Erasmo de Rotterdam Elogio a Loucura

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A Carta

Escrevo-te estas mal traçadas linhas, meu amor
Porque veio a saudade visitar meu coração
Espero que desculpes os meus erros, por favor
Nas frases desta carta
que é uma prova de afeição
Talvez tu não a leias, mas quem sabe até darás
Resposta imediata me chamando de meu bem
Porém o que me importa
é confessar-te uma vez mais
Não sei amar na vida mais ninguém

Tanto tempo faz,
que li no teu olhar
A vida cor-de-rosa que eu sonhava
E guardo a impressão
de que já vi passar
Um ano sem te ver,
um ano sem te amar
Ao me apaixonar,
por ti não reparei
Que tu tivestes só entusiasmo
E para terminar, amor assinarei
Do sempre, sempre teu...

Erasmo Carlos

Nota: Trecho da música "A Carta", com participação de Renato Russo, e composição de Benil Santos e Raúl Sampaio.

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O lobo talvez mude a pele, mas nunca a alma.

Erasmo de Roterdã
"Adages". Toronto: University of Toronto Press, 1992.

Em vão a mulher veste a máscara, continua sempre mulher, ou seja, louca. (...) É este dom da loucura que lhes permite ser, em muitos aspectos, mais felizes que os homens.

Um cumprimento gentil e delicado muitas vezes cria amizade, apaga a inimizade.

Não convencerás, se também não estiveres convencido.

A felicidade consiste essencialmente em querer-se ser o que é.

Está morto: podemos elogiá-lo à vontade.

Machado de Assis
Assis, M. Obra Completa de Machado de Assis. vol. II. Rio de Janeiro: Nova Aguilar 1994.

Nota: Conto "O Empréstimo."

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O mal de quase todos nós é que preferimos ser arruinados pelo elogio a ser salvos pela crítica.

Contra os ataques é possível nos defendermos: contra o elogio não se pode fazer nada.

No elogio há mais impertinência do que na censura.

Em certas pessoas, o alegrar-se com um elogio é apenas uma delicadeza do coração - e precisamente o contrário de uma vaidade do espírito.

Suportam melhor a censura os que merecem elogio.

Alexander Pope
Ensaio sobre a Censura

Sempre que uma pessoa pede o nosso conselho, geralmente procura o nosso elogio.

O elogio que se conquista em não se deixar ofender supera a glória que se ganha vingando-se.

Elogio da Sombra

A velhice (tal é o nome que os outros lhe dão)
pode ser o tempo de nossa felicidade.
O animal morreu ou quase morreu.
Restam o homem e sua alma.
Vivo entre formas luminosas e vagas
que não são ainda a escuridão.
Buenos Aires,
que antes se espalhava em subúrbios
em direção à planície incessante,
voltou a ser La Recoleta, o Retiro,
as imprecisas ruas do Once
e as precárias casas velhas
que ainda chamamos o Sul.
Sempre em minha vida foram demasiadas as coisas;
Demócrito de Abdera arrancou os próprios olhos para pensar;
o tempo foi meu Demócrito.
Esta penumbra é lenta e não dói;
flui por um manso declive
e se parece à eternidade.
Meus amigos não têm rosto,
as mulheres são aquilo que foram há tantos anos,
as esquinas podem ser outras,
não há letras nas páginas dos livros.
Tudo isso deveria atemorizar-me,
mas é um deleite, um retorno.
Das gerações dos textos que há na terra
só terei lido uns poucos,
os que continuo lendo na memória,
lendo e transformando.
Do Sul, do Leste, do Oeste, do Norte
convergem os caminhos que me trouxeram
a meu secreto centro.
Esses caminhos foram ecos e passos,
mulheres, homens, agonias, ressurreições,
dias e noites,
entressonhos e sonhos,
cada ínfimo instante do ontem
e dos ontens do mundo,
a firme espada do dinamarquês e a lua do persa,
os atos dos mortos,
o compartilhado amor, as palavras,
Emerson e a neve e tantas coisas.
Agora posso esquecê-las. Chego a meu centro,
a minha álgebra e minha chave,
a meu espelho.
Breve saberei quem sou.

O elogio é um meio muito usa­do, mas sempre novo, de render homenagem à vaidade alheia.

Todos nós podemos errar, mas a perseverança no erro é que é loucura.

A sabedoria tem os seus excessos e não é menos necessário moderá-la do que à loucura.

Não existe maior loucura no mundo do que um homem entrar no desespero.

Chorarmos por daqui a cem anos não estarmos vivos é loucura semelhante à de chorarmos por não termos vivido há cem anos.