Escola Poema de Rubem Alves
O silêncio dos que não são
há pouco falei com o céu escuro,
haviam perguntas esquecidas nas estrelas que dormiam
não houve resposta, pelo menos não que alentasse meu coração
uma estrela que se apagava e acendia continuamente,
abriu a boca e me disse um universo de nadas
a lua, ou dormia, ou simplesmente me ignorava,
voltei para meu quarto solitário, frio e pouco acolhedor
em frente ao espelho não havia imagem alguma, para onde fui?
minha cama não me convidou para que me deitasse
apago a luz
a sombra de um homem vai se recolher ao silêncio dos que não são..
Bagunça
ela como folha de papel em branco
Poesia sem início, nem meio e nem fim
o sonho dele passou a querer ser um lápis
ela de alma limpa, um livro a ser escrito,
ele sabia escrever palavras bonitas
mas deslumbrado com sua alma
não conseguia juntar as palavras
ela intensa como um universo
ele possuía estrelas em versos
o brilho dos olhos dela o desconcertava
ele não conseguia tecer as constelações
ela, tudo o que ele precisava
bastava ele organizar tudinho
ele, mais bagunçado do que organizado
ela em conflitos próprios
internos, sem palavras
disse-lhe o que vai fazer?
ele, assustado
entendeu que ela iria partir
e sem palavras
lhe disse que não sabia
o que fazer
ela, entendeu
ele a lhe dizer
me vou embora
e tal bagunça
bagunçou as vidas de ambos
uma eternidade de tempo depois
encontraram-se
arrumaram a bagunça
ele então disse-lhe
que sentia-se insuficiente
que ele era esse caos
essa bagunça
mas que a Amava
com toda sua alma
pediu que ficasse
tudo que ele queria ouvir
era ela dizer que não se importava
de continuar folha em branco
de continuar livro a ser escrito
não se importava de ele tecer um universo em caos
que não se importava fazer parte de uma bagunça
mas não sabia explicar o porquê,
se entristeceria muito em ir embora
no entanto
ela achou tudo muito complicado
e simplesmente, foi embora..
No corredor da morte
quais palavras buscar para expressar o abortar voluntário dos sentimentos que dão vida as flores
nada que se diga esclarece o que parece ser, mas não é
é deste arremedo de poema de onde as letras sangram que meus sentimentos expressam um silêncio a dizer que Te Amo
se soubesses o quanto me dói, rasga a alma escrever tais palavras, expressar os gritos de minha alma
posto que o Amor foi tudo que expressei, e não foi suficiente, bem disseram que o Amor vai muito além do que pobres palavras podem expressar
ainda assim, tal qual o último pedido de um condenado no corredor da morte, suplico-lhe
atente seus olhos a onomatopeia dos meus versos rotos
não é a alma a busca do reencontro onde de dois se tornam um e um de dois?
como, quando e porque nunca importa
vê, ouve o silêncio no desabrochar das flores, sinta o aroma no abrir das pétalas
a suavidade do pólem que escapa ao toque da borboleta e sobe rasgando o firmamento chegando as estrelas e as fazendo sorrir
eis que tua divindade se faz presente, te venero
como um sacrílego, temo olhar-te, muito menos tocar-te
no entanto, tal qual uma divindade, em ti sinto o desprezar pela morte, sinto em ti o tempo como um eternizar este sentir
não serei mais um dos que morrem enquanto Amam e deixam versos na alma sem expo-los a sua Amada
cada sentir, tu o saberás, enquanto seus ouvidos estiverem abertos a ler-me
jamais enterrarei em minha alma e meu coração, o mínimo sentir que seja..
"Saibas que tu és forte,
Jamais chegarás à morte,
Porque tu és eterno em meu coração,
Ao qual devo grande devoção.
Não te permitas sofrer,
Essa pátria surgiu para crescer."
"Seu sonho é poder exaltar
O filho que por anos
Ela lutou para educar
No dia seguinte poder acordar
Plena de tranquilidade
Sabendo que o coração de seu filho
Está repleto de felicidade."
"Uns vão sem ao menos uma despedida
Outros ficarão até a hora de minha partida.
Ó Deus, que os bons permaneçam
E os ruins, ah, esses me esqueçam!"
"– Por que não gostam de você?
– Porque acham que eu nasci para sofrer.
– Tem felicidade em seu coração?
– Não. Porque o amor que eu quero não me dão."
"Quero ser livre como
Uma gaivota que voa no céu
Almejo uma vida
Doce como o mel.
Me libertarei das algemas
Que prendem minha alma
Eu não aceito nenhum trauma."
"Você pode ser triste ou feliz
Depende de como você se sente
Você pode ter muito ou pouco
Depende de quanto você valoriza".
"É aquele o seu amigo
Que sempre está contigo
Enquanto os humanos lhe dizem
O que você não admite ouvir
O animal vai tirar a dor de ti."
"Eu só vou postergar
E com os animais conversar
Porque tem tanto humano petulante
Com aquele ar de arrogante."