Escadas
Um pé atrás de três degraus
Não havia me dado conta da quantidade
de escadas que me cercam
nunca pensei que só faz sentido subir degraus a quatro pés,
enquanto os andares passam,
espero que o tempo me aleite,
já que de lentes não preciso [mas assim mesmo,
ainda é trabalhoso, seja lento, seja preguiçoso a passada,
o último degrau está cada vez mais próximo,
e o fim dessa parque não se encerra em diversão.
A nostalgia antecipada
toma conta
dos que temem,
dela ter alta.
De lá ter alta.
A vida é uma roda gigante onde a gente sobe tanto pelas escadas como pelo elevador
Difícil encontrar alguém que não tenha passado momentos difíceis por falta de dinheiro.
Às vezes o que falta nem é para o principal.
Pode ser um celular novo, um vestido, trocar de carro ou simplesmente ter um dinheirinho para ir ao cabeleireiro.
É interessante é ver a versatilidade com que as pessoas encaram essa falta de dinheiro e como fazem para obtê-lo.
A maioria rala de seis a oito horas por dia para levar para casa um salário que mal dá para pagar as contas básicas.
E tem gente que opta por usar a beleza que Deus lhe deu, independente de qualquer merecimento.
Esse, ou qualquer outro dom mal usado, costuma ser uma faca de dois gumes.
Pessoas que usam a própria beleza para subir na vida pisam nos menos afortunados podem se dar mal.
Invariavelmente a descida costuma ser uma queda bruta quando a beleza acaba.
E quem só tinha isso, acaba ficando só e sem nada.
Então eu sigo as escadas e chego a porta. Ela da visão ao jardim que trás ao final do dia o cheiro. Seu cheiro. Não que você tenha cheiro de flores e plantas, mas a pureza da natureza me remete a pureza do teu cheiro em meus momentos de lembrança. Aquele cheiro da tua pele que me trazia pra perto de você, assim como o jardim que atrai as borboletas em um final de tarde primaveril. Caminho por esse jardim tocando, cada flor, cada folha assim como tocava cada pedaço do teu corpo, corpo este semeado e cuidado pelo tempo para o jardineiro apaixonado que você me tornou. Fecho os olhos, o velho piano toca dentro da casa abandonada. Casa que você me tirou com minha vontade de sentir suas pétalas, me salvou da escuridão da casa triste. Ando em meio às flores, ando até que o jardim acaba. Desespero-me. Olho pra trás. Não há casa. Não há jardim. Apenas uma fotografia. Olho e uma lágrima escorre como um orvalho. Nela estou eu, beijando uma mão assim como cheirando uma flor.
Ninguém
Subi as escadas e encontrei alguém que não estava lá
Tornei a subir e ele voltou à não estar
Roguei: Não volte nunca mais
Oh, Deus! Ele nunca esteve lá!
O Deus, ele nunca esteve Ká...
“E lá de foram os três, nos trinques, seus passos e vozes ressoando nas escadas. Animados pela promissora sensação de estarem no limiar do futuro, típica noite de sábado. Uma espécie de antegozo eufórico, como se o resto de suas vidas estivesse pronto para se desenrolar.”
Subir devagar as escadas dessa vez
Com os flash de toda vez que a descemos
A cada degrau uma cena diferente
E em nenhuma dela nos perdemos
Não consigo olhar pra minha sacada
Sem ver o que houve ali entre a gente
Muita coisa mudou, mas esse vazio é novo
Não sei ao certo o que pode ser
Já que isso eu só tento preencher
Festas, bebidas, pessoas vazias
Ou eu dormir muito tempo
Ou esse mundo não da pra se viver
Não quero minha felicidade nos pesos de alguém
Mas sendo assim nunca irei amar ninguém
peço pra que não volte, eu quero aprender
Sempre foi assim e agora não muda
Não precisarei de outra pessoa pra viver.
AUTOAJUDA: Não se desce - nem se sobe - escadas com as mãos nos bolsos, você pode esquecer onde elas estão.
Você sem mim
Pelas escadas do apartamento eu espero acordada
As horas passam por mim
E eu não sinto mais nada
Quero fugir pelo buraco da fechadura
E te vi outro dia com alguém
Mas, eu queria mesmo era me dar uma surra
Quero fugir pro além
Fui feliz ao teu lado
Só não sabia disso
Meu mundo está machucado
Mas, não morri por isso
Parabéns pela tua nova vida sem mim
Sinto inveja, sinto raiva
Não sabia que te deixar eu ficaria tão infeliz assim
Todos apagaram as luzes e foram dormir
Continuo sentada sozinha
Mas, meu maior desejo é só fugir
Sair desta vidinha
ESCADAS
Todos querem chegar no topo,
Em tudo isso não há nada de mal,
Mas porquê não esperar mais um pouco,
E subir degrau por degrau!
Suba na vida sem temer os perigos,
E se apresse porque o tempo passa,
Mas jamais faça dos seus amigos,
Os degraus da sua escada!
A subida pede um degrau de cada vez,
E lá no alto prevalece a cooperação,
Não se deixe levar pela altivez,
Use a escada sempre, jamais o corrimão!
Viver é como tentar conquistar o topo de uma escada,
Muitos virão pra querer te impedir,
Mas se você seguir firme na escalada,
Todo o mal que te desejarem, vai te fazer subir!
Rodivaldo Brito em 15.07.2019
Dos transeuntes que vagueiam as escadas,
E se aglomeram de forma imprudente
Para cobiçar o instrumento da verdade,
A maioria escuta a melodia,
Insensata dos próprios tolos ,
Que gritam de fome pela realidade.
A multidão só ouve o mentiroso maltrapilho,
Que já chega atrasado,
Com suas notas de viola,
Dando desculpas esfarrapadas,
Para ouvidos já muito maltratados.
Mente pela música,
Mente rasgando sua inocência,
Até que suas próprias palavras se confundem,
E travam na sinfonia.
Chora Agora,louco que se torna indistinto e desafinado,
O menino pequeno já crescido
Que perde a indentidade da agonia que enlouqueci seu coração
E as palavras que escapavam da boca,
Agora escapam da mente,da harmonia,
Do músico atazanado
Que depois de tudo continua com suas descepicionantes manias.
Meu coração já bateu forte por diversos motivos...
Por que subi rápido as escadas até o oitavo andar pra ter aula.
Por que corri atrás de alguma criança teimosa no trabalho.
Por que fiz algo errado sem querer e temo que o supervisor descubra.
Por que conheci você pessoalmente e foi melhor do que qualquer sonho.
Por que o professor me deu nota máxima e elogiou minha escrita.
Por que fiquei com medo de algum barulho enquanto tomava banho em casa sozinha.
Mas meu coração nunca bateu forte por não querer que ele batesse mais. E lá estava, minha bela primeira vez. Desolada, andando com os pés arrastados.
Eu estava lá desejando não estar
Onde a Falsidade fizer morada
eis que Irei pontualmente
pular as janelas
descer as escadas
para nunca mais voltar.
Caminho a seguir
Escadas de negro
Não vejo o fim
Não sei se subo
Ou rastejo
Se rastejo vou sentir
Se subir vou elevar
Neste céu eu quero tocar
Nele quero respirar
Sentir o que nunca senti
Disfrutar da paisagem
Onde ninguém conseguiu
Onde darão as escadas
Será que aguento a subida
Ou terei que permanecer de noite numa nuvem
Onde será quente
Para este meu sonho de menino
(Adonis Silva)09-2018)
Em mil novecentos e antigamente...
Projetei-me!
Sai calmamente e consciente...
Desci as escadas...
Era cedo!
Chegando lá, sabia que não precisava de chaves.
Pois me projetei!
Fui ao seu quarto simplesmente fiquei o observando.
Não me contive e cheguei mais perto...
Você estava num sono tão profundo...
Eu me aproximei e o beijei...
Você sorriu! E me olhava com tanta ternura...
Sem noção, deve ter achado que era sonho.
Foram segundos!
Mas era real!
Eu me projetei! Conscientemente!
SOBREVIVER
Nas paredes de pedra calcária da entrada
Esvoaçamos já pelas escadas de fragas
Acorrentamos os nossos nomes na hera
Inventamos traços onde nós nos amamos
Concordamos nas palavras como se fossem
De um último adeus, de um último comboio
Que partiu para longe sem, sem ti, sem mim
Janela de casa que dava para o florido jardim
Sente-se o cheiro de alcatrão numa velha canção
Ignoramos as sombras fingindo as mentiras soltas
Como uma voz que sussurra na secreta passagem
Olhar das minhas pálpebras num belo vestido roxo
Sobrevivemos a tudo a todos com coragem infinita.
