Egoísmo
O "outro" é senão o nosso depósito egoísta, e se "egoísta" é um termo demasiado terrífico a nós - tanto que nos leva a negá-lo com uma veemência suspeita; então, talvez, o tenhamos com tanta familiaridade que assusta.
LUTO EGOÍSTA x LUTO AMÁVEL - Sobre perdas em geral
Outro dia postei um pensamento meu e comecei com as palavras “se enganam as pessoas que acham que”. Peço desculpas por ter sido tão afirmativa. Provavelmente o fiz por ver meus pensamentos às vezes tão opostos aos da grande maioria das pessoas (louca eu...). Agora começo o texto com a observação de que respeito o processo de perdas de cada um.
Luto ou não luto? Se no luto eu luto, sinto minha grande dificuldade em aceitar uma perda. Quando sinto que luto, vou olhar dentro de mim e vejo o egoísmo. Luto por tudo aquilo que perdas nos roubam. EU deixarei de usufruir das coisas maravilhosas que tinha com a outra pessoa. Sofrerei com o medo das mudanças. Aí dói. Muito. Então num “atendimento a mim mesma”, busco compreensão. Agradece Mirian. Você usufruiu. Você teve, não importa o tempo ou a quantidade. E quando vejo, choro sorrindo. Ou sorrio chorando. Mas quando penso de forma amável naquele que perdi, lembrando do sofrimento que o outro teve, aí dói muito mais. Que é o sentimento de impotência. A minha incapacidade de mudar coisas imutáveis. Mais uma vez vem a luta, o luto. Luto por ver que perdi minha potência, meu poder. Aí começa novamente outro tipo de guerra. E na mesma busca pela compreensão eu digo a mim mesma: agradece Mirian. É na sua impotência que você se torna humilde. Se senti dor pela dor daquele que perdi, eu amo, amei e amarei. Aí não choro sorrindo. O choro então é de dor mesmo. Chorar por amar, é real. Mas por que não viver essa dor? Por que não olhar de frente pra ela e descobrir e aprender quem sou e o outro foi? Por que usar drogas que anestesiam minha dor mas me fazem perder a paisagem dessa jornada que ainda me é permitida, que é, viver? Esse é o luto amável, no qual choro por amor ao que sofreu e vivo por amor a mim.
Por que não conseguimos deixá-los livres? O que há na liberdade que tanto nos assusta?
Nosso egoísmo e nosso ciúmes são instintos tão primitivos! Queremos proteger o nosso território. Mas é claro, não é? É nosso, certo? Logo, a proteção se faz mais do que justa. Mas é aqui que se encontra o erro irracional presente em todos os instintos: não, não é nosso. Não é seu, não é meu, não é de ninguém se não de si mesmo.
A única coisa que temos é nós mesmos, de resto, nada é nosso. Isto se torna especialmente verdadeiro com pessoas. Não, não importa o quanto ele te diz o quanto é seu, ou o quanto ela jura que pertence a você e a mais ninguém. A verdade é que cada um se tem. E só. E isso deveria bastar. Por que nos ferimos tanto? Só par
a crer que possuímos o impossível?
As pessoas são muito ambiciosas no que tange à busca por interesses egoístas. Querem as coisas a qualquer preço custeadas por meio de máscaras. O disfarce que utilizam é para elas como um atalho afim alcançarem mais rápido o que almejam, e depois que revelam suas garras, desaparecem como se nada tivesse ocorrido.
O ser humano tende a revelar sua verdadeira personalidade, a qual é egoísta, principalmente quando há interesses pessoais em jogo.
Perdão e salvação
O ser humano por natureza é egoísta e quando nos convertemos parece que esse sentimento em vez de diminuir aumenta. É lamentável ver pessoas que foram alcançadas pela graça, perdão e misericórdia de Deus tratando outras pessoas como inadequadas a salvação. Mas a luz da Bíblia quem era merecedor (Romanos. 3:23)? Basta olhar para si mesmo e perguntar porque Deus me resgatou? O que eu fiz para merecer a salvação? É injusto ser tão egoísta ao ponto de classificar quem pode ou não ser salvo! Não há personalidade, fama, talento, profissão, cor, raça e nação que a graça irresistível não alcance. Para Deus não há impossíveis (Lucas. 1:37).
Devemos orar por aqueles que ainda não conheceram o Evangelho, o valor da cruz, que não encontraram o perdão e a graça de Deus. Assim como eu e você fomos alcançados que possamos ser instrumentos que levam outros a salvação.
