Elogios Nao me Elevam
Arranco pedaços da minha pele como se eles não precisassem de mim, em poucas horas começarão a se decompor no chão. Arranco tanta gente, roupas, tecidos velhos costurados com linha de anzol, puxo com firmeza os braços que não me interessam mais, debaixo de sol, chuva ou tempestades em copo d’água. À noite finjo que durmo, fecho os olhos, deixo que escorram todas as lágrimas criadas durante o passar do dia. Quando acordo, torço meu travesseiro em um bule, das lágrimas faço meu café, não te ofereço, nunca, até nisso sou egoísta, mesmo tendo sido você quem me fez chorar. Compro amendoins e cocadas pra te suprir daqueles vários outros modos que não consigo, não sei, mas acho que oferecendo comida e dinheiro, eu possa melhorar no que sou. E eu me contentaria apenas em pensar, não conversar com ninguém, exceto com você, contar o que sempre fica girando na minha cabeça, me deixando tonta, fazendo vomitar naquelas ruas tão limpas, asfalto feito de azulejo de piscina, em que deito, brinco de me afogar, enquanto engulo alguns litros de piche, azul.
Sua graça não caminha pela casa
Se move blindada em abstrações
Irrelevantes são as coisas
Da cabeça
Estantes
Livros esquecidos
E todos os outros móveis que continuam no mesmo lugar
Assim como eu
Aqui
Onde a cama ainda é cama
E a TV televisão
Na sua ausência digo seu nome baixo
Não ao teto ou ao quebrado espelho
Mas à porta
Cristalizando ali sua presença
Te vendo em cada prisma
Refletindo
Diagonalmente a múltipla esperança
Numa perplexidade boba e infantil
Minha boca dói porque você não soube trazer torneiras pra dentro desse quarto. Pedi por água, qualquer gota de cuspe seu. Continuo meio sedada, sentada, quase caída, melhor dizer descansada do que esgotada no canto em que você escolheu. Melhor dizer, do que sonegar, chorar pra você abrir minha boca selada com esse nada, cola de vazio, zíper de ódio, deixar parecer que está fazendo um grande favor.
Espremo os lábios feito feridas infeccionadas, pra ver se abre algum espaço e dali sai minha língua feito pus. Mas só aparecem ratos, espasmos condizentes de horas a mais de horror, fragmentos esponjosos que confundo com pequenos poros, buchas que ponho sobre a pele, esfregando como se fizesse um som de isopor, rangendo qualquer superfície a ponto de esticar os pêlos, arregaço então mais as mangas, os puxo feito elástico como se esticassem a dor.
Enquanto você inventa personagens e se espelha neles, sou apenas um reflexo dos meus. Não consigo criar mais nada assim calada, não sei imaginar algo sem ler em voz alta, o que acaba secando minha mente. Preciso de algum líquido mais forte, conhaque ou vodka, que preencha de vez os cômodos, infiltre as paredes até que elas se encharquem e me tussam para fora dessa casa.
O que é ser louco ?
Louco será que sou?
Não mato ,pois acho que isso é loucura, imagine , tirar uma vida e depois como posso colocar de volta ?
Não roubo, pois isso é loucura imagine tirar algo de alguém que não tem nada ou de alguém que tem de mais.Porque o que tem demais não dá para o que não tem nada ou será que isso é coisa de louco?
Não minto, pois isso é uma loucura que leva o sano a ficar louco, imagine, se digo que todo rosa é amarelo e todo laranja é azul, logo, rosa com laranja daria em verde? Não, isso enlouquece.
Acredito então que não sou louco, pois a única coisa que faço é tentar ser feliz com o meu amigo duende e com o meu amigável monstro azul, que está me chamando para brincar.
Somos todos capazes de reconhecer que algo não vai bem, mas são poucos os que são humildes para pedir ajuda
Gênios não são gênios, são apenas pessoas sortudas que tiveram a sorte de criar algo ainda não criado.
Quanto mais tempo passa mais fácil o acesso ao conhecimento e ao mesmo tempo mais difícil se tornar um deles.
Eu tenho que ter o controle. Eu não posso deixar isso crescer, porque sei exatamente onde isso vai parar.
Não é porque eu sou alegre, sorridente que eu não tenho problemas pessoais. É claro que eu tenho. E muitos. A única diferença é que eu não gosto de deixar transparecer nada, eu não gosto de mostrar que estou mal, eu quase nunca desabafo e evito não sorrir. Essa é a diferença, só essa. Mas as pessoas acham que eu não tenho nenhum tipo de problema e minha vida é fácil, então elas descarregam os problemas delas em mim e sabe, eu cansei disso.
ontem, eu aprendi que: Não devemos projetar nossa felicidade em ninguém. Devemos encontrá-la dentro de nós mesmos. Refletindo, descobri que é a mais pura verdade, as vezes construímos sonhos grandes ao redor de pessoas pequenas, que não merecem o nosso carinho, dedicação e empenho.
