Elogios dos Olhos
Do chão quente de Juazeirinho,
brotou um menino sonhador,
Com mãos miúdas, já plantava
os gestos simples do amor.
Não somos donos dele – ele escapa pelas nossas mãos, como areia, e, no final, nos levará.
Não temos tempo, mas o tempo nos tem.
A vida muda, o tempo cura...
Mas o tolo insiste em doer, prefere lembrar o que falta, do que agradecer o que tem pra viver.
As pessoas preferem se afundar com elogios falsos, preferem morrer do que ser salvos com uma critica verdadeira!.
Não é bom usar muito nem os elogios nem as criticas, porque quando acreditam neles, nos dois casos teremos problemas!
Brinquedos
Eu fiz de papel dobrado
Um barquinho e naveguei.
Fiz um chapéu de soldado
e soldadinho – marchei.
Fiz avião, fiz estrela
embarquei dentro – voei.
Agora fiz um brinquedo
– o melhor que já brinquei –
guardei num papel dobrado
o primeiro namorado
(o seu nome, eu inventei...)
Não fique pensando no que aconteceu, no que não aconteceu, senão, vai ter mil passados e nenhum futuro.
As críticas sempre existirão, e por este fato, não as deixe te derrubar, por elas serem pioneiras, use-as para te levantar.
Neste mundo são os olhos de quem ama as flores que se abrem, as grinaldas acesas em um barco, sinos das escolas, uma paisagem, conversas inesquecíveis, amigos, o domingo de uma criança, as músicas prediletas, o vestido novo para a festa, a roupa favorita, o outono e todas as estações...
Seus olhos se enchem de lágrima, a música se torna instrumental matando qualquer outra palavra, a cidade não respira, o tempo não existe, a solidão é coisa de gente que mora muito longe dali, minha mente aquieta todos os monstros.
Nada podem teus olhos doces,
como nada puderam as estrelas
que me abrasam os olhos e as faces.
Escureceu-me a vista o mal de amor
e na doce fonte do meu sonho
outra fonte tremida se reflecte.
Depois... Pergunta a Deus porque me deram
o que me deram e porque depois
conheci a solidão do céu e da terra.
Olha, minha juventude foi um puro
botão que ficou por rebentar e perde
a sua doçura de seiva e de sangue.
O sol que cai e cai eternamente
cansou-se de a beijar... E o outono.
Pai, nada podem teus olhos doces.
E na noite imensa
com as feridas de ambos seguirei.
Penso que descobrir o caminho da felicidade é ter olhos de garimpeiro para as imensas pequenezas do dia a dia...
Por um milésimo de segundo eu fechei os olhos e senti meu peito esvaziado de você. Foi realmente quase. Acho que estou andando pra frente. Ontem ri tanto no jantar, tanto que quase fui feliz de novo. Ouvi uma história muito engraçada sobre uma diretora de criação maluca que fez os funcionários irem trabalhar de pijama. Mas aí lembrei, no meio da minha gargalhada, como eu queria contar essa história para você. E fiquei triste de novo
Muito custa ao homem revelar-se mau, até aos seus próprios olhos; e não se atrevendo, faz-se hipócrita.
Abro bem os olhos, e não adianta: apenas vejo. Mas o segredo, este não vejo nem sinto. A eletrola está quebrada e não viver com música é trair a condição humana que é cercada de música. Aliás, música é uma abstração do pensamento.
Você não me conta seus desejos. Sorri com os olhos, com a mesma boca que mais tarde, um dia, depois daqui, poderá me dizer: não.
