Emmanuel Marinho Pao Velho
Só existo nos teus braços…
Durmo nos braços da saudade entre lençóis e travesseiros, vivo apenas a esperar o hálito da tua vontade vir saciar meus desejos…
A noite se arrasta sem pressa, impedindo o dia chegar,e eu que não faço promessas rezo pra te encontrar…
Não existe remédio ou compressa que faça este mal se acalmar, só mesmo a tua presença pode a minh’alma alegrar…
E o sono teima em não vir, não adianta insistir, só mesmo em teus braços meu bem é que eu passo a existir…
Fragmentos...
Como se já estivesse programado, como se esperado… tudo mudou em mim… e frente ao espelho, não há como negar nada, como esconder nada, apenas aceitar o seu julgamento frio, preciso e silencioso. Nada pessoal, apenas verdades que insistimos fingir não ver… E sem música, errei o passo da dança e dancei desconcertado, sem saber que minha vida era um palco de teatro, com um mocinho “mascarado” segurando a minha mão… e então, no fim do ato, tudo foi revelado, tudo era pura ilusão… as cortinas se fecharam, o teatro esvaziou, sem o murmúrio das vozes, o eco das gargalhadas, sem o som dos aplausos… o que restou? O fim? Não, não era o fim… não se pode dar cabo ao que é efêmero… este tipo de coisa tem prazo de validade, e expirou, por si, por mim, por nós! Hoje, ignoro meu caminho, e estranhas atitudes, parece pertencerem-me ainda mais… tenho medo de ter me encontrado e de ser esse estranho que agora me visita… as respostas mudaram as perguntas e tudo que era confuso parece tão claro neste momento… a frieza, a dureza, as costas que dou, não acreditava ser minha natureza, não parece quem sou… ou fui… creio que me perdi, ou será que me encontrei? Sinceramente não sei… Em algum momento desse dia nublado eu consumi o que havia de bom em mim, juntei os pedaços da minha ingenuidade com o rosto em brasa de vergonha e corri pra me esconder, e entre lágrimas e soluços contidos, tentei colar os cacos do meu “eu” ferido e o resultado eu nem posso ver… me choquei ao entender que sofria por mim e não por você, percebi que sonhava sozinha, que lutava sozinha, que esperava o que nunca veria chegar… Então, o que posso dizer, agradeço a você que me fez distinguir, o quanto deixei de viver, o tanto que fui mais você, mergulhada em fantasia… de quimera eram meus dias, mas, não enxergava a utopia deste sonho nefasto, e agora já roto, já gasto, perdeu por completo o valor, e posso dizer sinceramente que o que tive poderia ser qualquer coisa, menos amor…
Bebo agora o último gole dessa solidão fartamente regada do teu silêncio e indiferênça que tanto me machuca...
Aceito todos os nãos que francamente me são ditos, mas não suporto olhar a face covarde da incerteza...
Meu '"Grande" pequenino...
Com espanto veio à enxurrada de perguntas:
Mãe, você está chorando?
Por quê?
Está sentindo dores?
O que foi?
Me conta?
Seguida de uma série de palavras doces:
Não chora mãe... Eu te amo!
Vai passar... te amo do tamanho do universo!
Olha, você é a melhor mãe do mundo inteirinho!!!
Tudo isso embrulhado em abraços carinhosos e muitos beijinhos...
Olhei bem nos olhinhos infantis que me fitavam confusos e impacientes, ávidos por minhas respostas e disse:
Até pouco não estava chorando filho, meus olhos vertiam saudade...
Agora estou chorando sim, mas é de felicidade!!! Amo-te demais meu filho!!!
“Meu filhinho pequenino quando sorrir de repente,
tem toda graça divina num pedacinho de gente!!!”
Devaneios...
Tive um sonho tão bonito, sonhei que você sonhava comigo, não um sonho em que estavas dormindo, mas em que estavas acordado, e nesse sonho bonito você se encantava comigo, e me querias completa, me querias perceira, pra vida inteira... e foi um sonho comprido onde sonhando comigo você também desejava que eu sonhasse contigo, também desejasse contigo estar como querias comigo ficar...
E este sonho bonito estendeu-se sobre a minha noite me mostrando o caminho onde os nossos sonhos se encontravam e nós já não sonhávamos sozinhos... e juntos, bem juntinhos sonhavávamos o sonho um do outro e assim o sonho tornava-se ainda mais bonito... e olhando na mesma direção você segurava a minha mão e seguíamos não sei se no meu sonho ou no teu, mas sei que pedi pra Deus me deixar sonhando...
As palavras me atormentam não deixam o sono surgir, ficam gritando aqui dentro pedindo para sair,e ainda me fazem exigências só aceitam sairem em grupos e na rima perfeita...
Estou me curando de te, e sinceramente não sei se isso é bom ou ruim, pois me perdendo de te, posso de mim me perder e o resultado eu nem posso ver...
Uma brisa suave me trás o teu cheiro, e tudo se torna saudade... me rápta com pressa os meus devaneios que correm ao encontro da tua imagem... paisagem de sonho real tão distante, não sei se distante no sonho ou na realidade... só sei que de você tudo faz falta e na falta nada mais me resta se não morrer de saudade...
Estou tomando um porre de palavras, pensadas, escritas, não ditas, sufocadas... só toma cuidado pra que eu não me curar desse porre na tua cara, pois se isso acontecer você precisará de um bom tempo pra ficar sóbrio novamente...
Usar reticências no fim não é muito adequado quando se quer realmente um ponto final, então seja cavalheiro comigo, do jeito que me abriu a sua porta feche, não a deixe encostada quando você na verdade não está mais lá para me receber...
Realmente não esperava de você tanta indiferença, na verdade não precisava ser assim... tinha você em outro nível, em outra conta, siceramente não havia contado você com os outros, achava que você era exceção e me enganei redondamente, te joguei no balaio dos cafajestes sem querer ofendê-los...
Quando penso em nos, só consigo suspirar, e a explicação aparentemente é simples, contra fatos não tem argumentos... mas gostaria de argumentar, sobre o tempo em que estamos perdendo nos privando de tudo de bom que a vida quer nos presentear... porque pensar no amanhã de forma tão hostil se ele nem nos pertence... para que conter-se tanto, você pode me dizer que é para evitar sofrer... e eu te pergunto, se você faz noção da dor que sinto neste momento?
A horas vejo o cursor piscando para mim, pedindo para que o mova do lugar, congelei, travei, é difícil demais falar dessa minha dor, dor fininha e persistente, que não dá trégua, que me tira o sono e a fome, que me consome aos poucos, que me gasta sem dó, que me arrasta, me da nó cego... aí, como queria ser solúvel pra mim mesmo, como queria ser mais leve, menos verdadeira nas entregas, poupar-me-ia a alma já um tanto gasta... esse meu coração sonhador, não aprende nunca, se ilude com tudo, é mesmo um cabeçudo...
Acreditei que suportaria ser apenas pele, pelo, ou como queiram definir as superfícies, mas, ao te descobrir, me perdi completamente... inacreditavelmente você é real, neste mundo onde o superficial ganha cada dia mais espaço você é profundo, é tudo que existia apenas nos meus sonhos já a muito esquecidos...você parece que saiu do meu sonho mais perfeito, quase impossível...
Adoraria poder explicar tanta coincidência, você é a materialização dos meus mais íntimos desejos, é incrível tudo o que és, até bem pouco não podia crer que existisse na real alguém assim como você, acreditava piamente ser apenas coisas da minha cabeça romântica, e, do nada você cai na minha vida cheia de bagagens... Cheia de ironias, e você não podia ser mais uma das tantas que coleciono... não você... Mas, para meu infortúnio és um sonho real quase intransponível, nunca vou conseguir chegar nem perto, a distancia que nos separa é infinita...
As promessas de amor eterno nunca vieram... o olhar nunca brilhou de paixão... apenas um punhado de quem sabe? Talvez amanhã... a próxima frase será na minha intenção... engano, ilusão, sonho, quimera...apenas desejos, anseios do coração, que sempre se dá de engraçado e atropela a razão... Numa busca frenética por emoção, mera fantasia da minha pobre cabecinha... devaneios apenas... teu coração não me enxerga, teus olhos me veem superficialmente... não tenho aquela importância, talvez nunca a tenha... não sei se consigo esperar... não sei se vou continuar, não suporto vê-lo sofrer... sinto-me tão pequena, tão frágil, a cada citação sua eu desapareço um pouco mais... eu não tenho nada, não sou nada pra você, talvez mais um passo na direção do futuro onde tentas com muito esforço seguir... mas, o passado tão presente não te deixa prosseguir ...
Com as cartas na mesa e o jogo começado fui lançada a própria sorte... mas, não à conheço, nunca fomos apresentadas antes, pelo menos não até então, sempre vejo a sorte de braços com alguém conhecido, mas, em minha direção ela apenas ensaiou alguns poucos esboços de ar de sorriso, tão rápidos, quase imperceptíveis...
Desejo...
Como é complicado o sentir, sempre sabemos exatamente como agir, qual a forma correta de nos comportar, até surgir o tal desejo, desejo disso, desejo daquilo, pense num inquilino teimoso, não aceita não, não dorme, lateja, inferniza todos os outros sentimentos que me povoam, e nesse condomínio de emoções o desejo reina, consegue persuadir a esperança dizendo que ele é quem manda na razão, ele está sempre certo e consegue fazer cada burrada! Maldito desejo, parece àqueles bêbados chatos que incomodam todos ao redor, não dá trégua, jura que é o dono da verdade e que por isso deve ser atendido de imediato, de pronto... se infiltra em cada centímetro do meu corpo fazendo-o arder, incendiar, e no delírio da febre que me queima quase sempre cometo certos absurdos, certa de estar certa... Não me eximo das minhas culpas, sempre dou ouvida a esperança, por mais que a razão fique rouca de gritar o caminho certo a seguir, não dou ouvidos, sempre me arrisco, faz parte da minha natureza passional....
Entrei na contramão da vida, atropelei a razão, abri feridas escondidas, contidas, perdoe-me não tive esta intenção... Fiz isca do meu coração sonhador, sem prever tamanha dor, sonhava fisgar o teu, ansiava o teu amor e na frase do poeta encontrei explicação, “tem dias que a esperança é sempre mais teimosa do que eu.” E nesta sequência de erros que meu coração cometeu, quero deixar bem claro, você não é culpado. Moço, desculpas peço Eu...
