Emmanuel Marinho Pao Velho
Teu olhar...
Teus olhos são profundos como o oceano, mas, não revela engano apenas um triste pesar... Teu olhar, onde encontrar teu olhar? Parece pra longe voar... sem referência, sem porto onde ancorar... Ah! Como quisera encontrar teu olhar... Devolver-lhes o encanto, a alegria, da vida a mais doce magia, fazê-lo brilhar e brilhar... Aprisioná-lo a um porto seguro, derrubar este mito, este muro que de tristeza o fez se apagar... Se ao menos soubesse o caminho... onde se perdeu? Onde procurar? É tão triste vê-lo vazio como um cigano a vagar... Diz-me que não é caso perdido, e se preciso for, vou até o infinito, a mais linda estrela roubar, simplesmente pra devolver o fulgor do teu olhar....
E aprisionada a um "pingo" de passado que pra você não diz nada, vou vivendo sem motivos, pois foi justo neste "pingo" que meu coração fez morada...
Nem tanto ao mar, nem tanto ao céu.
Nem tanto como as ondas, nem tanto como as nuvens.
Mude para acompanhar o movimento da Terra e das pessoas.
A gente procura resposta para todas as perguntas e todos os dias a vida muda as perguntas e as propostas, fazendo com que as respostas certas de ontem não sejam tão certas hoje.
As prioridades mudam, as pessoas que nos cercam mudam e se não formos ágeis, o suficiente para acompanhar as mudanças, corremos sérios riscos de tropeçar com esses movimentos naturais.
Não tenha tanta certeza de nada.
Não busque a única certeza da vida porque ela vai acabar com você...
Não sei se gosto mais das suas incontáveis qualidades, ou do péssimo defeito que você tem de me esquecer, de me fazer esperar, de me desesperar sem saber nada, nada de você...
Só existo nos teus braços…
Durmo nos braços da saudade entre lençóis e travesseiros, vivo apenas a esperar o hálito da tua vontade vir saciar meus desejos…
A noite se arrasta sem pressa, impedindo o dia chegar,e eu que não faço promessas rezo pra te encontrar…
Não existe remédio ou compressa que faça este mal se acalmar, só mesmo a tua presença pode a minh’alma alegrar…
E o sono teima em não vir, não adianta insistir, só mesmo em teus braços meu bem é que eu passo a existir…
Fragmentos...
Como se já estivesse programado, como se esperado… tudo mudou em mim… e frente ao espelho, não há como negar nada, como esconder nada, apenas aceitar o seu julgamento frio, preciso e silencioso. Nada pessoal, apenas verdades que insistimos fingir não ver… E sem música, errei o passo da dança e dancei desconcertado, sem saber que minha vida era um palco de teatro, com um mocinho “mascarado” segurando a minha mão… e então, no fim do ato, tudo foi revelado, tudo era pura ilusão… as cortinas se fecharam, o teatro esvaziou, sem o murmúrio das vozes, o eco das gargalhadas, sem o som dos aplausos… o que restou? O fim? Não, não era o fim… não se pode dar cabo ao que é efêmero… este tipo de coisa tem prazo de validade, e expirou, por si, por mim, por nós! Hoje, ignoro meu caminho, e estranhas atitudes, parece pertencerem-me ainda mais… tenho medo de ter me encontrado e de ser esse estranho que agora me visita… as respostas mudaram as perguntas e tudo que era confuso parece tão claro neste momento… a frieza, a dureza, as costas que dou, não acreditava ser minha natureza, não parece quem sou… ou fui… creio que me perdi, ou será que me encontrei? Sinceramente não sei… Em algum momento desse dia nublado eu consumi o que havia de bom em mim, juntei os pedaços da minha ingenuidade com o rosto em brasa de vergonha e corri pra me esconder, e entre lágrimas e soluços contidos, tentei colar os cacos do meu “eu” ferido e o resultado eu nem posso ver… me choquei ao entender que sofria por mim e não por você, percebi que sonhava sozinha, que lutava sozinha, que esperava o que nunca veria chegar… Então, o que posso dizer, agradeço a você que me fez distinguir, o quanto deixei de viver, o tanto que fui mais você, mergulhada em fantasia… de quimera eram meus dias, mas, não enxergava a utopia deste sonho nefasto, e agora já roto, já gasto, perdeu por completo o valor, e posso dizer sinceramente que o que tive poderia ser qualquer coisa, menos amor…
Bebo agora o último gole dessa solidão fartamente regada do teu silêncio e indiferênça que tanto me machuca...
Aceito todos os nãos que francamente me são ditos, mas não suporto olhar a face covarde da incerteza...
Meu '"Grande" pequenino...
Com espanto veio à enxurrada de perguntas:
Mãe, você está chorando?
Por quê?
Está sentindo dores?
O que foi?
Me conta?
Seguida de uma série de palavras doces:
Não chora mãe... Eu te amo!
Vai passar... te amo do tamanho do universo!
Olha, você é a melhor mãe do mundo inteirinho!!!
Tudo isso embrulhado em abraços carinhosos e muitos beijinhos...
Olhei bem nos olhinhos infantis que me fitavam confusos e impacientes, ávidos por minhas respostas e disse:
Até pouco não estava chorando filho, meus olhos vertiam saudade...
Agora estou chorando sim, mas é de felicidade!!! Amo-te demais meu filho!!!
“Meu filhinho pequenino quando sorrir de repente,
tem toda graça divina num pedacinho de gente!!!”
Devaneios...
Tive um sonho tão bonito, sonhei que você sonhava comigo, não um sonho em que estavas dormindo, mas em que estavas acordado, e nesse sonho bonito você se encantava comigo, e me querias completa, me querias perceira, pra vida inteira... e foi um sonho comprido onde sonhando comigo você também desejava que eu sonhasse contigo, também desejasse contigo estar como querias comigo ficar...
E este sonho bonito estendeu-se sobre a minha noite me mostrando o caminho onde os nossos sonhos se encontravam e nós já não sonhávamos sozinhos... e juntos, bem juntinhos sonhavávamos o sonho um do outro e assim o sonho tornava-se ainda mais bonito... e olhando na mesma direção você segurava a minha mão e seguíamos não sei se no meu sonho ou no teu, mas sei que pedi pra Deus me deixar sonhando...
As palavras me atormentam não deixam o sono surgir, ficam gritando aqui dentro pedindo para sair,e ainda me fazem exigências só aceitam sairem em grupos e na rima perfeita...
Estou me curando de te, e sinceramente não sei se isso é bom ou ruim, pois me perdendo de te, posso de mim me perder e o resultado eu nem posso ver...
Uma brisa suave me trás o teu cheiro, e tudo se torna saudade... me rápta com pressa os meus devaneios que correm ao encontro da tua imagem... paisagem de sonho real tão distante, não sei se distante no sonho ou na realidade... só sei que de você tudo faz falta e na falta nada mais me resta se não morrer de saudade...
Estou tomando um porre de palavras, pensadas, escritas, não ditas, sufocadas... só toma cuidado pra que eu não me curar desse porre na tua cara, pois se isso acontecer você precisará de um bom tempo pra ficar sóbrio novamente...
Usar reticências no fim não é muito adequado quando se quer realmente um ponto final, então seja cavalheiro comigo, do jeito que me abriu a sua porta feche, não a deixe encostada quando você na verdade não está mais lá para me receber...
Realmente não esperava de você tanta indiferença, na verdade não precisava ser assim... tinha você em outro nível, em outra conta, siceramente não havia contado você com os outros, achava que você era exceção e me enganei redondamente, te joguei no balaio dos cafajestes sem querer ofendê-los...
Quando penso em nos, só consigo suspirar, e a explicação aparentemente é simples, contra fatos não tem argumentos... mas gostaria de argumentar, sobre o tempo em que estamos perdendo nos privando de tudo de bom que a vida quer nos presentear... porque pensar no amanhã de forma tão hostil se ele nem nos pertence... para que conter-se tanto, você pode me dizer que é para evitar sofrer... e eu te pergunto, se você faz noção da dor que sinto neste momento?
A horas vejo o cursor piscando para mim, pedindo para que o mova do lugar, congelei, travei, é difícil demais falar dessa minha dor, dor fininha e persistente, que não dá trégua, que me tira o sono e a fome, que me consome aos poucos, que me gasta sem dó, que me arrasta, me da nó cego... aí, como queria ser solúvel pra mim mesmo, como queria ser mais leve, menos verdadeira nas entregas, poupar-me-ia a alma já um tanto gasta... esse meu coração sonhador, não aprende nunca, se ilude com tudo, é mesmo um cabeçudo...
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