Emmanuel Marinho Pao Velho
As vezes as pessoas nos subestimam, mas, temos tantas coisas para falar ao mundo que ficariam espantadas às pessoas que um dia nos subestimou
Os caranguejos e o Guarujá
Apesar dos pesares, da chuva e do vento forte que sacudiram hoje o Guarujá o prato do dia é caranguejo.
A Câmara continua marchando para trás, a Prefeita no caldeirão fervente e nós, na lama, bebendo os últimos goles no volume morto da reserva de esperanças de termos um dia uma administração honesta.
A chuva que lava não veio.
E não virá a administração honesta, porque o que existe são candidatos ao espólio de uma sucessão de ladrões que criaram a teia que exaure os cofres públicos com licitações duvidosas, contratações ilegítimas e péssima administração dos bens públicos.
Precisamos mais que uma chuva, mais que uma tormenta, quiça um furacão de bons ventos.
Quem sobreviver verá!
Problemas.
Meu pai dizia que quanto mais coisas a gente tem, mais problemas a gente arruma.
Não que ele tivesse poucas coisas, mas ele tinha poucos problemas.
Sou sincero, demorei muito para entender o significado daquelas palavras e por um tempo não medi esforços para ter tudo o que o dinheiro podia comprar.Comprei algumas financiadas, outras tive que vender, pois estavam acima das minhas posses.
Tive coisas que custavam cada vez mais caro depois que eu as tinha, porque para mantê-las, tinha que ter tantas outras e isso dava mais dor de cabeça, era um ônus pesado demais.
Com o tempo aprendi que ser admirado pelas coisas que se tem, quer dizer que a gente vale menos do que elas.Um dia ou outro a admiração pode virar inveja, ciúmes ou vontade de tirar um pedaço das nossas coisas, ainda que a gente tenha deixado que as pessoas tirassem várias casquinhas.
Não acho que eu precise pouco para viver, mas sei que elas devem acrescentar mais que um carro ou uma roupa nova e outras coisas que depois de alguns anos ninguém quer mais.
Hoje as coisas têm que me dar prazer em usá-las e não em mostrá-las, e se elas forem invisíveis, como entender as coisas que meu pai me ensinou, aí sim, estará o grande valor.
Há coisas que a gente nem quer e nos são oferecidas de graça, outras que custam tão caro que a gente não pode comprar, e tem gente que troca a honra por coisas que não vão usar, coisas que só servem para mostrar aos outros, coisas que não levam ninguém a nenhum lugar.
Agora eu sei….
Quando eu era garotinho, minha mãe dizia, desce daí garoto, você vai cair….E eu dizia….já sei….já sei….
E na juventude, lá pelos dezesseis anos, meu pai dizia….
Garoto vai estudar…. Você precisa estar preparado para a vida e eu respondia….Já sei….já sei….
Foi quando eu arrumei a primeira namorada, dei o primeiro beijo, senti as primeiras dores de amores, e muitos diziam….não sofra….não chore….sorria….e eu dizia….Já sei….já sei….
Ano após ano, as conquistas e os amores vinham, alternadamente, dores e amores, vitórias e derrotas...era a vida me ensinando a não me desesperar, a superar, e às eu vezes chorava, outras vezes sorria, sempre dizendo agora eu sei….eu sei….eu sei….
E vieram os primeiros cabelos brancos, os amores inconsequentes se foram, e uma vez mais eu dizia….agora eu sei….eu sei….eu sei….
Mas eu sofria e de verdade, ainda não sabia, que o frio, a chuva e a solidão sempre aparecem mesmo depois de muitos dias de sol.
E na solidão da meia idade, vizinha da velhice, em alguns dias ainda havia sol e com ele esperanças reapareciam e eu continuava dizendo, agora só para mim mesmo, eu sei, sim, agora eu sei….
Mas agora que até mesmo os cabelos brancos se foram, que o sol não tem aparecido tanto, finalmente percebi que a gente nunca sabe de verdade.
Vou continuar aprendendo a cada dia, todo dia, até o último dia.
Agora eu sei.
Lembrei…
Lembro, lembrei, lembrava, lembraste, lembravas, lembra, lembrou, lembrava, lembramos, lembramos,lembrávamos, lembrais, lembrastes, lembráveis, lembram,lembraram, lembravam,lembrara,lembrarei, lembraria, lembrarás, lembrarias,lembrara,lembrará,lembraria, lembráramos, lembraremos,lembraríamos,lembrareis,lembraríeis, lembraram, lembrarão, lembrariam.
Lembrei, não há como esquecer...
Quando você não tem uma boa explicação para gostar ou desgostar de alguém, é hora de procurar conhecer melhor você mesmo.
Deixa rolar.
As águas vão rolar.
Para falar a verdade, a maior parte já rolou.
Como numa cascata os anos se jogaram frenética, desordenadamente independentes, rebeldes e indomados, desobedecendo a minha vontade, sem que eu pudesse de fato organizar a maior parte desse aguaceiro.
Assim é, água morro abaixo e fogo morro acima, ninguém segura.
Deixa rolar.
A vida é um grande aprendizado.
Nos primeiros anos tudo é novo e não é muito fácil aceitar princípios concebidos por gente mais velha como os pais, e até de gente que nunca se ouviu falar.
Não há prioridades, há imediatidades, que pouco levam em conta as consequências.
O mais importante é viver intensamente o tempo que passa lerdo na época das aulas e voa nos fins de semana, férias e feriados.
Para os jovens a noite nunca é escura, no máximo tem sombras e elas dão realce, mais cor e mais temperatura a certos mistérios que parecem encantados.
Pouco importa o que possa esconder alguns perigos, o que importa é viver a aventura da vez.
Mais velhos, a gente começa a perceber que as responsabilidades ocupam mais e mais o nosso tempo.
Trabalho, casamento, filhos, algumas doenças, os pais que envelhecem.
É a gente aprendendo que a vida pode ser doce, mas também tem o seu lado amargo.
A gente envelhece mais e aprende mais, percebe que aprendeu por todo o tempo mas ainda é surpreendido por descobertas incríveis, como sorrir e sofrer pelos filhos e pelos filhos dos filhos, sentir pelos amigos que nos deixam, pelo companheiro ou companheira que parte.
Nessa hora a gente ainda aprende que a vida termina sempre desastrosamente com a morte.
Mas a jornada segue para quem fica, aprendemos a controlar a saudade para seguir em frente, aprendendo com os outros que passaram pelo que passamos e deixaram escrito, que dessa partiremos para uma melhor.
Inspiração também tem crise.
Trafego numa maré de falta total de inspiração.
Antes a leitura do jornal ou da falecida VEJA, de um comercial qualquer de TV, ou uma simples frase afloravam a inspiração em ligação direta com meus comunicativos dedos.
Hoje nada!
As notícias políticas mudaram para as páginas policiais e têm mais comentaristas do que “comadres em salão de beleza da periferia”. As notícias do futebol pouco me interessam, uma vez que o meu São Paulo Futebol Clube perde mais do que ganha
O espaço restante é tomado pelos chamados crimes hediondos, já que na impossibilidade de conter a criminalidade,”inspirados” aumentaram as penas proporcionalmente à diminuição das vagas nas cadeias.
É tempo das tornozeleiras eletrônicas, já em falta, uma vez que são importadas, e há temor que as nacionais já venham com a senha para o bandido torná-la inoperante.
E assim caminha o domingo, eu sem inspiração e a televisão cheia de idiotas “inspirados”.
Mais um dia daqueles….
Cada dia mais, eu aceito menos obsequiosidades de quem quer que seja.
E, se eu fosse você, pararia de ler agora, nesse exato momento.
Pare!
Me delete!
Saia fora!
Como perder tampo um cara que usa, nos dias de Facebook, a palavra obsequiosidade?
Só pode ser xarope, chato, um troglodita mesmo.
Eu sou assim.
Dono de um bom vocabulário, de muita leitura na juventude, de vez em quando aparece na minha cabeça uma coisa dessas:- obsequiosidade…. quem já ouviu falar isso? Que raios de palavrão?
É bom que se diga, que depois de ter sido voraz leitor na época em que não havia internet, passei a não ler mais, embora tenha tentado algumas vezes.
Vou começar de novo em homenagem a quem ficou por aqui.
Mais um dia daqueles.
Cada dia mais, eu aceito menos gentilezas, de quem quer que seja.
Acordei para o que deveria ser um dia normal, preparei meu café da manhã e dei uma olhada na listinha de afazeres de hoje, claro, depois das dez horas.
Depois das dez porque já estou acostumado que antes dessa hora, a maioria dos lugares não esteja aberto ou apesar de aberto não funcionam ou quem deveria trabalhar neles ainda não está funcionando pois não acordou direito.
São seis horas da matina e até as nove e meia, seriam três horas e meia, para bater furiosamente neste teclado “que vos fala”, produzindo meus afazeres na internet.
Mas, lá pelas nove, minha querida Amanda Palma fez a obsequiosidade...., ops....
“Quer que eu te leve ao banco? Está garoando.
Aceitei prontamente e perguntei:- Mas já está aberto? Será que a grente já chegou?
-Claro, respondeu ela prontamente.
Desci para encontrá-la na garagem e fomos ao banco.
Depois da dificuldade de costume para estacionar o carro chegamos e lá estava o aviso:- Horário de funcionamento, das 10:00 às 16:00 hs.
Bem o que começou mal acabou pior.
Não consegui resolver o assunto do banco, o caixa do supermercado não tinha troco, o sistema de cartões estava fora do ar, a cancela do estacionamento estava quebrada e eu que faço tudo com uma scooter, que entra em qualquer buraco e para em qualquer lugar estava…. de carro.
Nada de chuva, nada de banco, listinha por fazer nem na metade e já passou da hora do almoço.
Juro que a Amanda estava com as melhores das intenções, mas cada vez mais, eu aceito menos obsequiosidades.
#prontofalei!
Tenha cuidado ao tratar os diferentes como se fossem iguais.
É um erro comum a gente tratar todo mundo como se fossem iguais.
Vida corrida, muita coisa por fazer, cada um de nós, da sua maneira, corre atrás do “pão de cada dia”, todo mundo com pouco tempo para avaliar cada situação independente.
Passamos a dizer bom dia, boa tarde, até logo e outras expressões mecanicamente, sem realmente levar em conta quem merece uma atenção maior, para quem a gente quer um bom dia e quem não está nem aí para o que a gente quer, desejando mais é que a gente “se exploda”.
E é da falta de atenção para com quem merece e até precisa de uma palavra verdadeira vinda de nós, o que resulta sermos tratados como mais um, qualquer um, um a mais e até um demais.
Cultivar as boas relações é ocupar um espaço que custa pouco e pode valer muito, já afastar-se de algumas pessoas pode ser a melhor coisa a fazer.
Goste mais de quem vale a pena e não esqueça jamais de avaliar quem gosta mesmo de você.
Palavras doces muitas vezes trazem amarguras e palavras duras podem significar amor.
A Democracia é uma forma de governo onde poucos escolhidos pela maioria ignara administram, a maioria deles rouba todo mundo, e a chefe da quadrilha se arvora no direito de considerar golpe, a legítima tentativa de uma minoria consciente em fazer valer a lei.
Tanto faz, de tanto que a gente já fez.
Antigamente eu andava com papel e caneta e corria escrever possíveis ideias boas.
Hoje acho que na hora de escrever, se a ideia era boa, estará mais na ponta dos dedos que no papelucho quase sempre perdido.
Parece que eu já vi tanto e já fiz tanto que será difícil vivenciar novidades, melhor mesmo é trazer da memória, do passado, umas ideias e adaptá-las ao presente, que daqui a pouco já será futuro.
Estava pensando na situação em que está Dilma Roussef, em quem foi Eike Batista e o que o destino reservou para Schumacher, sete vezes campeão mundial de Fórmula um, ele único, de uma lista que tem menos de cem pessoas vivas e nem o dobro disso em todos os tempos.
Graça e desgraça andam juntas e o sobe e desce faz parte da vida de todo mundo, com umas quedas vertiginosas e sem volta para muitos.
Ter feito muito só é vantagem para quem fez e não adianta exibir as próprias conquistas porque, para quem fez pouco ou nada, tanto faz.
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