Emmanuel Marinho Pao Velho
O maior erro de um viciado é se convencer de que nunca se importou, e assim ele consegue perdoar seus pecados e depois que se perdoa começa a se perder imediatamente.
Ontem senti teu cheiro quando caminhava à beira mar. Uma brisa bem manhosa me abraçou;
ah, fechei os olhos e, foi como se estivesse em mimha frente, grudada em mim.
Vi teu sorriso, mergulhei em teu olhar, beijei sua boca de cereja, arrepiei em tua pele macia...
E de repente seu cheiro se foi com o vento e só ficou a masesia do mar.
Você foi embora, levou tantos planos, sonhos, desejos, levou toda uma coda construída.... desmoronou. Até hoje não entendo. Meu coração era entregue somente à sua linda melodia que dizia: " te amo..." meu olhar brilhava porque via você, mesmo que longe, iluminando o espaço ao redor, uma luz intensa onde só você morava.
Mas se foi. Se foi num repente e a brisa me faz lembrar sempre... ah, por que? Pra fazer meu peito doer? Pra fazer um rio deslizar em meu rosto? Pra sentir o frio que antes era calor?
Seu amor me envolvia, sua voz me acalmava, seu corpo me embalava, seus sussurros me anivama a te querer mais e mais.
Mas hoje, é a voz do mar que ouço, é o vento que me abraça, é a solidão que me embala.
Só um desabafo:
É enjoativo demais ver pessoas negando sentimentos reais, como por exemplo a inveja, que é inerentes a natureza humana, por meio de memes engraçadinhos como aqueles que dizem: - Meu amor, eu vou ter inveja de você, pobre e feia, inveja eu tenho é da Beyonce que é linda e rica!
Ninguém é obrigado a admitir nada, mas é um tanto feio fingir que não existe.
Ninguém tem inveja real de um cantor famoso ou um jogador de futebol, a inveja vem das pessoas mais próximas da gente, pois é com elas que nos comparam o tempo inteiro, é as pessoas do seu convívio que você vê crescendo e conquistando, e quando isso, por alguma razão, não está acontecendo com você também é aí que o bicho pega, eu poderia fazer uma lista gigante com vários motivos que levariam seu irmão, seu tio, seu melhor amigo, seu pai, sua mãe, sua colega de classe ou do trabalho a ter inveja de você, mas isso aqui também ficaria enjoativo e na moral você sabe do que eu estou falando.
Sentir inveja é normal, não podemos escolher o que sentimos, mas temos o poder de decidir o que fazer com isso.
Os dias atuais estão muito diferente, hoje vivemos em uma época que...
Você transmitir uma palavra de carinho, afeto amor ao próximo, pode ser confundido com “está dando em cima, assédio, está se aproveitando” hoje o que prevalece é o “amor próprio” disfarçando a arrogância, o desrespeito, a falta de caráter.
Não podemos mais discutir com educação seja qualquer assunto, pois seremos taxados de ###fóbicos, que somos isso, somos aquilo.
Não podemos mais ter nossa fé, nosso gosto musical, nossa forma de vestir esta ou aquela roupa, esta ou aquela cor, pois somos logo criticados e até mesmo “cancelados” uma nova gíria que na sua essência lhe exclui de um grupo, e ainda riem como se fosse normal.
Não podemos sequer expor algum olhar, pois logo somos questionados e acusados de alguma coisa, pois não estamos sendo “humano”.
Vivemos num momento de nossa história, de tal forma que se torna uma estória, muitas vezes temos que nos calar pois falar é considerado um ataque, e este em si te tira a vontade de apenas se expor.
Vivemos diariamente a hipocrisia do ser humano, este ser, que vem matando diuturnamente a criação de Deus, culpam os outros por seus erros, acusam a cada minuto se achando juízes, e se você tentar se defender te calam.
É incrível como hoje se fala tanto de inclusão, e excluem apenas porque não concordamos com um ponto da conversa, que ao tentarmos explicar alguma coisa, nos interrompem dizendo que não concordam com isso ou aquilo, sem sequer escutar todo relato.
Me pergunto diuturnamente, será que vale realmente viver tudo isso? Será que tudo que acontece tem um culpado? Ou somos todos culpados? Será que este momento da história tem coerência? Ou simplesmente não sabemos mais quem somos? E temos que nos ajustarmos para continuar sobrevivendo neste período tão conturbado da humanidade?
O que somos? O que nos tornamos? ... será que a guerra está só fisicamente, ou está dentro de nós, pois estamos perdendo nossa essência? Deixamos de ter cada um, nosso papel na sociedade, não que queremos o lugar do outros, mas queremos mostrar a muitos que somos melhores que eles do jeito que eu acho que é certo.
O mercado financeiro e imobiliário muda, mas a chave para prosperar sempre será a mesma: conhecimento, planejamento e consistência.
Nem só de pão vive o homem... concordo com Cristo. Há que se ter os ingredientes para um bom sanduíche.
Viscondessa de Mauá
Me alimento de poesia.
De pão, manteiga e café.
As vezes sou matreira,
sem eira nem beira.
As vezes misteriosa,
dona de um império dos sentidos.
Sempre etérea, é fato.
E, silenciosa ou falante,
ligo a vitrola,
acendo o cigarro e a cigarra canta.
Me encanta
e eu danço.
Eu,
acesa no vale sou,
viscondessa de Mauá!
É sou!
E ninguém tem nada com isso!
Com meus avessos, ou meus inversos,
com meus versos ou minhas cruzes,
com meu sexo...
Com o adverso?
Faço versos!
Crio controvérsias por onde passo,
mas os versos me perseguem...
Livro ancestral
Em tua rija fronte e em tua encanecida lauda,
hão estrilos tênues de tinta e traça,
em tuas ditosas orações meu intelecto embaraça
toda a cerne de requintes à palavra rebuscada
Às lufas, sutis folhas reverberam
ao recinto taciturno desta umbral
face da biblioteca de década ancestral,
e onde os clássicos, todos olvidaram
Seria anacrônico um emprego adjetivo
a sujeitar a obra anátema nalgum subjetivo
poema em prosa, que aos leigos é massivo,
mas que para simplório julgo, mais avivo
Ao que lhe tange como relíquia,
não há cédula ou metal que com que se pague;
e sem que o gesto atroz lhe rasgue
obsessivo pela falta, que há tempos traz a míngua
Gabriel Silva Corrêa Lima
Saber aquele cobertor velho, aquela manta de criança, aquele lençol amarelo do tempo, que gostamos tanto de estar dentro deles, chega uma hora que é preciso abandonar o querido velho cobertor e trocar por lençóis novos.
O mundo como o Enxergamos
Tem dias que me sinto um velho ancião, que já está aqui faz tanto tempo, que perdeu a noção do quanto. Olho o mundo e acho que está tudo errado, e que é tarde demais pra fazer alguma coisa. Penso que o amor morreu, que a esperança bateu asas e voou.
Em outros, acordo com a energia e os sonhos de um menino, acabando de chegar ao mundo, olho tudo e dizendo: "Que bagunça... Então mãos a obra".
E imediatamente começo a limpar, arrumar e tentar colocar tudo em seu lugar, sempre com um otimismo enorme de que tudo pode ser melhor, que as pessoas sempre são boas e que a amor sempre vence.
Tentei por muito tempo descobrir qual deles eu realmente sou. Até que um dia percebi que sou os dois, e que um prevalece ao outro conforme o sol ilumina a fresta da minha janela ao amanhecer.
O mundo é como o enxergamos e isso transforma nossa relação com ele.
Na praça
Aquele homem distinto de olhar distante
Lembra meu avô
Que não ouvia
Só sentia
A vibração dos sons ecoantes
Aquele homem distinto
De olhar distante
O suicídio é algo que pertence somente aqueles espíritos geniais. Quanto maior a genialidade maiores serão as dores do mundo. Um ato de coragem, rever e encarnar Aquiles e mover-se em direção a tão bem sonhada eternidade. Se há céu ou inferno? De que valeria a morte? Algo sobreviveu e na lei da lógica não seria mais morte. A história é construida por fatos, mas fatos são antes de tudo ações humanas e ações humanas não passam de pensamentos geniais. Que tua vida seja breve, pois quanto mais velho é um homem mais covarde lhe parecerá a existência.
" Adeus Ano Velho
Feliz Ano Novo ..."
Ah!...
Eu não sei
se o Ano foi mesmo Velho.
O que sei ...
É que sempre dá Tempo
de se Viver algo Novo .
Pois para mim...
A Vida sempre foi um menino descalço
empinando pipa
e carregando o vento manso no bolso .
Um menino
nas mãos do tempo
sem rumo e sem destino .
Totalmente Despreocupado
se o ano passou muito rápido
na carruagem do trem
ou na bagagem daquele barco .
Falta mesmo muito pouco
para darmos uma Nova partida
Rumo a 2018 .
Então é hora de se preparar
Para Bons Fluidos em noss'Alma abrigar .
E assim Pensar:
Se houve lágrima e dor ...
As águas do rio já levou .
Se houve tempestades e nuvens...
A sabedoria do vento já aquietou .
Se houve oásis e desvarios...
Um lindo arco íris já nos surgiu .
Sim...
É hora de abrir a porta do coração
E aos céus em Oração
Um Canto de Paz nossa Alma entoar .
Para que adentre
Bons pensamentos
Boas Vibrações
Luzes de Fé
Fogos de Sorrisos
Bálsamos de Esperança ...
E que venham lindas surpresas
Quem sabe
um novo sonho
um novo plano
um novo amigo
um novo trabalho
Um abraço do orvalho
Com a proteção dos anjos ...
Uma casa amarela no campo
Um banho de mar ou de cachoeira
Um novo amor sentado na nossa cordilheira ...
Um beijo do bem te vi
Um novo livro com cheirinho de alecrim
Uma paz de espírito silenciosamente a nos luzir ...
É hora de arrumar a bagagem
rumo a Felicidade .
Retirar tudo o que foi de metade
Colocar somente
aquilo que nos der vontade .
Mas Claro !...
Sem perder o brio da leveza
e o perfume da simplicidade .
É hora de abrir a porta do coração
para mais Um Novo Ano atravessar
Com Fé - Paz - Amor - Esperança ...
Carregar no canto dos olhos
a doçura e a pureza d'uma criança .
E se por acaso houver pedras
e espinhos
Que sejam para nosso Aprendizado
no caminho .
Porque a Tela da Vida só é Paisagem ...
Quando desenhada e pintada
com o Giz de Deus
e com a nossa teimosa Coragem .
O Menino e o Velho Cigano
Meados dos anos 70, o menino nas suas andanças pelos arredores de sua casa se depara com um acampamento Cigano (era a segunda vez que o menino se depara com um acampamento o primeiro fora na casa de sua tia), ele olhou com curiosidade, mas prosseguiu, no dia seguinte contou a um amiguinho e o assunto claro foi aquele que escutamos diariamente, ciganos roubam crianças, mas tinham o espirito aventureiro, gostavam de desafios e perigo, algumas vezes ao entrar na mata pegavam aquelas frutinhas silvestres e juntos contavam até três e comiam dizendo se morrer morrem juntos e sempre foi assim, portanto resolveram ir juntos até o acampamento que ficava duas quadras de suas casas, era uma antiga chácara com uma casa grande, com um porão o qual o menino acreditava que os escravos dormiam ali, na lateral havia uma granja e em frente um terreno que outra hora servia de campo de futebol e lá os Ciganos acamparam, o menino e seu amiguinho ficaram atrás de uma árvore observando os Ciganos, havia cavalos, carroças, mas também dois carros antigos e ao redor de uma fogueira mulheres com lindos vestidos coloridos faziam comida e ao fundo um velho de chapéu e barba branca batia em um balde cor de ouro e o menino ficou curioso em saber o que o velho fazia, escutou de sua mãe que ciganos gostavam de ouro, gostavam de dançar, tocar violino e violão, tentando não ser visto pelos homens que escovavam os cavalos e as crianças que ali estavam correndo, aos poucos o menino foi se descuidando até que o velho fez um sinal com as mãos para se aproximarem, com muito medo o menino e seu amiguinho correram enquanto aqueles homens e crianças os olhavam, chegando em suas casas nada falaram, mas o menino ficou pensando nas crianças correndo, nos cavalos lindos e no velho batendo o balde de ouro, o menino tomara uma decisão, no dia seguinte retornaria ao acampamento com seu amiguinho ou sozinho, assim o fez após o retorno da escola, o menino ficou atrás da árvore observando e novamente o velho estava batendo em um balde de ouro, as crianças estavam comendo milho e as mulheres estavam cuidando dos bebes de colo e não tinha cavalos presos às árvores, o menino estava sozinho, pois seu amiguinho não quis ir por medo de ser raptado pelos ciganos, o pequeno menino com o coração acelerado as mãos molhadas e com muito medo que transparecia em seus olhos, novamente o velho lhe acenara com a mão para que ele se aproximasse o menino que gosta de se aventurar, que gosta desafios, que gosta de ouvir histórias de pessoas velhas, como a que o Senhor Piscidone costumava contar, um senhor de noventa e poucos anos que viera da Bahia aos dezoito anos de idade trabalhar em uma fazenda com seu tio que aqui já estava instalado onde hoje situa o bairro em que o menino vive, filho do “Ventre livre”, mas aprisionado na fazenda na Bahia ao lados de seus pais escravos, ele falava sobre as trilhas de carroças hoje as principais vias do bairro, morrera aos cento e três anos de idade, o menino tomou coragem respirou fundo e foi na direção do velho Cigano de cabelos e barba branca com um chapéu preto desbotado, uma fogueira com um caldeirão que tinha um cheiro bom, as crianças sentadas no chão comendo milho e os olhares voltados para o menino daquelas lindas mulheres com seus lindos vestidos coloridos, como os desenhos que o menino costumava fazer, o velho Cigano pediu que o menino sentasse ao seu lado em um toco de madeira, perguntou ao menino se ele estava com medo dele, o menino chacoalhou a cabeça dizendo que não, mas com as pernas tremulas ouvia o velho, passado alguns minutos, já descontraído perguntou ao velho Cigano porque ele batia naquele balde de ouro, ele sorriu com seus dentes de ouro e disse que era um tacho de cobre, ele o fazia para vender, que os seus irmãos sairá a cavalo para vender e comprar mantimentos, o menino perguntou lhe se eles haviam pegos aquelas crianças, porque ouvira dizer que se as crianças que ficassem na rua seria pegas pelos ciganos ou o homem do saco, novamente o velho sorriu mostrando seus lindos dentes de ouro – menino olhe ao seu redor, não existem cercas, somos livres, as crianças são livres, não pegamos crianças, muitas são abandonadas em nossos acampamentos e cuidamos como nossos filhos, mas aqui são todos filhos e filhas dos nossos irmãos, o menino ficou por horas escutando e vendo as peças de cobre que o velho fazia, comeu milho assado bebeu chá de frutas conversou com os meninos de sua idade, mas não entendia o porque não iam a escola, porque não tinham casa de tijolos, não tinham televisão e nem brinquedos, o menino na sua inocência convidara aquelas crianças para ir a casa dele brincar, o velho então retrucou, venha aqui quando quiser mas eles não iram a sua casa, o menino abaixou a cabeça desolado sem entender o porque elas não podiam ir na casa dele, o velho lhe disse você é só uma criança quando crescer vai descobrir que não somos bem vindos e logo seremos expulsos deste local e assim foi a primeira e a última conversa com o velho cigano dos dentes de ouro, barba branca, cabelos brancos um chapéu preto desbotado que fazia tachos de cobre, pois alguns dias de castigo por ter saído de casa sem avisar (nesta aventura de ir no acampamento cigano), na primeira oportunidade o menino foi até a chácara e chegando lá se deparou com um terreno vazio sem carroças, sem cavalos, sem crianças, sem fogueira, sem mulheres bonitas com seus vestidos coloridos e seus lindos bebes só tinha o toco onde o velho cigano fazia seus tachos de ouro e assim o menino voltou para casa e em seus pensamentos queria ser cigano, cavalgar com um lindo cavalo preto livremente sem precisar ir a escola, andar por muitos lugares e viver em uma barraca ao lado do velho cigano fazendo tachos...
(O menino cresceu, não virou cigano, mas tem um espirito cigano, hoje admira e defende a cultura cigana)
(Ricardo Cardoso)
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