Epígrafe sobre Fotografia
“Não acredite só na “fotografia do momento”, que os seus olhos captam. É só um instantâneo. Creia mais no “longa metragem” que sua alma vê. É o futuro...”
Minha essência ainda é como essa antiga fotografia, o mundo me mudou, mas meu interior ainda sonha, como o garotinho que ganhou um pequeno brinquedo novo e se sente muito feliz, o pequeno gesto ainda me fascina, o detalhe é ainda o de mais importante para mim...
Fotografia
Atento ao olhar de luminosidade
Esquadrinha a geometria de um flagrante
Magnífica captura de um insight
Doce acalanto da imortalidade evidente.
Uma imagem em clara objetiva
Reflete cores, luz, harmonia e sensibilidade.
Dá o tom de alegria em simetria
Misturando lembranças à doce saudade.
Testemunha de muitos olhares
Observa a intimidade ilusória
Sentimento original, real e evidente.
Consagração da ficção das memórias.
Retrata escritos, sons e imagens
Esplendor e a dádiva da natureza.
Compõe a cena em um clique pleno
Essências de emoções e de muita beleza.
Num instante torna-se a preferida
No seu feitio, a mais doce poesia
De tornar real uma evidência
Fotografia, o seu nome é Magia.
Se ela fosse uma fotografia eu diria sem medo: ela não é uma selfie.
Ela é muito mais que uma sequência aleatória de fotos a procura do seu melhor ângulo.
Ela não tem “um” melhor ângulo, ela é bonita neles todos, mas, quando ela se distrai, aí, sim, tem lá seu charme extra.
Ela foi planejada, detalhe por detalhe, contraste, matiz e saturação, feita para se adaptar aos dias de muita ou pouca luz. Quase igual a todas as outras, mas quem olha de perto sabe que ela tem lá suas nuances.
Ela me olha com aqueles olhos que conversam com os meus, mas que eu nunca sei responder à altura. E quando ela sorri, puxa vida, eu me desconcerto. E ela? Bom, ela sempre disfarça. Finge que não viu, mas lá, no fundo, eu sei que por dentro ela sorriu.
Se ela fosse um concerto, eu diria sem medo: ela não é qualquer concerto.
Ela é desses que a gente se põe a ouvir e vive, vibra, e se emociona a cada nota. E antes que acabe você já se lamenta, e até pergunta se amanhã tem outra vez.
E ela sempre está lá, na manhã seguinte, com seu dom de causar mais efeitos no cérebro que qualquer obra de Mozart. Um efeito que é só dela, que só se entende vagamente quem de perto acompanha cada um de seus compassos.
Ela é poesia da cabeça aos pés. É surpreendente a cada página. É melancolia no cabeçalho, e euforia já no rodapé. Ela derrama felicidade pelos olhos quando só a curva do sorriso não suporta toda a alegria que ela tem por dentro.
Aliás, que curva linda ela tem.
E por falar no que ela tem por dentro... ela sempre se supera. Beleza mesmo ela cultiva além da pele. Só encontra quem consegue ver além do que olhos veem.
A nossa melhor fotografia foi aquela que nossos olhos tiram e não revela fica guardada e nossas lembranças nunca se esqueça que no meu coração tem um quarto repleto de fotos sua principalmente do seu sorriso.
Pé Torto.
A unica coisa na vida capaz de frear minha caminhada: O registro de uma fotografia...
Se juntaram do nada, quase sem querer. Nada forçado. Tinha que ser. Pés nada egocêntricos. Muitos caminham em direções diferentes, mas todos com algum propósito, mas sempre ao encontro de gente. Alguns com leveza, outros apressados, alguns muito lentos, parecendo caminhar contra o vento devagar quase parando na fila do super mercado, de uma lotérica ou de um banco.
Nos horários de pico, são apressados, rumo a fazer o almoço da família, atender seus viventinhos, malhar na academia, buscar o filho na escola, pegar o pão quentinho na padaria.
Descansam numa mesa de bar, enquanto as mão seguram um copo, ou num final de tarde no laranjal, tomando um amargo, apreciando o por do sol. Outros bem calejados, ainda têm pique para uma partida de futebol.
Cumprem jornada de estudos, correm pra não perder o ônibus.
Dessa caminhada esperamos colher bons frutos, na qual não existe perdas e ganhos e sim aprendizados presentes e futuros.
Durante a trajetória notaremos algum pé desajeitado, meio torto, caminhando para lado oposto, mas o importante é que nenhum pise no outro, respeitando o espaço e o jeito de ser e cada um.
Há quatro horas da liberdade do corpo, a mente já percorre vales de fogo.
A fotografia é fria mas a verdade transpira implorando um gole da garrafa vazia.
Uma cerveja e uma pinga, são a chave que abre a algema.
Uma volta de carro, depois um cigarro e aí tudo bem.
O balcão e o banquinho, esse sim é o caminho que busquei a semana inteira esperando a sexta-feira.
Espero o momento perfeito do sol encontrando a lua promovendo o encontro dos amigos de sempre que percorrem a estrada do zodíaco para brindar e respirar o ar seco e empoeirado de Brasília, do Cerrado, até a lua encontrar o sol.
A liberdade gelada do fim de semana me chama, aos gritos, aos berros, mas ainda estou presa em um sistema falho, de paisagem bucólica e ares de retidão.
Mas quando quebrarem-se os grilhões,as estrelas se apagam e a luz do seu isqueiro é a única que eu vou ver.
Passo a semana inteira esperando a liberdade e a minha liberdade é me prender à você.
Até pensei sentir o tempo parar
Parecia querer congelar teu sorriso feito fotografia,
Mas você seguiu, levando leveza pelo caminho,
Foi então que percebi, não era sonho,
Você não parou numa fotografia
Foi o mundo que parou pra te ver, enquanto você sorria.
Sei que nossas mãos tateiam luzes, na esperança de caminhar além do que estamos... A fotografia, de nós, não nos pertence e é irreversível.
A pós-produção na fotografia é o toque de arte que o fotógrafo tem o direto de ter. É a hora que vira pintor, artista plástico, escultor e escritor.
O arquivo primeiro, o gravado pela câmera, é a tela vazia, o pedaço de pedra ou tora, o rosto sem os traços da maquiagem, o papel branco esperando pelas letras certas.
Assim, um mesmo arquivo fotográfico, serve para uma infinidade de resultados que só a arte, pela criatividade, a habilidade de criar, pode nos dizer se é possível fazer.
Quando se procura o belo na arte, incluindo a fotografia, encontra-se inevitavelmente o nú, entre as várias manifestações da beleza estética. Alguns o admiram como se estivessem a ver anjos... Outros lhe viram as costas e até praguejam, como se estivessem enxergando seus próprios demônios interiores.
Sobre a mesa do escritório
Uma fotografia esquecida.
Um sorriso, há tempos, perdido...
Alegria mal dividida!
Sobre a cama desfeita,
Um travesseiro amassado...
Um cobertor mal dobrado
Sobre a mesa de comer
Duas grandes e sujas xícaras
Lembranças de um dia encantado!