Em um Mundo Encantado Poderiamos Voa

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A liberdade é um dos dons mais preciosos que o céu deu aos homens. Nada a iguala, nem os tesouros que a terra encerra no seu seio, nem os que o mar guarda nos seus abismos. Pela liberdade, tanto quanto pela honra, pode e deve aventurar-se a nossa vida.

O amor passa, a amizade volta, mesmo depois de ter adormecido um certo tempo.

Aprender várias línguas é questão de um ou dois anos; ser eloquente na sua própria exige a metade de uma vida.

Crônica de um amor anunciado

Toda pessoa apaixonada é um publicitário em potencial. Não anuncia cigarros, hidratantes ou máquinas de lavar, mas anuncia seu amor, como se vivê-lo em segredo diminuísse sua intensidade.

O hábito começa na escola. O caderno abarrotado de regras gramaticais, fórmulas matemáticas e lições de geografia, e lá, na última página, centenas de corações desenhados com caneta vermelha. Parece aula de ciências, mas é introdução à publicidade. Em breve se estará desenhando corações em árvores, escrevendo atrás da porta do banheiro e grafitando a parede do corredor: Suzana ama João.

A partir de uma certa idade, a veia publicitária vai tornando-se mais discreta. Já não anunciamos nossa paixão em muros e bancos de jardim. Dispensa-se a mídia de massa e parte-se para o telemarketing. Contamos por telefone mesmo, para um público selecionado, as últimas notícias da nossa vida afetiva. Mas alguns não resistem em seguir propagando com alarde o seu amor. Colocam anúncios de verdade no jornal, geralmente nos classificados: Kika, te amo. Beto, volta pra mim. Everaldo, não me deixe por essa loira de farmácia. Joana, foi bom pra você também?

O grau máximo de profissionalismo é atingido quando o apaixonado manda colocar sua mensagem num outdoor em frente a casa da pessoa amada. O recado é para ela, mas a cidade inteira fica sabendo que alguém está tentando recuperar seu amor. Em grau menor de assiduidade, há casos em que apaixonados mandam despejar de um helicóptero pétalas de rosas no endereço do namorado, ou gastam uma fortuna para que a fumaça de um avião desenhe as iniciais do casal no céu. A criatividade dos amantes é infinita.

O amor é uma coisa íntima, mas todos nós temos a necessidade de torná-lo público. É a nossa vitória contra a solidão. Assim como as torcidas de futebol comemoram seus títulos com buzinaços, foguetório e cantorias, queremos também alardear nossa conquista pessoal, dividir a alegria de ter alguém que faz nosso coração bater mais forte. É por isso que, mesmo não sendo adepta do estardalhaço, me consterno por aqueles que amam escondido, amam em silêncio, amam clandestinamente. Mesmo que funcione como fetiche, priva o prazer de ter um amor compartilhado.

A amizade da mulher para com o homem é um beco sem saída, para o qual a empurrou o engano no amor.

Você quer ser feliz por um instante? Vingue-se. Você quer ser feliz para sempre? Perdoe.

A morte é um sono sem sonhos.

Só nos curamos de um sofrimento depois de o haver suportado até ao fim.

O amor é um mistério sem fim, já que não há nada que o explique.

A leitura de um bom livro é um diálogo incessante: o livro fala e a alma responde.

Na vida, só há um modo de ser feliz. Viver para os outros.

Cuidado com as pequenas despesas: uma fenda diminuta pode fazer afundar um grande navio.

Um erro da largura de um fio de cabelo pode causar um desvio de mil quilômetros.

A vida é um paraíso, mas os homens não o sabem e não se preocupam em sabê-lo.

Uma coisa bela persuade por si mesma, sem necessidade de um orador.

Um homem rouba o primeiro beijo, implora o segundo, exige o terceiro, recebe o quarto, aceita o quinto, e suporta os restantes.

Escrever é que é o verdadeiro prazer; ser lido é um prazer superficial.

O mal de se tratar um inferior como igual é que ele logo se julga superior.

O livro é um mudo que fala, um surdo que responde, um cego que guia, um morto que vive.

Padre Antônio Vieira
Sermões, volume 6 (1855).

Ninguém comete erro maior do que não fazer nada porque só pode fazer um pouco.