
Seja razoável e me faça cabível.
Se não lhe couber não se acuse.
Viste como é pesado demais o que visto ?
Vestimenta abençoada que amaldiçoa-me.
Mas gosto-a.
Todo brasileiro é mascavo
Pertencem a essa terra.
Vieram, de não sei onde;
Vieram, de não sei do que;
Vieram, não sei porque....
Mas vieram e construíram essa nação.
Melhor que isso. Só melado da cana.
Um bom churrasco. E amigos de montão.
Mistura do mundo novo.
Que se precipitou há nascer.
No solo dessa terra, brejeira.
Não se coloca tapume e fronteira.
Da cabeça. De quem aparecer.
Sabemos a cor de nossa bandeira.
Somos todos mascavos.
Viemos de todo lugar.
O pé no barro e olho no
Futuro. Para bons frutos
Plantar.
Respeito. Respeito.
Isso é preciso.
O dinheiro juntado no jarro.
Não fica na mão de bandido.
Verdadeiros ladrões da Nação.
Onde o canalha, se apropria.
Os pobres, gemendo fica.
Já são 500 anos.
Esta na hora de amadurecer.
Preconceito. Não se pode admitir.
Afinal , ninguém é tão perfeito.
No seu modo de agir.
Mas , somos todos mascavos.
E podemos encaminhar
Nossa nação.
Para o Novo Mundo emergir.
Marcos fereS
Difícil Distinguir
Narre-me o que não me convence,
Banhe-me de lorotas que me alimentem.
Não sei mais se pago pela sua prece,
Por ter me nutrido como os que sentem.
É pesado demais,
mas não cobiço.
Já estou há tanto nisto,
Que não mais distingo.
Seja lá o que distinguir.
Logre-me, ludibrie-me.
Faça-me crer que é admissível,
Seja razoável e me faça cabível.
Se não lhe couber não se acuse.
Viste como é pesado demais o que visto ?
Vestimenta abençoada que amaldiçoa-me.
Mas gosto-a.
Já estou há tanto nisto,
Que não mais distingo.
Toca dos Temores
Houve quando fui pupilo,
Compassivo e inofensivo,
Em afazeres intranqüilos.
Me mantive apreensivo,
Fui purgado, fui punido,
Apedrejado e comovido.
Em meu cerne fui falido,
Arruinado e ofendido,
Derrubado e impelido.
No infalível arremate,
Arruinei o estandarte,
Fiz poeira dos czares.
Não tomei conhecimento,
De estorvo ou empecilho,
Que pudesse me deter.
Dos temores fui o filho,
Fui gerado, fui parido,
Renascido ao me reger.
Entre todos os ardores,
Entre tantos desamores,
Afrontei-os sem tremer.
Ao toque dos tambores,
Na toca dos temores,
Não há o que temer.