Entao me diz Alguma coisa
Depois de um bom tempo dizendo que eu era a mulher da vida dele, um belo dia eu recebo um e-mail dizendo “olha, não dá mais”. Tá certo que a gente tava quase se matando e que o namoro já tinha acabado mesmo,mas não se termina nenhuma história de amor (e eu ainda o amava muito) com um e-mail, não é mesmo?
Liguei pra tentar conversar e terminar tudo decentemente e ele respondeu “mas agora eu to comendo um lanche com amigos”. Enfim, fiquei pra morrer algumas semanas até que decidi que precisava ser uma mulher melhor para ele. Quem sabe eu ficando mais bonita, mais equilibrada ou mais inteligente, ele não voltava pra mim?
Foi assim que me matriculei simultaneamente numa academia de ginástica, num centro budista e em um curso de cinema. Nos meses que se seguiram eu me tornei dos seres mais malhados, calmos, espiritualizados e cinéfilos do planeta. E sabe o que aconteceu? Nada, absolutamente nada, ele continuou não lembrando que eu existia.
Aí achei que isso não podia ficar assim, de jeito nenhum, eu precisava ser ainda melhor pra ele, sim, ele tinha que voltar pra mim de qualquer jeito. Decidi ser uma mulher mais feliz, afinal, quando você é feliz com você mesma, você não põe toda a sua felicidade no outro e tudo fica mais leve. Pra isso, larguei de vez a propaganda, que eu não suportava mais, e resolvi me empenhar na carreira de escritora, participei de vários livros, terminei meu próprio livro, ganhei novas colunas em revistas, quintupliquei o número de leitores do meu site e nada aconteceu.
Mas eu sou taurina com ascendente em áries, lua em gêmeos e filha única Eu não desisto fácil assim de um amor, e então resolvi que eu tinha que ser uma super ultra mulher para ele, só assim ele voltaria pra mim. Foi então que passei 35 dias na Europa, exclusivamente em minha companhia, conhecendo lugares geniais, controlando meu pânico em estar sozinha e longe de casa, me tornando mais culta e vivida. Voltei de viagem e tchân, tchân, tchân, tchân: nem sinal de vida.
Comecei um documentário com um grande amigo, aprendi a fazer strip, cortei meu cabelo 145 vezes, aumentei a terapia, li mais uns 30 livros, ajudei os pobres,rezei pra Santo Antonio umas 1.000 vezes, torrei no sol, fiz milhares de cursos de roteiro, astrologia e história, aprendi a nadar, me apaixonei por praia, comprei todas as roupas mais lindas de Paris.
Como última cartada para ser a melhor mulher do planeta, eu resolvi ir morar sozinha. Aluguei um apartamento charmoso, decorei tudo brilhantemente, chamei amigos para a inauguração, servi bom vinho e comidinhas feitas, claro, por mim, que também finalmente aprendi a cozinhar.Resultado disso tudo: silêncio absoluto.
O tempo passou, eu continuei acordando e indo dormir todos os dias querendo ser mais feliz para ele, mais bonita para ele, mais mulher para ele. Até que algo sensacional aconteceu. Um belo dia eu acordei tão bonita, tão feliz, tão realizada, tão mulher que eu acabei me tornando mulher demais para ele. Ele quem mesmo?
Os bobos
Ele chega e não diz nada nem da minha roupa nova e nem da minha casa que perfumei pra ele. Então eu também não digo nada sobre estar geando e ele ter vindo só de camiseta direto do trabalho. Então começamos a ver o filme e como ele não faz questão de encostar a perna na minha perna, eu que não sou boba de encostar a minha perna na dele. E na cena de sexo do filme, como ele não sorri e nem olha pra mim, também fico mais fria do que estão meus pés. Ao final do filme, ele corre para olhar o celular dele. Eu que não sou boba e jamais posso perder para alguém, muito menos para um homem, menos ainda para um homem que me interessa, corro para olhar meu celular também. E como vejo que ele olha as mensagens e sorri, acabo tendo gargalhadas ao olhar meu visor com a foto da minha cachorra e nada mais. E então pessoas começam a ligar pra ele. Tudo bem que é a mãe e o amigo do futebol, mas é tarde demais. Eu, como não sou nem um pouco boba, mando algumas mensagens de texto para algumas pessoas sem que ele perceba, só para receber também várias ligações. Daí ele fala rapidamente da ex namorada, acho até que por culpa minha, eu devo ter perguntado alguma coisa. E eu começo a falar dos meus 789 ex namorados. Porque meu filho, nesse quesito eu ganho de você. Você teve aí, nesses seus poucos anos a mais do que eu, o quê? Umas três namoradas? Ah, querido, isso eu tive só no terceiro colegial. E então eu começo a falar deles. E dos outros tantos que foram só casinhos. E dos outros tantos que foram só sexo. E falo de sexo como se eu fosse uma versão magra, clara e pobre da Preta Gil. Só que mais devassa. E fico com vontade de deitar no colo dele e falar que é tudo mentira. Eu nem namorei tanto assim. E sou a mais imbecil do mundo porque sempre acho que vou casar com qualquer um que me come. E nem dou, pra falar a verdade, pra qualquer um. E mesmo para os que não são qualquer um, demoro um pouco pra conseguir tirar qualquer peça de roupa mais íntima. Mas não, eu não posso ser boba, eu não sou boba. E então, e então, porque ele não fala nada em jantar comigo, marco um jantar com um amigo na frente dele. E porque ele não fala nada em me encontrar depois, deixo claro, antes dele dizer qualquer coisa, porque não sou boba, que já tenho compromisso pra depois do jantar também. E minto que vou passar uma semana no Rio. É mentira, são só dois míseros e infinitos dias. Mas não sou boba. Eu não sou boba. E porque ele faz um pouco de cara de tédio e eu acho que ele vai ficar entediado de mim e querer ir embora, o expulso da minha casa. Vamos! Suma daqui desgraçado! Eu não sou boba, entendeu? EU NÃO SOU BOBA. E ele me pede só mais uma música, só mais um beijo e alguns segundos para calçar os sapatos. E eu digo que não, preciso que ele vá embora agora porque tenho algo muito importante a fazer. E como bocejo pra ele mas olho misteriosa pela janela, fingindo que alguém incrível me espera ansioso pelas ruas do mundo, deixo claro que é melhor ele desistir logo de mim. Porque não sou boba. E então ele sai, sem nem amarrar direito os cadarços. E volta pra casa sem tempo de me convidar para o jantar, a festa, o sexo. Sem tempo de encostar sua perna na minha, elogiar minha roupa, o perfume, deixar vir e deixar ir o tédio. Deixar vir e deixar ir a dúvida. E eu fico aqui mais uma vez, tão esperta.
Estou hoje num dos meus dias cinzentos, como diz nosso escritor; dia em que tudo é baço e pesado como a cinza, dia em que tudo tem a cor uniforme e nevoenta dele, desse cinza em que eu às vezes sinto afundar o meu destino. Estou triste e vagamente parva, hoje, e, no entanto, estou na capital do Alentejo; aos meus ouvidos chega o ruído dos automóveis, o barulho cadenciado das patas dos cavalos de luxo, o pregão forte e sensual que é toda a alma de mulher do povo, e por cima disto tudo, a espalhar vida, luz, harmonia, sinto o sol, um sol de fogo, o sol do meu Alentejo sensual e forte como um árabe de vinte anos! Pois tudo me irrita! Que direito tem o sol para se rir hoje tanto? Donde vem o brilho que Deus pôs, como um dom do céu, nos olhos das costureirinhas que passam? Donde vem a névoa de mágoa que eu trago sempre nos meus?! Vê?... É o dia pesado, o dia em que eu sou infinitamente impertinente e má como uma velhota de oitenta anos.
Eu odeio os felizes, sabes? Odeio-os do fundo da minha alma, tenho por eles o desprezo e o horror que se tem por um réptil que dorme sossegadamente. Eu não sou feliz mas nem ao menos sei dizer porquê. Nasci num berço de rendas rodeada de afectos, cresci despreocupada e feliz, rindo de tudo, contente da vida que não conhecia, e de repente, amiga, ao alvorecer dos meus 16 anos, compreendi muita coisa que até ali não tinha compreendido e parece-me que desde esse instante cá dentro se fez noite.
Fizeram-se ruínas todas as minhas ilusões, e, como todos os corações verdadeiramente sinceros e meigos, despedaçou-se o meu para sempre. Podiam hoje sentar-me num trono, canonizar-me, dar-me tudo quanto na vida representa para todos a felicidade, que eu não me sentiria mais feliz do que sou hoje. Falta-me o meu castelo cheio de sol entrelaçado de madressilvas em flor; falta-me tudo o que eu tinha dantes e que eu nem sei dizer-te o que era... É a história da minha tristeza. História banal como quase toda a história dos tristes.
Diz uma lenda chinesa que amizades verdadeiras são como árvores de raízes profundas: nenhuma tempestade consegue arrancar.
Eu senti que era amor quando depois do "boa noite" havia uma vontade incontrolável de dizer "eu te amo".
Por que você não me diz que "se a menina valia a pena ter, ela teria esperado por você?" Não, senhor, a menina que realmente vale a pena não vai esperar por ninguém.
São Miguel, quebre agora todo orgulho do coração (diz o nome da pessoa) e expulse todo espírito de inveja que cerca a vida do (diz o nome da pessoa).
Afaste todo mal que exista entre nos dois, permitindo assim a nossa união imediata para sempre.
Que o anjo São Gabriel anuncie o meu nome (fala o nome) suavemente todos os dias nos ouvidos de (fala o nome da pessoa amada)
E faça o anjo da guarda de (nome da pessoa amada), trabalhar em favor da nossa união e do nosso eterno amor e carinho.
Ó anjo São Rafael, cure toda mágoa, todo o medo, toda incerteza, toda dúvida, todo ressentimento, toda tristeza que possa existir no coração de (nome da pessoa amada) que impedem que (nome da pessoa amada) se abra imediatamente para o nosso carinho e para nossa união.
Que faça isso para que haja a nossa união imediata e o nosso respeito mútuo eterno.
Meus queridos anjos, peço que (nome da pessoa amada) esqueça de vez todas as desavenças e se arrependa do mal que dez a mim
Anjo Miguel, anjo Gabriel e anjo Rafael, reunidos ao meu anjo da guarda e ao anjo da guarda de (nome da pessoa amada) nos proteja e trabalhem a favor da nossa união e de nosso amor.
Enchendo de alegria e carinho por mim o coração do (nome da pessoa amada).
Anjos queridos, façam com que (nome da pessoa amada) se lembre com amor e emoção das palavras bonitas e cheias de amor que lhe disse,
Que o coração do (nome da pessoa amada) seja tocado. amansado, restaurado, renovado e iluminado fortemente pelas luzes que emanam do Santo Anjo Miguel, Santo Anjo Gabriel e do Santo Anjo Rafael, expulsando de perto dele todo mal,
Afasta também todas as pessoas que tem inveja da nossa união, deixando (nome da pessoa amada) repleto da chama Rosa da Mestra Rowena, enchendo-lhe de muito carinho por mim, a cada dia, a cada instante mais e mais.
Que (nome da pessoa amada) me procure ou me ligue para nos unir.
Que assim se cumprirá em nome de Deus Pai, Deus Filho, Espírito Santo, Amém".
Tudo aquilo que algum idiota diz que é urgente, é algo que algum imbecil não fez em tempo hábil e quer que você, o otário, se estrepe para fazer em tempo recorde.
Você nunca sabe quanto tempo você tem com alguém, então não esqueça de dizer eu te amo enquanto você pode.
E foi então que apareceu a raposa:
– Bom dia, disse a raposa.
– Bom dia, respondeu polidamente o principezinho, que se voltou, mas não viu nada.
– Eu estou aqui, disse a voz, debaixo da macieira...
– Quem és tu? perguntou o principezinho. Tu és bem bonita...
– Sou uma raposa, disse a raposa.
– Vem brincar comigo, propôs o principezinho. Estou tão triste...
– Eu não posso brincar contigo, disse a raposa. Não me cativaram ainda.
– Ah! desculpa, disse o principezinho.
Após uma reflexão, acrescentou:
– Que quer dizer "cativar"?
– Tu não és daqui, disse a raposa. Que procuras?
– Procuro os homens, disse o principezinho. Que quer dizer "cativar"?
– Os homens, disse a raposa, têm fuzis e caçam. É bem incômodo! Criam galinhas também. É a única coisa interessante que eles fazem. Tu procuras galinhas?
– Não, disse o principezinho. Eu procuro amigos. Que quer dizer "cativar"?
– É uma coisa muito esquecida, disse a raposa. Significa "criar laços".
– Criar laços?
– Exatamente, disse a raposa. Tu não és ainda para mim senão um garoto inteiramente igual a cem mil outros garotos. E eu não tenho necessidade de ti. E tu não tens necessidade de mim. Não passo a teus olhos de uma raposa igual a cem mil outras raposas. Mas, se tu me cativas, nós teremos necessidade um do outro. Serás para mim único no mundo. E eu serei para ti única no mundo...
– Começo a compreender, disse o principezinho. Existe uma flor... Eu creio que ela me cativou...
– É possível, disse a raposa. Vê-se tanta coisa na Terra...
– Oh! Não foi na Terra, disse o principezinho.
A raposa pareceu intrigada:
– Num outro planeta?
– Sim.
– Há caçadores nesse planeta?
– Não.
– Que bom. E galinhas?
– Também não.
– Nada é perfeito, suspirou a raposa.
Mas a raposa voltou à sua ideia:
– Minha vida é monótona. Eu caço galinhas e os homens me caçam. Todas as galinhas se parecem e todos os homens se parecem também. E por isso me aborreço um pouco. Mas se tu me cativas, minha vida será como que cheia de sol. Conhecerei um barulho de passos que será diferente dos outros. Os outros passos me fazem entrar debaixo da terra. O teu me chamará para fora da toca, como se fosse música. E depois, olha! Vês, lá longe, os campos de trigo? Eu não como pão. O trigo para mim é inútil. Os campos de trigo não me lembram coisa alguma. E isso é triste! Mas tu tens cabelos cor de ouro. Então será maravilhoso quando me tiveres cativado. O trigo, que é dourado, fará lembrar-me de ti. E eu amarei o barulho do vento no trigo...
A raposa calou-se e considerou por muito tempo o príncipe:
– Por favor... cativa-me! disse ela.
– Bem quisera, disse o principezinho, mas eu não tenho muito tempo. Tenho amigos a descobrir e muitas coisas a conhecer.
– A gente só conhece bem as coisas que cativou, disse a raposa. Os homens não têm mais tempo de conhecer coisa alguma. Compram tudo prontinho nas lojas. Mas como não existem lojas de amigos, os homens não têm mais amigos. Se tu queres um amigo, cativa-me!
– Que é preciso fazer? perguntou o principezinho.
– É preciso ser paciente, respondeu a raposa. Tu te sentarás primeiro um pouco longe de mim, assim, na relva. Eu te olharei para o canto do olho e tu não dirás nada. A linguagem é uma fonte de mal-entendidos. Mas, cada dia, te sentarás mais perto...
No dia seguinte o principezinho voltou.
– Teria sido melhor voltares à mesma hora, disse a raposa. Se tu vens, por exemplo, às quatro da tarde, desde as três eu começarei a ser feliz. Quanto mais a hora for chegando, mais eu me sentirei feliz. Às quatro horas então, estarei inquieta e agitada: descobrirei o preço da felicidade!
Num deserto de almas também desertas, uma alma especial reconhece de imediato a outra.
Então me vens e me chega e me invades e me tomas e me pedes e me perdes e te derramas sobre mim com teus olhos sempre fugitivos e abres a boca para libertar novas histórias e outra vez me completo assim, sem urgências, e me concentro inteiro nas coisas que me contas, e assim calado, e assim submisso, te mastigo dentro de mim enquanto me apunhalas com lenta delicadeza deixando claro em cada promessa que jamais será cumprida, que nada devo esperar além dessa máscara colorida, que me queres assim porque assim que és...
Gostaria de te desejar tantas coisas.
Mas nada seria suficiente.
Então, desejo apenas que você tenha muitos desejos.
Desejos grandes.
E que eles possam te mover a cada minuto ao rumo da sua felicidade!
Nota: Adaptação de trecho de um poema que é, muitas vezes, atribuído de forma errônea a Carlos Drummond de Andrade.
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