Era
“Mas eu sabia, desde quando te conheci, sabia que você não era como os outros, tinha algo em você que me chamava atenção, sabia também que isso era perigoso, evitei me aproximar, evitei me apegar, mas você tomou conta dos meus pensamentos e quando me dei conta, você já tinha entrado na minha vida. Resolvi dar uma chance pro meu coração, resolvi arriscar. E se não der certo? O que não mata, fortalece.”
Ela chegou assim.
Sorrateira e provocante.
E quando eu dei por mim.
Eu já não era como antes.
Meu ser ficou diferente.
Minha alma incomodada.
Então ela me olhou.
Meu coração quase parou.
Senti aquele momento.
E percebi que o tempo.
Trouxe meu primeiro amor.
De repente, vamos percebendo que tudo o que achávamos que era importante, hoje não é mais. Que o simples, tomou conta e assusta tanto, que ficamos até desconfiados. Vamos percebendo que as pequenas coisas, é que dão o toque especial. Que a simplicidade da vida tem um significado e que até o momento passava despercebida. Que o que mais importa é a nossa paz de espírito. É viver sem ter que dar muita explicação. É sermos nós mesmos e viver sem medo de ser feliz. Por fim, entendamos que a felicidade é fazer o bem e a alegria no coração das pessoas. Levaremos daqui apenas a leveza da nossa alma e nada mais.
Ela era uma mulher brilhante. Era ambiciosa, inteligente, bondosa. Mas… havia um homem. Essa é realmente a única coisa que pode derrubar uma mulher assim.
"Tinha suspirado
Tinha beijado o papel devotamente
Era a primeira vez que lhe escreviam aquelas
sentimentalidades
E o seu orgulho dilatava-se ao calor amoroso que
saía
delas
Como um corpo ressequido que se estira num banho
lépido
Sentia um acréscimo de estima por si mesma
E parecia-lhe que entrava enfim uma existência
superiormente interessante
Onde cada hora tinha o seu intuito diferente
Cada passo conduzia um êxtase
E a alma se cobria de um luxo radioso de sensações."
O universo muda. As pessoas mudam eu mudei não sou mais quem era ontem, amanhã não serei quem sou hoje....
Sempre pensei que ninguém prestava atenção no que eu fazia, que o único drama era na minha cabeça, mas, afinal, eu não era tão invisível assim.
Suspirei fundo. Colocando o derrotismo de lado. Eu não era mulher de ficar chorando pelo leite derramado... Precisava agir. Fazer algo. O que? Eu não sabia ainda. Qualquer coisa que me tirasse de vez daquela armadilha repulsiva. Não podia admitir que Ali tomasse as rédeas da situação. Precisava evitar que ela voltasse a me tocar daquele jeito. Como se achasse que fôssemos, ou pudéssemos algum dia ser namoradas, ou algo mais... Tinha que fazer a menina entender que aquilo era impossível.
Era uma vez uma voz.
Um fiozinho à-toa. Fiapo de voz.
Voz de mulher. Doce e mansa.
De rezar, ninar criança, muitas histórias contar.
De palavras de carinho e frases de consolar.
Por toda e qualquer andança, voz de sempre concordar.
Voz fraca e pequenina. Voz de quem vive em surdina.
Um fiapo de voz que tinha todo o jeito de não ser ouvido.
Não chegava muito longe. Ficava só ali mesmo, perto de onde ela vivia.
Um pontinho no mapa.
Acaso
No acaso da rua o acaso da rapariga loira.
Mas não, não é aquela.
A outra era noutra rua, noutra cidade, e eu era outro.
Perco-me subitamente da visão imediata,
Estou outra vez na outra cidade, na outra rua,
E a outra rapariga passa.
Que grande vantagem o recordar intransigentemente!
Agora tenho pena de nunca mais ter visto a outra rapariga,
E tenho pena de afinal nem sequer ter olhado para esta.
Que grande vantagem trazer a alma virada do avesso!
Ao menos escrevem-se versos.
Escrevem-se versos, passa-se por doido, e depois por gênio, se calhar,
Se calhar, ou até sem calhar,
Maravilha das celebridades!
Ia eu dizendo que ao menos escrevem-se versos...
Mas isto era a respeito de uma rapariga,
De uma rapariga loira,
Mas qual delas?
Havia uma que vi há muito tempo numa outra cidade,
Numa outra espécie de rua;
E houve esta que vi há muito tempo numa outra cidade
Numa outra espécie de rua;
Por que todas as recordações são a mesma recordação,
Tudo que foi é a mesma morte,
Ontem, hoje, quem sabe se até amanhã?
Um transeunte olha para mim com uma estranheza ocasional.
Estaria eu a fazer versos em gestos e caretas?
Pode ser... A rapariga loira?
É a mesma afinal...
Tudo é o mesmo afinal ...
Só eu, de qualquer modo, não sou o mesmo, e isto é o mesmo também afinal.
Infância
Hoje pensei em como a infância era gostosa!Com suas brincadeiras e despreocupações.De olhos arregalados e corpo esticado viamos as horas passar, sem se preocupar com o tempo que perdiamos.A folha da árvore que virava catavento.O chinelo qe tornava-se um lindo avião. O sorriso singelo.Os amigos do parquinho.A vontade de ter um cachorro que fizesse tudo que os Rin tin tin's fazem.Essa inocência perdeu-se no tempo, no tornar-se adulto.A sensibilidade, a simplicidade de rabiscar no chão, mesmo que linhas imaginárias o que na nossa cabeça era um emaranhado de idéias.Espiar entre os dedos, fingir que estava dormindo.Levar flores para a professora ou simplesmente ganhar um abraço dela.Brincar na areia, subir em árvores!Tudo faziamos e agora olhamos com recordações.Apreciar as pequenas coisas é deixar a alma permanecer infantil, é olhar com ternura para aqueles que ainda não descobriram que o mundo adulto é tão assustador.É apaixonar-se por um olhar pequenino.Por uma atitude de criança travessa que diz "obrigada".É achar que ganhou o dia pq conseguiu algo que achava impossível.É acreditar que o amanhã será melhor.É brincar com borboletas!É chorar se preciso, é buscar o melhor!é ficar horas procurando desenhos em nuvens!É ter curiosidade!
Que eu nunca deixe, Deus, de ter sede de poeta e alma de criança!!
Chamas
Você era fogo.
Eu já sabia disso.
Mesmo assim.
Eu arrisquei.
E me joguei na suas chamas.
E foram as chamas mais intensas que alguém ja me fez sentir!
O príncipe nunca voltaria para me despertar de meu sonho encantado com um beijo. Eu não era uma princesa, afinal. Então, o que dizia o protocolo dos contos de fada sobre outros beijos? Do tipo comum, que não quebra feitiços?
O sangue escorria, naquele líquido vermelho a dor se ia, era necessidade, diferente do desejo e insanidade, a dor parava, descansava. Os olhos fechavam, ali escurecia, sentia-se bem, era o lugar onde se encontrava, sentia o coração ficar calmo aos poucos, história escrita com sangue, se tornando melhor. Pedaços vazios. Mutilação. Restaram os pedaços que se tornaram cicatrizes, aquelas que mais tarde ao passar a mão, se orgulhou por ter aguentado fortemente sozinho, sem precisar da ajuda de quem o julgava e acabava com suas esperanças de viver a história que escrevia.
Quando a ficha cai.
No começo cheguei a pensar
que o problema
era onde eu estava,
mas com o tempo,
notei que nunca teve a ver
com lugares
ou mesmo
com pessoas.
Não sou adaptado a nada,
e o problema está
em mim.
Talvez eu seja uma peça
sobrando,
algo raro em meio
aos montes.
Eu era mais rigoroso que muitos dos meus amigos porque eu queria mais, eu exigia mais. Eu era mais faminto por sucesso do que qualquer pessoa que conhecia.
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