E Ponto final
Na história da vida, chegou a hora de colocar um ponto final.
Já não há palavras a serem escritas, não me restou imaginação para adicionar mais páginas na trama.
Foi uma boa história. Com altos e baixos, muitas vírgulas e alguns continua no próximo capítulo.
Mas como toda boa história, ninguém gosta de muito drama e enrolação, acaba ficando chato e deixa de ser atrativa.
Todos os personagens que fizeram parte do enredo, foram muito importante, e ocuparam o papel principal, cada um ao seu tempo.
Sei que é difícil quando a gente gosta de um livro, e de repente percebe que a história acabou, sempre ficamos esperando que saiam novas edições.
O fracasso é um ponto de uma jornada, se de um recomeço ou final, cabe o ponto de vista de quem faz a jornada.
Desisti não é uma opção. Não é uma saída, não é uma solução. Desistir é colocar um ponto final em algo que ralamos tanto para iniciar, lutamos mais ainda para chegar onde estamos e colocar um ponto final em todo um sonho é quase que comparado a morrer. Encerrar a vida, sem volta, sem continuidade.
Algumas pessoas são tão frias e calculistas. Agem como se fossem o ponto final de um texto. Rígidas e impetuosas! São previsíveis, mas aproveitam dos momentos de fraquezas de suas vítimas, sem se importarem com o amor, afeto e valor recebidos. Consideram-se as donas do mundo. Mas coitadas. Não são donas nem de si mesmas.
Para aquele que crer em Deus não existe ponto final e sim uma vírgula no fim da sua história terrena.
O fim de uma linha
não é um ponto final
na entrelinha
A suposição é desigual
Basta um passo
para o abismo
Voar no espaço
morrer no lismo
Lições sem ações
horas sem demoras
Cavatinas sem rotinas
paixões sem ilusões.
Tem situações em nossas vidas que Deus coloca um ponto final. Talvez você não entenda no momento, mas quando isso acontecer é prudente que você não tente colocar uma vírgula para insistir em situações que roubam a nossa felicidade e sonhos.
O fim é apenas o ponto final em uma história na qual ainda existem muitas páginas a serem escritas.
Num enredo de desencontros, você era a vírgula que buscava, eu me tornei o ponto final inesperado. Entre interrogações, minha jornada se desenrola entre parênteses de incerteza. Você partiu, abrindo caminho para novos capítulos na trama da minha vida.
VOLTA
Vamos deixar para trás nossas tristezas
Vamos por um ponto final
Deixem que falem
O que importa é apenas nós dois
Vamos escutar nossa música
Dançar agarradinho
Aquela do nosso primeiro encontro
Encontro que demos nosso primeiro beijo
Encontro que senti a maciez do seu corpo
Quando você esteve em meus braços
O cheiro do seu perfume
O dia que encontrei meu grande amor
O teu sorriso
Fecho os olhos ainda vejo
Nossa casa não é mais igual
Os corredores estão triste
Nossos lençóis sentem também sua falta
A penteadeira continua suas coisas
Volta, volta
Está triste as nossas noites
Estão mais escuras
Sem o brilho de seus olhos
Converso com as estrelas
Falo com a noite
Pego o calor do sol
Para chegar o mais perto
Do calor do teu corpo
Sem você
Só tenho a tempestade
O tempo frio
Sento na varanda
Olho para o infinito
A tristeza bate
O café esfria
Aonde está você
Será em outros braços
Volta
Sem você minha vida não faz mais sentido
Conto dias, horas e minutos
Vejo seu rosto em outros rostos
Estou barbudo, dias sem banho.
Sou um Zé sem ninguém
Um Zé a procura
Do meu grande amor
Volta
Traga minha vida de novo
Faz esquecer-se do presente
Deixe o passado em nossas lembranças
Vamos fazer junto nosso futuro
Conhecer música nova
Volta... não farei perguntas
Apenas vamos virar a página
E começar tudo de novo
Volta
Tic
A morte não é o fim da linha,
Nem o ponto final do viver.
É um véu que se descortina,
Um portal que não podemos ver.
É a última estância da vida,
Um legado que o tempo faz esquecer.
Morrer nunca foi o último ato,
Mesmo quando a luz acaba ao anoitecer.
A morte é um fato que nos deixa perplexos,
Mais profundo que o próprio céu.
Algo tão duro quanto o cálice,
E menos doce que o mel.
Entre o fim e o recomeço, entre fechar o livro ou continuar a escrever?
O ponto final está ali, mas também a vírgula, a reticência…
O que é mais corajoso? Fechar o livro, aceitar o adeus, ou virar a página, enfrentando o desconhecido?
É assim que acaba? Ou é assim que voltamos de onde paramos?
Bom! Somente as escolhas moldarão o enredo que continua por vir.
Para muitas pessoas, o ponto final de uma meta é apenas o inicial de outra.Esta característica pode ser boa ou ruim. O lado bom traduz-se em produtividade e persistência. É a pessoa que sempre busca elevar-se, melhorar e ir além. O ponto negativo é aquela que constantemente dá atenção àquilo que falta. A diferença entre uma e outra pode ser vista na comemoração. O lado bom sabe comemorar aquilo que alcançou, o lado ruim, apenas vê que “precisa ter mais”.
Alguns relacionamentos nem precisam chegar ao ponto final para sabermos como será o desfecho. Algumas coisas nunca vão dar certo, certas pessoas não nasceram para ficarem juntas, e se colocássemos isso na cabeça, nos poupamos de sofrer. Mas a gente é trouxa, insistimos na falta de amor do outro como se pudéssemos amar por dois. Amor mendigado é sofrimento dobrado. É tristeza, é agonia, é depressão e solidão, mesmo com alguém ao lado. E isso não vale a pena, não vale o esforço, não vale o tempo desperdiçado. O melhor a fazer é pegar o primeiro ônibus que tiver e dizer adeus. Jailton Patrício
